Coleção pessoal de MariaDePaula
"Não é um trabalho fácil abrir a janela da alma e deixar sentir por inteiro, mas ela não nasceu pra ser metade, meio termo, neutro...
Vai VI+VER
Vai SENT+IR
Vai SORR+IR
Vai FLOR+IR
Deixe IR
Deixe SER".
Tô aqui numa ansiedade que me consome
Sem muita coisa útil pra falar
Aquela vontade de desbravar logo o mundo
De ajeitar as coisas externas pra poder acertar as internas
Minha cabeça a mil por hora
Uma inquietação
Uma raivinha de mim de ter estado tão calma com tudo
Agora é hora de acelerar
Fiquei um bom tempo esperando meu milagre cair do céu
Não cai do céu mas vem de lá
Confiante nas decisões do meu pai, ele sabe o que é melhor para mim
Eis a diferença do querer, merecer e precisar
Então vou deixando nas mãos dele a decisão mais acertada
Que eu consiga acalmar minha alma pra esperar o melhor momento pras coisas terrenas
Vou olhar pra trás daqui um tempo e vou agradecer o que foi, o que não foi e o que será!
Me ensina a ter paciência papai!
Maria de Paula (Nazaré)
Teresópolis RJ Brasil
03/08/2018
180 DIAS
Lá estava ela com um "buraco de 12" no peito, parecia um zumbi, morreu ali
porque tinha que brotar em outro lugar
achou um lugar bonito pra estar enquanto se passava o duro inverno com geadas e tempestades que queimavam as últimas folhas ainda existentes
Foi ali, foi lá, foi em tudo que era espaço pra ver em que lugar caberia enraizar-se novamente
Não deixou a tristeza fixar, caber, morar
Andou nas vaidades e nos egos elevados
E no vazio de quem nada tem a acrescentar
Mas também colheu belos amigos no caminho,
daqueles que se divide, o ouvido, o afeto, a admiração
Aqueles que te admiram quando você mesmo não se admira mais
Aquele lugar cheio mas que parece não ter ninguém
A paisagem era boa, mas era urbana e ela gosta do rural
Quisera ainda existir Elis para juntar-se a ela nas composições de rock's rurais, plantações de amigos, discos e livros e nada mais
Ninguém compreendia ao certo como ela ainda seguia, como seguia e porque seguia, talvez nem ela
Sentiu-se estranhamente empoderar, sentiu-se amada, animada
Fez um duro trajeto de autoconhecimento pra se reconhecer de novo, pois bem, descobriu-se Mulher!
Sim. MUlher! Que pode tudo que quiser.
Nesses 6, até os 3 fechou, encolheu, parou, esperou, mas também viveu, não estava esperando muita coisa não, só tinha certeza que algo muito bom ainda iria acontecer
As caixinhas da mente sempre foram coloridas e até quando é cinza ela dá um jeito de florir
Não nasceu pra ser inverno, nasceu pra ser primavera
Porque a vida é v+IDA
pra ser VAL+IDA
pra ser VIV+IDA
mesmo se SOFR+IDA
a passagem é só de IDA
Ao nascer assinou um contrato mas as cláusulas mais importantes não eram legíveis, teve que aprender como lidar quando era a hora de cumprir aquela etapa contratual
Não é um trabalho fácil abrir a janela da alma e deixar sentir por inteiro, mas ela não nasceu pra ser metade, meio termo, neutro
Vai VI+VER
vai SENT+IR
vai SORR+IR
vai FLOR+IR
Deixe IR
Deixe SER
Deixe VI+VER
Ela levou muito tempo para aprender que não é o que levamos e sim o que deixamos
Ouvi uma parábola sobre uma pessoa que tinha muitos bens e foi caridosa com um necessitado e uma segunda pessoa que não tinha muitos bens mas o que tinha foi
oferecido caridosamente e isso foi esclarecedor sobre "o que deixamos"
Quando se "apanha" todo dia você começa achar que aquilo é normal ao final das contas, mas não ela, ela sabe que não
O cognitivo dela não foi treinado para viver em sofrimento e sim a fazer de tudo para livrar-se da dor e viver de forma a ser FELIZ e não PERFEITA!
Seja sua melhor versão todo dia!!!!!!!!!
Dos 180 dias, depois dos primeiros 90 dias teve mais 90 e esses últimos já foram mais amenos, liberou-se, compreendeu que o tempo de estiagem agora era devido e que é de dentro pra fora
Quando por dentro é bonito o de fora será apenas reflexo
Quando o de dentro é verdadeiro, tudo que faltar com a verdade fugirá dela
Quando viver lhe parecer pouco
Lembrará que a vida só tem passagem de IDA!
