Coleção pessoal de marislei
O ser humano busca o medicamento perfeito, a vacina certeira. Qualquer coisa para que não precise mudar hábitos.
Em 2020 um vírus nivelou os países. Ao passar pelo mesmo problema, cada um revelou sua maturidade política, social, econômica e moral. Ao final, todos aprenderam que é preciso valorizar o essencial.
Sofre quem deixa para depois. Mais ainda quem deixa o tempo passar na esperança de poder dizer: "eu tentei, mas não deu tempo!".
Fique longe das pessoas que te querem como agenda pessoal grátis (APG) ou como babá de cérebro (BC)!
Quando você diz "estou pronto para doar", o universo todo conspira a seu favor e você se torna, não somente um canal de abundância, mas uma fonte incalculável de prosperidade.
Houve um tempo em que tivemos que esperar, sem parar.
Caminhar, sem correr.
Cumprimentar, sem tocar.
Compartilhar, sem um obrigado esperar.
Sorrir, sem se mostrar.
Se despedir, sem abraçar.
Chorar, sem as lágrimas enxugar.
Revoltar, sem ter a quem culpar.
Orar, sem saber o que pedir.
Cuidar, sem a certeza da cura.
Acreditar, sem jamais desistir.
Agradecer, sem merecer.
Repensar, sabendo que o que fomos, nunca mais seremos.
Uma história emocionante de uma paciente idosa que sobreviveu à Covid-19 (SARS-CoV-2) - linda história. “Eu fiquei internada naquela gélida UTI por 12 dias. Sinceramente já havia me despedido, em pensamento, de minha irmã - única parente próxima. Sabia que iria morrer. O corpo moído, a dor e a febre não eram piores que a falta de ar. Chegava um e outro profissional de saúde. Manuseavam meu corpo inerte. Agulhas, tubos, toques frios e mornos, mudança de leito. Eu pensava: fiquem longe de mim, não se aproximem, vão morrer também. Mas eles insistiam, falavam umas palavras que eu não entendia: saturou, descompensou, rebaixou...ai..ai. Eu não sabia quem era quem. Mas tinha uma que sempre me chamava pelo nome, segurava minha mão com a luva fria, mas dava para sentir um calorzinho vindo daquele corpo cansado. Nunca esquecerei aqueles olhos castanhos por detrás dos óculos de proteção. Ela dizia: aguente firme, já vai melhorar. Os dias passavam. Já estava fora de mim. Por duas vezes fui ao céu e voltei. Mesmo sedada, parecia que eu via tudo ao meu redor. Amanhecia e anoitecia, sem que eu definisse se era dia ou noite. O teto branco era meu céu. Vez ou outra eu pensava: agora é o anjo que veio me buscar. Não. Era ela novamente - aqueles olhos castanhos pareciam sorrir, como um sinal de estímulo. Os dias passaram e sentia meu ar e meu sangue voltarem ao meu corpo. Graças à Deus estou indo para casa hoje. Pedi meu celular para escrever esse depoimento. Queria agradecer a todos que me salvaram a vida. Um grupo me esperava. Recebi um parabéns da médica que me avisou que estava de alta. O Enfermeiro me explicou que eu deveria continuar tomando os medicamentos e que a técnica de enfermagem me levaria de cadeira de rodas até a saída. Quando olhei para a técnica que me ajudou a sentar na cadeira, vi aqueles olhos castanhos que tanto me iluminaram e me deram forças para aguentar firme. Chorei copiosamente! Meu corpo sentiu seu toque quente e sua mão firme. Parecia que as células estavam todas em festa. Assim como a equipe que se despediu em aplausos. É gratidão. Não sei o nome de nenhum dos profissionais que cuidaram de mim, mas jamais me esquecerei daqueles olhos castanhos - da técnica de enfermagem.”
Em tempos de crise coletiva formam-se quatro grupos diferentes: os que sofrem e sentem medo, por si e pelos demais e se paralisam, tornando-se um peso; os que pensam tanto que, estáticos, nada fazem para melhorar a situação; os intuitivos, que temem o pior, por isso preferem dar um passo atrás, impedindo que vidas sejam salvas; os que agem precipitadamente, gerando transtornos a si e aos outros. Em tempos de crise coletiva, sinta medo, mas busque coragem para se libertar. Pense, mas aja depois e use a intuição para aperfeiçoar sua prática. Assim, em tempos incertos, pequenos atos, coordenados, podem significar muito para solução de problemas coletivos.
