Coleção pessoal de metralhadorademagoas
Se era uma espécie de amor, por que me veio com um temporal? Se era um alívio pra dor, por que deixou esta solidão?
Esperança: ela partiu com a mesma rapidez com que em minha vida entrou. Foi intensa, profunda e tensa. Tudo trouxe, tudo deixou — menos a si.
Na adversidade, pude enxergar cada rosto por trás de cada máscara. Decepcionei-me com santos, surpreendi-me com pecadores. Acabei vendo a morte tão de perto que perdi o medo de morrer.
Alguém um dia rasgou minhas vestes e sacudiu a sujeira dos pés em minha face. Outro jurou amor, amor eterno e, em questão de tempo, me destruiu.
Eu estou morto para tudo que é vida. E estou exposto, mais que qualquer outra ferida. É o fim da linha para quem um dia acreditou profundamente em recomeços.
Da parte dela, era qualquer coisa, menos amor. Amor não se furta à prática, muito menos às responsabilidades.
Não abra mão de seu lugar para tentar caber em outro. Pois a porta que não é sua poderá se fechar, e quando você se tocar, a distância já terá levado os amigos.
Eu a fiz viver um amor que ela nunca tinha vivido. Em troca, ela me matou, duma morte que eu já tinha morrido.
Jamais voltamos a ser os mesmos depois de consecutivas tempestades. O mais provável é que nos tornamos verdadeiros desastres humanos: devastados e desabitáveis durante longos períodos de tempo.