Maria de Paula (Nazaré)
Teresópolis/Rj
09/07/2018
Ela é arte pura
Ternura
Talento desmedido
Sentimentos contidos
Exposto da forma mais bonita de se ver
Ela vai, só vai
As vezes sem saber
Caminha lentamente mas com pressa
Uma metáfora honesta
Uma parábola de véspera
Eu sonho com ela
Aquele sorriso abobalhado
O verso não cantado
A energia vital de um coração suavizado
Sente, sinta, viva e reviva
Cante, dance, ame,
Sorria mas não se engane
Uma água calma com um vulcão em erupção
O mundo é dela e a espera
Com a ansiedade do novo
Do bonito
Do suavizado mais bonito
O que? Ela
Porquê? Vida
Onde? Onde quiser
Pra que? Pra pintar o amor mais bonito
Como? Com o sorriso. Sorriso da alma
Seja o que quiser, onde quiser, quando puder
Mas seja!
Apenas você.
Maria de Paula (Nazaré)
Teresópolis RJ
08/07/18
O QUE É FELICIDADE PARA VOCÊ?
Na grande maioria das vezes já pensamos em autonomia financeira como sucesso e
felicidade e esquecemos que SUCESSO mesmo é ser feliz.
O que te faz feliz?
Eu teria muitas respostas para essa pergunta que ao longo dos anos ficaram
registradas na minha RAM (Registro Automático da Memória), mas pensei mais um pouco sobre o assunto na ânsia de me alinhar com meu "EU" e concluo que não depende nem um pouco de coisa externas e materiais.
Quando eu era criança não tínhamos muito mais do que um prato de comida e uma
casa pra morar e explicando melhor isso já que essa realidade não difere da de
milhões de pessoas eu digo, tínhamos uma casa e cama e cobertas quentinhas e
limpas, comida bem feita pela mãe, cuidado e preocupações em vestir e
alimentar, mas não tínhamos o que a maioria das pessoas tinham, como:
televisão, luz, chuveiro quente ou frio (era banho de balde), nada de
brinquedos, sapatos muitas vezes faltava, andávamos uma hora a pé para irmos à
escola e íamos sozinhos, roupas eram normalmente doadas, trabalhávamos todos os
dias, sempre limpávamos a casa, lavávamos roupa, louça, varria o quintal
("terreiro"), cuidávamos dos bichos, buscávamos no pasto e como disse na
maioria das vezes descalços, andávamos nos pastos atrás das vaquinhas de leite
que era a nossa renda(queijo e leite) vendido a muito sacrifício pela minha mãe
e pelo meu padastro, plantávamos capim ("braquiária", capim gigante que também
carregávamos em feixes), buscávamos lenhas pro fogão que esquentava água pro
banho e fazia comida pros cachorrinhos e as vezes até comida pra nós quando não
tínhamos gás de cozinha, tínhamos um lampião mas usávamos velas que saía mais
barato que a botija de gás e eram nossa lanterna encaixadas em latinhas de
leite quando íamos a igreja nas quartas e domingos.
Meu padastro batia na gente regularmente, era dele isso.
Minha mãe analfabeta de pai e mãe.
Nossas convivências com outras pessoas eram escola e igreja, coisas completamente
regradas, vigiadas e controladas.
Nosso lazer era correr no meio do mato se houvesse oportunidade para isso e muito raramente podíamos ir a cachoeira que tinha lá no "sovaco de cobra" que é como minha avó paterna nomeou, rs, íamos na
vizinha (30 min de lá) e víamos quando dava o "vale a pena ver de novo", meus
irmãos brincavam entre eles, eu não, quando brincava era porque minha amiga Dilma ia lá em casa, aí fazíamos túnel embaixo do mato, ou inventávamos brincadeiras que nunca existiram, só existiam lá pra gente.
Não vinhamos a cidade quase nunca pois não tínhamos dinheiro pra pagar passagem
pra todo mundo e me lembro que deveria ser uns 40 centavos naquela época, mas
nossa renda era de 100 reais mês.
Minha mãe sempre teve as plantinhas dela no quintal bem cuidadinhas, sempre foi
zelosa com a casa mesmo com chão batido e as panelas sempre eram arriadas, as
galinhas do quintal tinham nomes próprios, as vacas, os cachorros, até as
árvores nós dávamos nome (me lembro da árvore de Jacaré e a árvore de Perereca
kkk)
Talvez você esteja achando chato ler isso e talvez quando você me "vê e/ou me
conhece" nem imagina a minha história de vida e não que seja importante porque na
verdade é comum, mas o que quero dizer a respeito de tudo isso é que com todos
os flagelos, dificuldades, faltas de coisas materiais, financeiras e isso ha um
pouco mais de 15 anos, com tudo isso e contado a partir do meu ângulo, é claro,
eu tenho a dizer que
Minha mãe nos deu muito mais do que um dia foi dado a ela.
Meu padrasto que eu tenho ranço até hoje, rs, do jeito dele, deu o que tinha
pra dar.
Meus irmãos e eu, vivíamos como todos os irmãos, no amor e na guerra
E eu, nunca me conformei e ou aceitei que viveria daquele modo toda a minha
vida e de fato não vivi, mas nós éramos felizes, eu era feliz, não me lembro de sermos pessoas tristes.
Nós riamos atoa e fazemos isso até hoje se estivermos juntos, pela coisa mais
besta que se possa imaginar.
Nós não tínhamos dinheiro mas tínhamos valor
Por isso eu te pergunto e me pergunto, pois escrevo pra mim mesma, o que te faz
feliz?