Coleção pessoal de marydenyse
"Eu nunca fui uma moça comportada...Nunca tive bons modos.
Sempre me abstive de preconceitos e pré-conceitos.Nunca fui ligada ao conservadorismo.
Não me atrai ser domada, ser especulada e muito menos ser da moda.
O que meche comigo não é a roupa que eu visto, mas o corpo que veste esta roupa, a alma que está por tras dele, o coração que lateja a cada batida desinibida quando estou amando.
Amei muitas pessoas na minha vida até agora.Nisso eu sei optar.
Já me desiludí às pampas, tanto que muitas vezes dizia:Chega, esse tal de amor é pura embalagem. Presente falso.
Mas não era! Amar era o "Presente"!
Por que eu nunca bati só na tecla de futuro. Pra mim, tudo é hoje, é agora.O depois vem se Deus quizer e se ele não quizer?
Aí eu digo: Eu vivi o momento, os momentos eu vivi.
Eu nunca fui uma mulher de bons modos com o coração. Já perdí as contas de quanto eu dei minha cara a tapa e levei forte.Mas eu tambem sei bater.Essa é a diferença. Se eu fosse comportada, eu iria querer resolver tudo tomando chá das cinco vestida de tailleur Chanel.
Mas que nada! Meu negócio é uma calça jeans surrada e um perfume francês, por que disso eu não abro mão.
Já escancarei com meus afetos. Já mandei muitos deles ir embora com um palavrão feio, e depois chorei, chorei...mas eu sempre levantava e dizia: Este rostinho triste não te pertence!
E abria meu coração de novo, sempre de maneira audaciosa, por que eu nunca tive medo do amor.
E tenho pena dessa gente que fica contando estrêlas e fazendo pedidos, consultando ascendente pra ver se vai dar certo.
Eu ascendo! E acendo a chama quando eu quero e se desligam, eu parto pra outro fósforo.
Labaredas do amor não se apagam.Digo, do amor!
Dessa coisinha à toa, este sentimento baratinho de dizer "eu te amo" e depois ir embora na segunda semana, isso não é amor, nem paixão. É nada!
Compreendo que meus maus modos já me deram trabalho. Já fui chamada de "falta de estima própria", já me colocaram o dedo na cara.Mas eu mesmo abaixei este dedo e apontei pra cara de quem me apontava.
Eu nunca tive bons modos quando se fala em amor.Nunca fui uma comportada nisso.
Me jogo na chuva, caio na terra molhada, sou fascinada pelo arco-iris, me escancaro de rir quando um cão lambe minha face, sujo minha roupa toda na lama da terra molhada por esta mesma chuva que me dá um cheiro gostoso de terra molhada. Sou maluca pra alguns e doida pra mim mesmo.
Mas eu sou é doida de viver! E às sou doída!
Me censurem e eu descontento mais. Me julguem e eu dou de ombros. Falem demais e eu tapo os ouvidos.
Nunca fui bem comportada, por que eu sei que gente muito cheia de Tics, perde o Tacs mais bonito do bater do coração.
Eu sempre amei as pessoas que eu achava que devia. Já errei muitas vezes, por que eles eram bem comportados e eu não.
Sempre gostei do curso do rio, das cachoeiras que lambem as pedras e eu me esbaldo nelas.
O cheiro das flores de noite me aguçam...a planta molhada me fascina.
Nunca fui bem comportada e nem vou ser jamais.
Por que o dom de viver é isso: Ser iludida, ser amada, ser devolvida, ser tragada.
Eu sempre gostei do mar, por que ele tem cheiro de manhã e gosto de manhãs.
O sal da água se fixa em mim ...
E assim eu vou....Mal comportada, pronta pra amar ou desamar.
E a praia é meu aconchego...meu porto.
Por que eu sempre vou ter cheiro de mar."
"Gosto de quem sabe que eu amo aos extremos...Mas que eu tambem sei desamar aos limites.
Gosto de quem sabe que de mim tem o melhor amor...Mas pode perdê-lo por desprêzo ou desatenção.
Gosto de quem me conduz a um empate, a um embate, a um embuste, a um tema, a uma cena...Gosto de quem gosta de mim. E me basta!
E me baste"!
"Eu nunca abriguei nos meus pensamentos a vontade de ter voce pra mim intacto. Te quiz com todos os seus defeitos, suas neuras, seus deslizes.
Mas, voce não sei se entendeu meu pedido de amor.Não pedí amor correspondido, pedí amor de Ser.
Acho que fui longe demais e voce se esquivou.Voce teve medo.Medo do amor.
Triste a decisão dos que se fecham em conchas por medo de amar. Mas, sabe lá o quê...O amor é esquisito e doído.
Então, até que se prove o contrário, na minha santa opinião, o amor é uma esculhambação total .
E triste quem não se joiga por medo de afundar.
Quem ama não tem que temer o Sim e o Não.Mas tem sim que entender que o outro pode não estar na mesma sintonia, na mesma cama ou na mesma lama...da desilusão.
Amor é tão vagabundo, que chego a pensar que ele vive catando migalhas, por que prefere não se envolver em uma mesa arrumada só pra ele.
Fico achando que nada mais me surpreende. O amor é solitude, mas é tambem como uma folhinha de papel que se dissolve na água.
Saiba, meu caro, minha cara....Se voce perder muito tempo em desvendar o que sente, pode cair na "desformosura" de nunca sentir aquele frio danado na barriga.E que pense: Descompostura é melhor!
