Coleção pessoal de MatheusHoracio

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Começou como toda fraqueza da mente costuma começar. Frente ao desengano, criou para si uma linda mentira, uma que torna-se fácil ou o fizesse seguir. ''Não preciso disso, não preciso de amor''. E por muito se seguiu, na esperança quase vil de um desesperado. Mas com o tempo, convencia-se de que sua mentira era verdade, e que evitar os amores que magoavam, era a melhor das soluções. E como toda boa tragédia, fugiu de tudo que possuísse potencial, e evitou tudo que poderia machucar. E como julgar alguém, que de tão ferido pelos sentimentos rasos e superficiais, acabou como uma paródia mal resolvida de seus enganos? Talvez essencialmente, todos são possuidores de um amor descabido, que quando recusado, criou essa onda de desamor sem fim. Talvez estejam todos feridos, talvez estejam mentindo. Feliz é quem realmente não esbarra com um ser que desacreditou de tudo, contaminando-se com o desespero coletivo que as almas humanas abraçaram.

A insensatez de todo homem consiste na crença de que tudo que foi, pode ser novamente. Um erro comum. Se algo termina por um grande erro, está fadado a sempre terminar pelo mesmo erro, eternizando um looping de agonia para duas almas. O amor é um sentimento inteiro. Nada surge, permanece e se estende por estradas fragmentadas, pelo mesmo motivo que carros se quebram em asfaltos falhos e gastos. E quando as vielas cinzas do amor se tornam rotina, e a presença um do outro se mantém pela mera formalidade do medo de se estar só, então o sentimento em si já perdeu. Não há nada mais deprimente que o desamor, o sentir pela aparência, pela ideia de que os outros pensarão coisas ruins, escarnecendo, e debochando. Se só aquele que vive a situação sente o pulsar do sangue na garganta, como se os arames farpados o esmagasse em cada ''eu te amo'' dito no vazio. E em sua amargura, amarguram uns aos outros, e em suas feridas, ferem uns aos outros. E meditam sobre os próximos vinte ou trinta anos no fundo de uma garrafa, ou no filtro chamuscado dos cigarros amargos. Acreditam no que não há mais, e erroneamente constroem as paredes do seu inferno pessoal, onde a paz de um beijo, de um abraço torna-se o chicote dos carrascos e o lamento dos condenados.

Primeiro Amor

Nenhum amor é como o primeiro. Veja bem, nada se equivale ao sentimento amor, mas o primeiro em si é uma explosão.
É como se cada molécula do corpo experimentasse algo mágico, algo novo. Como se aquela mensagem fosse a mais importante de todas, só de ouvir o telefone tocar, as promessas que soam como eternas, cada sorriso, cada segredo, enfim, nada é comparável.
Mas na mesma proporção está a dor do fim de um amor que foi o primeiro.
Como se toda palavra escrita, dita ou poetizada, tivesse sido uma lona de mentiras. E a eternidade juntos significasse tão pouco ou quase nada.
É incomparável, de fato.
Porém, trago esperança ao coração aflito, pois todo coração é regido pelas leis do amor, e não se curvam ao sentimento imposto pelo fim, mesmo que toda a dúvida imposta diga que você não é capaz de amar novamente. Embora se sinta incapaz de sentir ou nunca sinta nada igual, nenhum amor é igual a outro. Encontrará a sabedoria nas dores do passado, e o exílio nos amores que imperfeitos, você se permita sentir, pois não se igualam ao primeiro, mas sendo o que são, podem torná-lo feliz como jamais foi.

Você era desejado
E de todos os pecados
Cometeu o mais infeliz
Querer quem não te quis.

É um erro comum achar que todos que sorriem são realmente felizes.

Felicidade é um desconhecimento.
Ela desconhece rosto, gosto, e entendimento.
Entorpece o lamento do homem, rejeita a incoerência e a compreensão alheia.
Felicidade é incoerente. É ser e fazer o que ninguém espera, o que não imaginam, fazer por si e nada mais.
Felicidade pode ser cruel. Pode indiretamente ferir de forma mortal, e fatalmente ceifar a razão.
Razão essa que pra ser feliz não tem espaço. Ser feliz é irracional. É a crença real de que o invisível e o impossível terminarão.
É a visão de que pra alcançar esse ideal, é preciso rejeitar as marés que virão.

Dê o seu melhor, se esforce ao máximo, entregue-se verdadeiramente a uma pessoa ou uma causa. E então verá que no final, é preciso permitir que as pessoas acertem ou errem sozinhas.

Queria fazer feliz a todas as pessoas do mundo. Mas quem o faria feliz, afinal?

Um amor que deu errado continua com serventia. Quando não vira dor, vira lição ou poesia.

O conhecimento nos ensina o que é o erro. Sabedoria nos mostra como não reviver o mesmo. Conhecer uma situação é bem diferente de saber lidar com ela. Busque a sabedoria que só o tempo pode dar.

Amornados os sentimentos, criou-se um vazio.
E cada sentido à partir dali tornou-se frio.
E de todo sentimento em sua natureza, modificou o que era naturalmente puro, entregou-se a frieza.
E no final todas as pétalas caem uma a uma, até que sobrou o homem, seu drink, e total amargura.

O homem sentado não disse muito, porém, o que disse calou ao coração de todos.
''Sou um velho bebendo. O único momento em que não estou bebendo é quando estou bêbado. Quer outro resumo de como levar a vida?'' E saiu...

A vida é como uma jóia delicada. Em contraste com o diamante bruto que resiste a praticamente tudo e mantém sua beleza, ela pode ser bela, mas de uma grande fragilidade. Sabendo refinar essa jóia em seu decorrer, sua existência já valeu à pena.

A felicidade que trazemos para as pessoas não pode ser medida pela nossa própria régua. Mas muitas serão as réguas à medir. Pois felicidade quando transborda, chama atenção para sua origem. Isso é impagável!

Você não pode ter o amor que desejar pelo mesmo motivo de não poder controlar o nascer e o pôr do sol. São coisas que não estão em nosso domínio. Naturalmente fluem, distantes da interferência humana.

O que comemos e bebemos, falamos e fazemos pode ser controlado. Mas o que sentimos não compartilha dessa linha, e isso se torna veneno. Pra você ou pra outra pessoa.

De forma que sentia a presença de Deus em minhas ações altruístas e de amor, mais do que em seus templos. A verdadeira comunhão está nos atos, às vezes, mais do que nos símbolos.

O amor é um construtor. Ele não é capaz de destruir ou desfazer nada. A não manutenção do amor, do carinho, a falta de zelo, indiferença, são destruidores. E é no achismo de que o amor cria problemas, que surgem mais pessoas que se culpam pelos mesmos.

Todos os "meio amores" que tiver, nunca formarão um amor inteiro. E de forma sufocante, percebemos que há muito pouco vivido, mas a muito à se viver e mudar.

Seu erro talvez não esteja no fato de não ter medo de entregar seu coração a alguém. Talvez o erro seja achar que qualquer um o mereça.