Coleção pessoal de MariaIsabelMoraisRF

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Vivemos uma história de amor
Onde os cães ladram e a caravana passa.
Eu não gosto e nem preciso importar-me com
o que os outros pensam a meu respeito.
Nem responder a quem me ofende
Estranho este nosso desencontro
que acabou sem começar.
As feridas, embora estejam fechadas, cicatrizadas,
podem sangrar sem serem vistas.
O homem que eu amo é a parte.
A parte de mim mais bonita e talvez a mais poética.
Embriagou-me com o seu beijo
Como um vinho doce numa taça alegre e deslumbrante.
Tentado imaginar tantos segredos
tantos sussurros na madrugada quente
como o nosso coração.
Senti a maciez dos teus dedos na minha pele, pele arrepiada.
Cheia de desejo nesta manhã.
Orvalhada de esperança, de sonhos simples, de brincadeiras.
Somos um casal bem apaixonado.
Sempre abraçados, agarrados à loucura.
No nosso, só nosso, quarto feito de sonhos e fantasias!

Navego pelas margens
Pelas margens da memória
Sinto-me perdida
Por favor
Não me deixem só
Sozinha
Nos momentos de solidão
Onde rasgo as águas do tempo
Como as gaivotas...
No horizonte
Carregando toda a tristeza deste mundo
O silêncio faz-se tão doce
Que o mar solta-se nos nossos olhos
Adormecendo a dor do coração
As estrelas despertam a solidão
Amor abraça-me
Abraça-me para sentir a emoção
Neste mar de águas profundas
Como um barco à deriva
Cheio de saudade que maltrata
Maltrata esta dor agarrada ao corpo
Que veste de negro esta ingrata alma
Poesia triste, feita em poemas
Na multidão, desta minha triste solidão!

Sou mulher...
Esqueço as ilusões do outono
Aconchego-me nos teus braços...
Esqueço o frio que sinto nas noites
E nas madrugadas onde desenho os meus sorrisos
Desprendo-me dos grilhões que me secam o sonho

Sou mulher...
Não grito e nem choro no inverno
Afasto-me do abismo que me chama...
Não bebo este veneno servido no cálice de absinto...
Rompo as amarras que me prendem, voo em liberdade
Não deixo que a vida me prenda e amordace-me a vontade.

Sou mulher...
Dispo-me das vestes negras e tristes da estação
Não guardo as flores murchas ou as pétalas
Adormeço na noite soltando um gemido de amor
Rasgo o silêncio que me sufoca desta solidão
Entrego-me ao teu beijo ardente na alvorada..!!

Sempre ouvi dizer.....
Que os amantes e apreciadores do vinho ....
Serão castigados e atirados no fogo do inferno......
O Vinho dos Mortos....dos vivos.....
Vinho em garrafas enterrado nas....
Escuras e talvez esquecidas adegas...
Néctar dos deuses deste novo paladar.....
História das garrafas enterradas.....
começou durante as invasões napoleônicas....
Não choreis o vinho dos que já partiram...
Não chorarei os mortos já esquecidos
Na escuridão das suas sepulturas ou jazigos....
Onde cresce à solta, as ervas daninhas...
Sobre os corpos adormecidos que agonizam de dor...
Que precisam de encontrar a paz ....o caminho....
almas sofridas.....perdidas na funda escuridão......
E quando o sol....dos tristes esquecer os vencidos...
Reze e medite orações......calmas......puras e profundas.....
Para todos aqueles que vivem....mudos e esquecidos...
No final meus amigos.....viva Portugal....
Bebei o vinho dos mortos....em memória de todos os vivos....
Se os que amam o vinho e o amor vão para o inferno.....
Talvez o paraíso deva estar vazio.....não.!!!.

Meu amor visita-me.
Visita-me enquanto eu não envelhecer.
Surpreende-me com palavras.
Cheias de amor e carinho.
Das varandas cheias de malvas floridas.
Noites povoadas de flores.
Meu amor vem.
Vem ver-me.
Antes que as brumas contaminem.
O vulcão e a lava do desejo.
Onde os espelhos despertem em mim.
O grito forte de viver.
E da paixão.
Perco-te no sono e nos teus braços.
Sonho.
Sonho contigo perto do meu coração.
Que não sabe como tocar-te.
Meu amor vem visita-me.
Visita-me enquanto eu não envelheço.!