Amar é cuidar!!! Amar é querer pra sí.
É nunca pensar-se desprovida...
Por que não amar...é perder tempo nesta vida".
"São os pequenos acontecimentos, por menor que sejam, por mais simples que se pareçam ser, por mínimos em seu tamanho que fazem a nossa vida ter mais sentido.
A gente sabe separar as pequenas coisas que nos fazem bem, daquilo que é grande demais, mas pouco nos toca.
Ás vezes a grandeza estar num piscar de olhos e não num sorriso forçado".
"Exploro cada momento das lembranças que voce deixou pra mim.
Cheiro de maresia, água salgada, gargalhadas sem proceder.
Exploro cada cheiro que sentí de voce...Deixastes em mim, mesmo sem tocar-me.
Acolho a poesia dos dias que voce efervesceu comigo...Mas eu não pude pegar fogo.
Entendo cada segundo que passamos no mesmo lugar, sem esperar por nada mais. Apenas Estar!
Subtraio e somo os segundos, pra ver se faz uma hora do tempo que junto estivémos e que foi um "tempo nosso".
Desaguo na saudade à proporção de cada avião faz barulho em cima de mim. Poderia ser voce voltando.
Poderia ser voce sim.
A saudade, gente...A saudade é manobrista.
Ela faz círculos, quadrados,
Ela é doída..Mas, oh saudade quando é boa...
Queria eu explorar mais vezes este "tempo" miúdo que vivemos.
Não nos compreendemos!
Mas, eu sei...eu sei...
Naqueles instantes, acho que fizemos planos...Ou enganos..
Mas dividimos.
Multiplicamos.
E eu exploro toda esta lucidez que tivemos.
E vivemos!
Não foi por acaso...Nem ao acaso.
Foi de caso pensado.
Mas, ficou tão muito, que o pouco ainda assina na lembrança...
Daquilo que poderia ter "sido"...
E foi apenas "Ido".
"Quando eu mandei o meu primeiro namorado embora por traição, ele disse:Voce ainda vai se arrepender.Ele continua sentado esperando e eu já mandei mais uns 10 pra dança da cadeira com ele."
E que fique exclarecido: Eu não coloco meu coração nas mãos de quem não sabe o que quer.
Ou voce ajeita isso...Ou eu me ajeito!
"Que sejamos autores, todos nós, cada qual com seu poema, sua rima,seu lema...Que sejamos protagonistas de nossas vidas, que não abdiquemos do impossível e nem nos alardeamos pelo que é visível...
Vamos ser meio a meio: Metade sonho , metade lucidez.
E se for mais convincente, usemos a maluquez de quem sabe que cada artifício vale muito mais que detalhes.
E vícios, e inícios...
Sejamos protagonistas de nossa opinião. Certa ou errada, a gente vai...
E que tudo isso não seja mais do que viver a vida, e sem complicar,
sem esperar demais
Sem mais...
Com tudo
Mesmo, absurdo
Audaz"...
"A gente sempre procura amores perfeitos.Daqueles que nos dão bombons quando chegam do trabalho, que trazem flores cada final de semana, que respeitam o sabor da pizza que gostamos.Meio a meio.
A gente sempre espera um amor que conheça a fragância do nosso perfume e sinta quando estamos chegando. A gente sempre espera por declarações inoportunas, tipo aquelas feitas enquanto voce escorre o macarrão, ou tira a torrada queimada.
A gente sempre espera provas de amor inusitadas.Feito quando estamos numa mesa com vários amigos e nos surpreendem com um: Que tal sairmos no fim de semana pra onde voce quizer?
Se espera que nossos amores sejam improváveis.Que nos tragam e traguem o melhor e nosso pior.
No final das contas, bombons, flores, declarações, finais de semanas, pizza dividida, nada conta.
O que queremos mesmo é aquele amor normal.
Tipo: Estamos juntos e isso basta! Nos amamos e isso nos completa!
Se é pra sempre é tão improvável, quanto se o molho do macarrão vai ter gosto".
" Amor não tem razão,
não tem juìzo, é um desatino.
Amor é barulheira no meio da noite.
É um tal de que nos pega de açoite
E sem nada dizer
Ás vezes nos deixa só.
É uma brincadeira séria,
uma idéia.
Amor não tem exclamação.
Vive-se e esvai-se de amor.
Mas pra quem espera resposta e opinião
Saiba, meu amigo.
Que amor é (in)conclusão".
"Domingo à tarde...
Ainda cheiro de manjericão na cozinha.
Crianças correndo na sala,
Conversa de tempos atrás.
Seria tão bom se domingo
Não tivesse o descalabre, o infortunio,
o delegado, o presumido,
o imprestável
do botão da TV ligada.
Seria tão bom
Se a gente só precisasse ouvir o barulho
de conversas fiadas.
De lembranças de infância
De sentir o cheiro de biscoito no forno.
Mas....Não há como viver mais isso.
Foi a tecnologia, meu caro.
Foi ela que nos roubou o prazer"
Seu silêncio já não me incomoda. Tenho cantado a mesma música sempre em alto volume pra voce não mais dizer que eu erro a letra.
Quando se pensa que já se viveu um grande amor, vem o coração nos atraiçoar e dizer que antes ele não batia era nada.
E no fim dos quantos, não sobrarão nem prantos, para o amor que no entanto, se esperou pelos tantos...
Não vacile comigo.Às vezes eu mesmo me surpreendo com substantivos que se antes eram abstratos, viram comum.