Coleção pessoal de MatheusKaue
Tudo certo severa amiga? Tu me faz companhia, então não me venhas com caras e sinas, tu já me completas. Sem te ter quem serei dentro do quarto a nove chaves, só um covarde? Tristeza, não vá embora meu corpo em ti.
Tentei ter posse do que não deveria pertencer a ninguém. Me julguei intocável pela mão da dúvida e, então fui embora. Tão rápido me arrependi, pois na minha perdição eu era minha própria cura.
Nunca vou ter um momento tão intenso quanto a ligação dos nossos corpos em puro sentimento e exposição de almas, ou melhor, alma.
Tem palavras que nunca vão conhecer nossas bocas, tem toque que nunca terá sensibilidade, tem desejo que nunca vai passar de vontade.
A conformidade da ação entre dois não dar em nada já é do entender do ser que hoje me habita. Sei que meu sentir não é o teu sentir, nem posso obrigar. Cada dia acredito que nós, os não conformados nascemos para ser solitários.
Já te troquei por hipóteses, fiz parte de outros retoques. Encaixei coração doente em alma corrompida, mas nenhuma era bandida, afinal qual ferida é mais ardida?
Você e whisky sem gelo são duas escolhas erradas, as duas me deixam de cama, porém o whisky sempre volta.
As estrelas parecem sempre estarem a disposição, como composição clara, sem distração tola e só ofuscada por quem tem nuvem tola. Parece pintura de amarelo, pincel certo, cavalete aberto para o céu e o girassol em amarelo.
Que não nos falte álcool e inspiração, da poesia se cavalga os vales do sofrimento e sem noção de sentido estaremos todos perdidos, apenas embebecidos por palavras sem uma boca para beber sentido.
Entre as sobras das migalhas do teu amor me sobraram apenas alguns metros de corda na sala. Nós nos cortejando por horas, trocas de olhares e indecisão. Eu e a corda é claro.
É fascinante a semelhança da tristeza de um girassol em final de vida, tristeza bem sofrida, semblante caído de caule comido.
Percebi nos girassóis de Vincent um ciclo de vida, ali havia florescer, mas tinha melancolia e sofrer. Vincent, aprendi com você.
Já arrumei a sala de estar, a corda fica no segundo plano, ou melhor segundo piso. As vezes o sufocar de uma corda é mais acolhedor que abraço sorrateiro de inimigo pelo coração acolhido.
Ainda sinto a corda em meu pescoço, ela o aconchega em dias ruins. Não sinto medo da morte ou desprazer pela vida, sinto apenas um convivo sufocador com uma amante. Minha amante insiste em ser ligada a minha existência, ignora meus amores sufoca meus prazeres, é tristeza os dizeres.
A loucura e a sanidade são muitas vezes de carreira curta, as vezes enrolada em um diploma outras em uma nota de 20.
Eu fui só uma pequena passagem na história de um ser de verdade, daqueles que tu tocas e sentes a alma, beleza mais pura de ser encontrada.
Já morri uma dúzia de vezes hoje, teu efeito com álcool é pior que sedativo indicado. Na prescrição da receita te esquecer foi o problema, foi dilema de vida, de noite vazia parte corrompida.
Tu me queimasse feito livro velho em noite de inverno, fiquei sem saber se pelo menos fiz lenha para teu novo amor.
Primeiro de tudo gostei da tua incerteza, isso é clareza de alma, humildade de localidade de carácter. Depois gostei da visão de mundo, desleixada e descontraída, brincava mesmo perdida. Por último e não menos importante a beleza estonteante, desde o topete do "Ice Ventura" até as belas curvas.