Subo o pano do palco.
Sem público, sem palmas.
Sarcástica da minha própria derrota.
Acordo sozinha com os olhos e as pálpebras cerzidas.
Nas madrugadas e nas manhãs de trovoadas.
Tempestades em que se ocultam os morcegos.
Os escorpiões cheios de veneno, sem luz da vida.
Ânsias, mágoas embrulhadas em pele de cobra falsificada.
Subo o pano do palco, sem público, sem palmas, sem nada!!

Talvez sim, talvez não!
Vou talvez envelhecer triste.
Solitário(a) e abandonado(a).
Envelheço num pais cheio de sol, rodeado pelo mar.
Vou envelhecer precocemente, sem dinheiro.
Para os remédios comprar.
Envelheço como um livro rasgado.
Velho(a) esquecido(a) e guardado.
Vou envelhecer, num país acidentado.
Onde tudo que é velho, deitado fora será.
Vou envelhecer neste inferno, nesta estação.
Seja ela outono, inverno, primavera ou verão.
Vou envelhecer , antes da hora marcada.
Sem destino, sem hora, seja dia ou noite.
Vou envelhecer e só para não morrer à fome.
Vou ter que ser ladrão, vigarista ou aldrabão.
E meus amigos, talvez tenha de mudar de nome.
Embora eu não tenha dinheiro para a luz, água e gás pagar.
Emigrar talvez seja o remédio, para pagar ao banco a casa que estou a morar.
Envelheço num país, muito mal governado por ladrões e abutres esfomeados.
Envelhecemos e vivemos todos neste inferno, neste lindo Portugal.
Envelhecemos com sol, mar e boa comida, com os santos populares
Sejamos velhos ou novos envelhecemos de certeza, neste pais acidentado e doente!

Quarto quente
Cortina velha ao vento.
Quarto de tábuas corridas.
Pedaço de um longo pano.
Resiste a paixão na madrugada.
Revelando-me os contornos do teu rosto.
Da nossa noite de amor.
Perde-se nas horas, nos dias.
Terno abraço de carinhos e beijos.
Perpétuo entrelaçar de corpos.
Sonhos fiéis dos nossos dias.
Quarto de tábuas corridas.
Janelas com as cortinas soltas ao vento.!

Com medo de adormecer
Ou talvez acordar.
Parti de mim para me salvar.
Deixei para trás as janelas abertas.
Dentro da ternura de um voo.
Do teu deserto percorro um tempo.
Um tempo feito de um relógio.
De um abraço infinito
De um amor…de um olhar
Onde brota o sentimento.
Sentimento que invade a alma.
Contemplando o desejo de perder-me num sonho.
A essência que aquece o coração.
Escuto a música com a chegada das ondas.
Misterioso afeto que mantém-me viva
Com medo de adormecer...ou talvez acordar
Parti à tua procura, numa noite fria e escura
Deixando as janelas abertas para tu entrares.!!!

Da essência perder-se o perfume.
Aroma que se enrola no ar
Corpo desprendido do sabor
Lábios soltos,
Vento da minha alma
Transforma-se num espaço vazio da noite.
Transporto o olhar do mar
Entre as lágrimas salgadas
Revoltas de emoções
Silêncio das letras
Palavras feitas em melodia suave
Frases que crescem
Neste encontro onde os corpos fundem-se
Fundem-se em almas nos céus escuros
Num abraço apertado e eterno!

Mais leve que uma folha.
Mais rápido que o vento.
O pensamento vaguei no infinito.

Que bom acabas de chegar.
Para iluminares a minha vida.

Iluminas até o meu pensamento.
Mergulho nos teus carinhos.

Pensamentos profundos...
Quando acaricias-me com as tuas mãos.

