Coleção pessoal de marcosvpsilveira1957
Nostálgica manhã
O recado poema foi dado
me chega na lua ainda em prata
ilumina e brilha em meio ao clarão
traz o desejo em forma de rimas ...
Oh alvorada prateada
que tanta saudade retrata
nessa distância malvada!
Desperto do sono isolado
sem o amor ao meu lado ...
Por vezes me pressinto ansioso, instantes de preocupações, intervalos de instabilidade, momentos de felicidade; entretanto, não me é bastante tolerar. Me entrego as letras inexatas e me submeto às dúvidas das magias abstratas: alucino-me, simplesmente!
Cizânia e Paz
Oh ansiedade!
Dissipas-te e alforries-me ...
Tens me sido persistente crueldade.
Oh esperança!
Aproximes-te e aconchegues-me ...
Serás a viva forma do refrigério.
Oh paixão!
Aconteceras-te e confortaras-me ...
Fostes ultimátum e precisão
pois devolveras-me amor ao coração!
Um certo dia...
Remoto, porém atrevido e ousado
declarei aquele desejo velado
e de modo gentil meu querer revelei.
Será que sequer fui notado,
me mostrei intruso ou provável?
Hum! Não sei, mas sei que abeirei...
Suspirei ao sentir um olhar imprevisto,
entendi o sorriso, foi o tudo que pedido;
o coração entendeu o recado-pecado,
do memorável beijo molhado!
A PAZ
A paz em mim é como a gota do orvalho;
verte matinal, singela e fria,
mas transfigura-se em fôlego,
cálido e soberano, essencial aos meus intentos...
Acintosa intenção
Eu, crônico amante
esconso no tempo, abstrato à vida
proposital a devassos intentos...
Posicionei-me com olhos de "Eros"
trajado de sedutor clandestino
atrevido, um libertino bandido.
Oh Profano destino!
Tão me fazes audaz
porém me concebes sensível
isento e puro, com amor de menino!
O alvorecer das letras
Inspirações ?
Me são plurais, a janela traz...
Carícias: a brisa faz.
Em consonância,
meus versos trovam;
e nas rimas leves,
teus lábios vêm.
E assim, em ti centrado,
me brindo, ansiando beijos,
libando amor, de amor fartando !
Intrépido delito
Absolvas-me pela audácia de querer-te;
é verdade que bastou-me um olhar inédito
posto que, súbito, ao ver-te, assaz amei...
Indultes-me dos fartos atrevimentos,
pois doei-me desvairado aos teus encantos
preterindo o contexto, meus medos e receios.
Ora não sustento mais a isso ser alheio;
havendo-me tão e por absoluto apaixonado
que coima ou pena devo eu então indenizar
se ao teu amor sequer alcanço equivaler?
OH Deus!
Nem sempre o dia termina em belo, as paisagens nem sempre em cores, mas Vossas mensagens sempre me serão suaves...
Gratidão é meu dizer, por essa tela, tão comum em minha janela!
Atrevo-me a Ti
Onde escondes feiticeira Lua?
Tanto enturvas-te, não mais te enxergo;
os versos, mesmo os tristes, levaste embora...
Onde estás agora "alvor senhora" ?
Desse modo, frustras-me de grafar poemas,
solitário e lúgubre não mais poderei rimar
pois sem teu reluzente estro não tenho temas.
Venha, oferece-me o teu clarão viver
careço do amor diário que tua luz me traz,
pois me farei tétrico se não mais te ver !
Pois é, inenarráveis se tornam os fatos e seus talhes.
Uma partícula de dissonância incauta pode gerar uma inimaginável e colossal resultância...
Tão visível e à disposição no preâmbulo do cotidiano de nossas ações está o artifício do recurso, que acabamos por insistir na inépcia da réplica infecunda do não fazer...
O rio e a vida
Águas que levam vida
correntezas que não voltam mais...
Margens que as águas beijam
ribanceiras que modelam terras
Cândidos cursos que vida clamam
indefesas dádivas que os mortais exploram
Deus!
Tão pouco o rio pede
sobrevivência que o mundo nega
vida que o Homem impede !