Em tempos de incerteza geral, não me peça certezas pétreas. Faça bem feito o que é do hoje, pois amanhã tudo pode mudar.
O dia em que a terra parou!
Nesse dia, em que as pessoas comuns recuam e repensam, pacientes adoecidos pela Covid - 19, são cuidados por corajosos enfermeiros e técnicos de enfermagem. Eles arriscam suas vidas sem temor, na administração de medicamentos, na assistência, no curativo, na higiene, na alimentação, na sondagem, no olhar generoso para os que perdem o ar em um leito isolado.
Continuam firmes, se expondo durante a vacinação de pessoas saudáveis, para que não adoeçam.
Os Enfermeiros executivos passam noites em claro a elaborar protocolos e os Enfermeiros cientistas não descansam para reduzir transmissão e o tempo de internação.
Esses enfermeiros esperam ansiosos por um biólogo que descubra o ponto fraco do vírus; um biomédico que desenvolva um exame rápido; um farmacêutico que desenvolva um medicamento eficaz, para que um médico prescreva com relativa certeza.
Milhares de pessoas se isolam para que as pessoas não adoeçam, mas apenas um grupo de profissionais se une e dedica seu tempo para nenhum morra - pelo menos não sozinho - os Enfermeiros.
2020 – Ano da Enfermagem no mundo
Alguém precisa informar aos governantes do Brasil que há no país cursos superiores de Enfermagem, com 4 a 5 anos de graduação, que eles existem desde 1890 (Escola de Enfermagem Alfredo Pinto). Isso mesmo: há 130 anos. Que Enfermeiros fazem mestrados e doutorados desde a década de 1960.
Alguém precisa informar aos jornalistas que Enfermeiros podem ser chamados de doutores, porque fazem doutorado, que são líderes e não são subordinados a nenhuma profissão.
Alguém precisa avisar ao mundo que aqui no Brasil, o Enfermeiro, maior responsável pelas ações de promoção e proteção da saúde, recuperação e reabilitação de pessoas adoecidas é o único com curso superior que trabalha mais horas que os outros. Mesmo fazendo 4.000 horas de graduação, como a maioria dos cursos de saúde, ainda é o único a fazer 40h. Odontologia (20h), Farmácia, Fisioterapia, Nutrição (30h). Nas comissões de controle de infecção hospitalar, para os membros executores responsáveis por 200 leitos, os enfermeiros fazem 6 (seis) horas e os demais profissionais fazem 4 horas. Qual é o problema? Por que a discriminação? Qual a razão dessa atrocidade? Por que o Brasil é perverso com os Enfermeiros assistenciais? Essa barbárie faz com que os Enfermeiros com mestrado e doutorado migrem para outras áreas, mais distantes do paciente. É hediondo o que o Brasil faz com os Enfermeiros! Mesmo os que estão na alta gestão e lutam pela equiparação da carga horária, percebem a barbárie, observam a truculência e a desumanidade com que as leis brasileiras seguem o impiedoso e indiferente poder do capital. O resultado dessa desumana indiferença e dessa atrocidade reflete na alta mortalidade materna e infantil, no prolongamento das internações e na baixa adesão de idosos à busca pela qualidade de vida Acorda Brasil! Os Enfermeiros são os que mais produzem estudos científicos e mesmo assim, os que estão perto da população. Sim, eles estão nas altas gestões de saúde, são responsáveis por muitos votos e também influenciam no PIB e no IDH. Mas as leis são inúteis para eles. Valorize seus enfermeiros, trate-os com respeito e verás como os gastos com saúde serão mais justos e a população mais saudável.
Curiosamente nascem mais meninos em anos ímpares e mais meninas em anos pares. Mais curioso ainda é que meninas nascidas em anos ímpares manifestam personalidade masculina e o inverso ocorre com os meninos. É algo a ser estudado.
Ao que se diz desapegado das coisas materiais e, por isso não trabalha para se manter, mas depende de outros para suas necessidades básicas, iludido está em sua hipocrisia.
Trate bem um recém-formado, chame-o de Doutor, pelo menos até que ele tenha um salário decente. Isso ajuda na autoestima.
O Estado deveria investigar o autor do crime de jogar bebês no lixo. Não falo somente da mãe, mas principalmente do pai, réu principal, protegido e imaculado da vergonha e da maldade contra a vida inocente.
Povos que desvalorizam o trabalho similar à maternidade (enfermagem e educação infantil) podem ser ricos, mas jamais serão de primeiro mundo, pois valorizam o que é agressivo, não o que é essencial, amoroso e vital.