Fico sempre sem saber onde ir.
Estou contigo ao vento, ao relento.

Mais leve que uma folha, mais rápido que o vento.
O pensamento vaguei no infinito!

Porquê?
Porquê, a luz do dia fere-me?
Fere-me assim o olhar!
Porquê?
Porquê, tenho esta cruz dolorosa?
Se não consigo rezar !

Quero fugir de mim
Sem olhar-me ao espelho
Não quero ver nele refletida
Toda esta minha dor!

Caminho...
Pelo casa em silêncio.
... nos bicos dos meus pés.
Monótono deste silêncio.
Feito no tempo
... para o tempo
Sentido na alma
No silêncio
Que nos traga a calma
... a serenidade
Morreria devagar...
Já farta de te esperar!

No calor dos teus braços meu amor
Quero e queria...viver e sonhar
Onde navega a minha ousadia
Deixando o meu corpo a arder
Na loucura desta paixão assolapada
Queima-nos os sentidos na lareira
Arranjamos uma maneira de viver
Viver todos os sonhos perdidos
Perdidos com contigo meu amor
Nessa fogueira dos nossos carinhos
Escuta o mar junto ao meu coração
No calor dos teus braços, meu amor
Quero e queria viver, sonhar e amar!

Senhor
Estou tão cansada de viver.
Dá-me uma sepultura.
Para enterrar as mágoas.
Que fazem-me sofrer.
Que vivem dentro de mim a gritar.
Dá-me um bálsamo para a cruz.
Que estou a carregar, ela é pesada "Senhor"!

Senhor
Dá-me um céu
Um céu de várias cores.
Sem mágoas
Sem dores.
Tira-me todas as lágrimas.
Que eu não consigo chorar.
Dá-me luz para perceber.
Porque estou tão magoada.
Tão cansada de viver.!

Porquê?
Porquê escrever, com dor na alma?
Se eu gosto de escrever poemas.
São como filhos acabados de parir.
Porquê andar por caminhos de pedras?
Se o meu chão é feito dos teus carinhos e ternura.
Porque é que eu ando a chorar pelos cantos?
Se apetece-me cantarolar, quando tu olhas para mim.
Porquê gritar aos sete ventos, todos os meus desejos?
Se eu oiço os murmúrios dos teus beijos.
Porque é que ando a fugir dos teus braços....
Com medo de sofrer?
Se posso sentir o teu desejo a deslizar no meu ser.
Porque é que ando a morrer por dentro de dor e solidão?
Se digo-te com loucura e com desejo.....
Amo-te meu amor "com prazer"!

Quero um amor.
Um amor verdadeiro.
Que toque na minha alma.
Que entre pelos meus olhos.
Invada todos os meus sonhos.
Quero meu amor que possuas o meu coração.
Por inteiro
O meu corpo
A minha alma
Quero sentir os teus braços fortes.
Longos
Envolvendo o meu abraço.
Os teus lábios mudos.
Calando o meu silêncio.
Fazendo dos meus desejos.
Breves os segundos de êxtase.
Quero um amor.
Um amor verdadeiro.
Invada todos os meus sonhos
Possuindo o meu coração por inteiro
O meu corpo, a minha alma.
Em direção ao paraíso!

A poesia é mágica.....é feita de prece....
Oração em comunhão..
Onde a estrada abre-se à sua frente.....
O vento sopra levemente nas suas costas.....
O sol brilha morno.... e suaviza a sua face....
Onde a chuva cai de mansinho nos campos.....
Eu sei que é mais fácil desistir.....
Mas é no silêncio que a magia tem força ....
Recita-se esta prece....
Até que nos encontremos.....
Que Deus nos guarde nas suas mãos!
Rezemos sem raiva.....sem ódio ou rancor...
Que a nossa prece a Deus hoje seja simples...
Onde nenhuma lágrima seja de dor....
Nenhum coração sinta a solidão......
Que Deus preencha o vazio da nossa alma com o seu amor!
Onde cada noite escura....existe um amanhecer....
Que perdure sempre a poesia, feita em prece e oração.!!