Coleção pessoal de Micavieira
As palavras são nosso mais belo refúgio da alma.Nelas nos encontramos e nos perdemos,nos desvendamos e nos fazemos mistérios.As palavras são antes de tudo,nosso ser silábico,nosso choro da alma.
Resgate-me de minha melancolia,não me deixe à beira de meu próprio precipício.Salve-me das loucuras impertinentes que me prendem e liberte-me antes de tudo da dor que me perfura.Sonda-me,e me encontre em teus pensamentos,leve-me ao voo distante,onde min’alma tenha descanço e onde o meu cantar seja compreendido.Descubra os mistérios que há em mim e os faça seus também.Jogue comigo o jogo de plavras soltas,e solte à mim suas palavras mais belas.Conquiste o meu sorriso,e também meu coração,ajude à me reerguer e baile comigo a dança da vida.
Decifra-me
Sou livro fechado
Sentimentos entulhados
Palavras não ditas e sensações infinitas
Decifra-me
Sou quebra-cabeça
Encontre-me e traduza-me
Da tua maneira
De acordo com a tua visão
Essa sou eu
Eu choro, eu sofro, eu tenho medo e me arrependo. Às vezes os outros se esquecem quem eu sou de carne e osso e que eu tenho sentimentos. Francamente, eu não sou de ferro. Tudo bem que eu não saio por aí demonstrando o que sinto, mas isso não torna meus sentimentos inexistentes. E sinceramente essa é a única coisa que me separa desse mundo paralelo cheio de dor. Isso me faz fraca, mas também me torna forte. Não demonstrar o que sinto é como estar coberta por uma capa protetora onde ninguém pode me alcançar. Ora isso é defeito, ora qualidade. Defeito por me tornar alguém sem sentimentos em visão de outros, qualidade por transparecer em mim aparência de forte, quando na verdade estou a ponto de desmoronar. Mas eu sou assim, tenho meus medos e minhas loucuras, minhas certezas e minhas dúvidas. Sou o tipo de pessoa que sempre confere duas vezes se a porta está fechada, aquele tipo de pessoa insegura, que começa a dançar com outras pessoas na rua até dar o passo pro lado certo. Pessoas que por insegurança, ou até mesmo por proteção, não confiam por inteiro. Pessoas que se importam, mas dificilmente demonstram. Essa sou eu. Humana, com defeitos, qualidades e uma dose extra de loucura.
— Você está bem?
— Sim, seu moço, estou bem.
(Bem decepcionada, bem desanimada, bem apaixonada, bem louca, bem confusa e bem estranha. Estou bem à beça com um tanto de coisas assim. Estou bem mal.)
Não sei consolar,dizer que vai ficar tudo bem e que nada de ruim vai atrapalhar à vida.Não,eu não sou assim,sempre fui bastante realista,sabe?
Acho que quando se sofre demais,se aprende também.Aí a gente acaba ficando imune aos sentimentos,a gente já não tem mais aquele instinto bobo de se importar.
Eu me apaixono por sorrisos.
Droga,acho que sou a pessoa mais idiota desse mundo!-Como se os sorrisos dissessem tudo sobre a alma de uma pessoa,e será que dizem?
Se disserem garoto, acredite, você tem a alma mais linda que já vi.
Buscamos…
As palavras indizíveis, os amores impossíveis e os sentimentos inatingíveis.
Buscamos por tudo aquilo que nos parece distante, pelo inalcançável e idealizado. Buscamos na verdade uma maneira de fugir da tão tediosa situação presente. Buscamos, resumidamente, ação e reação.
Desejamos o que não nos é compreensível e tudo aquilo no qual nos é desconhecido. O infinito nos atrai.
E, assim, ansiamos, sobretudo, pela gloriosa liberdade daquilo que sentimos, buscamos, de certo modo, por um refúgio qualquer que nos retire dessa tão fugaz mediocridade. Um refúgio que nos liberte das nossas tão enfadas confusões e no qual, para nós, não haja limitações do ser.
Não me encaixo,então me afasto.
Me perco,então me acho.
Sou contradição,sou confusão.
Sou nada e sou muito.
Sou verdade do que falo e mentira do que sinto.
Sou palavras indizíveis e atos absurdos.
Me entender vai além,sou tudo e sou ninguém.
Somos feitos das lembranças que nos rondam,das saudades que nos corroem e dos medos que nos inibem.Somos antes de tudo insensatos e loucos,com alma exarcebada e memórias oportunistas.
Há em nós insensatez e genialidade.Somos feitos de amor,e também de decepção.
