Coleção pessoal de melfronckowiak
É o tempo que nos pega no colo e acaricia nossos cabelos, seca as nossas lágrimas e marca, os vincos na pele, assim como os no coração.
Aos pouquinhos, feito o vento que beija com paciência as dunas, eu vagarosamente moldo o meu amor em ti.
"Não são as rimas que fazem um poema, são os arrepios que causam na gente. Uma frase as vezes nem cabe no oceano"
Vou me despedir aos versos. Porque a poesia é um jeito de amar através de palavras apaixonadas. Elas se gostam e se rimam pra não esquecermos como é.
E minha mãe penteava os cabelos, fazendo os fios escorrerem com o tempo. Lembro de perceber no reflexo do espelho a delicadeza de ser mulher.
Todos os dias são nossos! Nessa estrada onde mantemos os pés no chão e o amor a nossa volta. O mundo fica doce com o nosso perfume.
Tem dias que dá vontade de caber nas gotículas de orvalho. Dessas que molham o campo e a vida de quem madruga. E lá ficar protegida do mundo.
A ignorância se alimenta de aplausos. A inteligência bebe na fonte do silêncio. A melhor risada é a de dentro. Aquela que os invisíveis não ouvem. A brisa abrindo os nossos sorrisos, a paz embalando os nossos sonhos.
Ir embora é como debulhar o quebra-cabeça da vida. Os pedaços do que somos vão ficando no caminho. Os pedaços do caminho vão nos tornando.
Poetas e seu dom de encantar o mundo. De encantar os desejos através das escritas. De fazer com que tudo seja possível nos lugares mais pequeninos que a vida tem. Eu penso que fazer palavras namorarem é mais nobre que ter títulos e posses. É que as palavras só namoram quando amam de verdade!
Fazer poesia, para mim, é ser capaz de construir quando tudo está desfeito por dentro. É um jeito de entender o mundo através da brisa macia que arrepia a nossa inocência. É o assoviar da alma mesmo quando lá fora canta o mais preenchido silêncio. Fazer poesia é como amar através de palavras. É fazer com que elas se aconcheguem nos espaços escondidos de cada um.
Mar, guardião de histórias, embala o meu sono com esse cântico das águas. Pudera ser espuma pra seguir contigo e me perder em imensidão azul.
As cores de domingo são cores envelhecidas. Cores de saudades, de voltar de viagem. Cores de quem parte e de quem fica partido ao meio.
A poesia anoitecida é uma mulher que se entrega na penumbra. Não é vergonha de se mostrar, é vergonha de ver demais.
Pedacinhos de noite, polvilhados com as luzes do dia. É a madrugada confusa. Para alguns tarde, para outros muito cedo. Opostos de Vida.
Cada um leva dentro um poeta adormecido. Feito o vento que desarruma as folhas secas, vamos soprar para que ele possa ser redemoinho...