Têm horas em que eu gosto de ficar sozinha,ouvindo minhas músicas e escrevendo as minhas besteiras.Não gosto que me interrompam nesses meus devaneios,gosto de me escutar pensando e depois me traduzir no papel.É o meu jeito,eu me tranco dentro de mim mesma e me concentro em minhas emoções,é bom isso.A gente coloca tanta gente no centro e esquece da gente mesmo.Ai eu paro,pra me ouvir,pra me entender,pra me transcrever,pra me sentir eu mesma.Paro pra me reencontrar,antes de tudo.E aí eu me encontro,me acho em memórias perdidas e em músicas antigas que antes eu nem lebrava, e volto a ouvi-las como se fossem trazer tudo de volta.Nesses meus minutos,me irrito com as pessoas,é engraçado isso,mas gosto de ficar só e me desvendar.É o meu espaço,meu tempo de “solidão boa”,meu tempo louco de me descobrir e de me fazer também.Contruo ideias,me descubro em poemas e me esqueço em melodias singelas.Minha loucura é minha marca registrada,minha estranhez é o que me devolve ao mundo real.Poucos me compreendem,ou talvez ninguém o faça.Eu não me importo,aprendi a apreciar o meu vazio e enchê-lo de minhas próprias incoerências.Sou agora independente das aparências,vivo pra mim mesma e pra minha felicidade.E faço alguns felizes também.
Que 2013 seja doce,que venha recheado de paz e e seja banhado á alegria.Ah 2013!Que sejam inefáveis as emoções futuras,que tranponham os sofrimentos passados e aniquelem qualquer rastro de solidão.Que seja novo,que traga a cada coração uma nova motivação para seguir em frente,uma nova força pra lutar.Que nesse novo ano que se aproxima,se acheguem á nós esperanças novas e quentinhas,capazes de invadir nosso ser e trazer à tona nossas tão risonhas lembranças .E que em 2013,sobretudo,aconteçam as mudanças interiores.Que as pessoas sejam mais humildes e menos egoístas,que sejam mais sinceras e capazes de perdoar,que venham ventos de paz e harmonia,que haja bondade,e que enfim, as pessoas acreditem mais em seus sonhos,porque são esses que ás movem para o caminho da felicidade.
Ainda não me fui de vez,não.Ainda estou viva em cada palavra minha,em cada perfume que exalei e em cada amor que cultivei.Ainda jaz minha presença,não aqui,mas nas lembranças boas que deixei.Ainda sou luz e escuridão,ainda sou contradição,sou vida transpassada em memórias e morte penetrada em histórias.Sou tudo que fiz e tudo que de mim será lembrado.Pense em mim como borboletas que foram libertas,como aroma que se espalha e como brisa que refresca.Pense em mim com um sorriso e não com lágrimas,a liberdade é inestimável boa, e voar sempre foi um sonho meu.Voei de mim,liberta estou.
E as pessoas desistem de mim.Eu não as culpo,eu mesma tenho essa vontade.Eu mesma não supero minhas expectativas,logo não sou capaz de superar as dos outros.Não sou programada,muito menos coerente.Meus sentimentos são embaralhados e minhas ideias fora de série.Eu já me machuco demais estando sozinha,não quero compartilhar essa dor.Então faça como os outros,se afaste,me esqueça.
E eu escrevo pra salvar-me de mim mesma.Escrevo pra fugir da mesmice que é a solidão.Escrevo porque amo,amo verbalizar o que sinto e esparramar em poças silábicas todos os meus sentimentos.Escrevo pra compartilhar aquilo que sou e o que ainda vou ser nessa transição periódica da vida.Porque nada é pra sempre,embora as palavras tenham o poder de eternizar.
E eu preciso parar de me auto flagelar com meus pensamentos e emoções e até mesmo,com as minhas tantas convicções.As expectativas me consomem e me roubam de mim mesma.Tento não me cobrar de mais,mas sempre fui mais longe.Minha alma é exaltada e a sede de infinito que em mim está presente me perfura os ossos.E sim,sim, eu vou tentando mudar,mas estou agarrada á isso.São como correntes que prendem no abismo de mim mesma,onde só eu sei meus medos e receios,onde só eu mesma sou capaz de me machucar.E eu o faço.Sem parar.Porque não tenho o controle sobre o que sinto,e isso me torna vulnerável ao meus sentimentos.Eu acredito demais,eu penso demais e crio expectativas demais.De todos os meus defeitos,talvez esse seja o maior,eu acredito nos outros,eu acredito em mim mesma e eu crio expectativas em relação a tudo isso.Eu mesma me aniquilo,eu mesma me desfaço.
Sou incostância e serenidade.Sou brisa leve e tempestade.Sou mais do que posso e menos do que quero.Minha essência é algo delicado e misterioso, que poucos compreendem.
E quem sabe?
Quem sabe se ao escrevermos consigamos escapar de tudo aquilo que nos amedronta,das nossas loucuras impertinentes e até mesmo de nossas tantas convicções.Quem sabe se ao escrevermos possamos então nos re-inventar,transpondo assim nossos sentimentos e os deixando enraizar.É isso que importa,as nossas palavras,com ou sem nexo.Por que através delas somos nós.Somos nós,de corpo,alma e verbalização.Sem hipocrisia,sem reviravoltas.