Coleção pessoal de marcos_amaro_1
Sentir a dor física,
pujante, latejante,
faz reconhecer,
o corpo!
Frágil, insignificante.
Frente a mente,
doente,
rastejante.
Fui instigado a escrever sobre você,
quando senti os raios moldados
na janela,
era iluminação pura,
mas não era sonho,
era bela, esculpida em breve instante,
tão linda, sendo singela
Fui relapso, não aprendi
a forma de manter sua atenção,
talvez, bastasse ouvir
e concentrar-me em sua emoção,
dando voz e sentindo,
às dores do seu coração
Linda!!! Linda!!!
Te vi crescer atrás dos montes,
resplandecer, irradiante,
tão grande, que tua irmã era figurante,
em um estabelecer,
de hoje em diante,
mas foi assim,
quero amar-te,
como se fosse o que último instante.
Não queria admitir,
desde o dia em que te vi,
sonhei em tê-la aqui,
sobre o meu peito,
e vê-la dormir.
Não foi aceito,
pelo povo que ali vivia,
nascimento e provação.
Insistiu, pois dele, o povo dependia.
Certo é! Que o matamos todo dia.
Mas, contra o desamor lutou,
pois, palavras de amor entoou.
Janela descortinada,
Você! Deixada ao léu.
Oh! Céus.
Desejo seus favos de mel,
para me entorpecer
nas entranhas desse crime de amor,
e me tornar réu confesso,
ainda que haja dor.
É um dilema,
acho que perdi a esperança,
mas não quero entregar os pontos,
ainda tenho a lembrança
da vida com você,
emaranhada entre contos.
Dor de difícil cura,
volta e meia ela ressurge,
dando pontadas no coração,
ela é dura,
um forte sentimento que
perdura.
Conectei o emocional,
o sonho,
fora do racional,
para não tornar banal,
o ato sentimental,
consumado no prazer carnal.
Pratiquei um delito,
ato culposo,
sem dolo,
redundância proposital,
apesar das variantes,
Bem! Não sei direito, coisa e tal.
Mas, voltando ao delito.
Consumado?!
Crime de amor, como havia dito.
Cabelos brancos,
mãos calejadas,
pele enrugada,
ainda que prefira uma imagem jovial,
não se sinta enganada,
a idade chega como um punhal,
mas sinta-se rejuvenescida,
quando amada.
Não sou, quem penso que sou,
há algo a mais,
escondido no meu instinto,
fruto do meu labirinto,
que busca no inconsciente,
saídas.
Mas, o bárbaro insiste,
quer estar presente.
Eu sabia
que me machucaria,
foi apenas uma doce ilusão,
a presunção que você não seria tão vil.
E como é forte a razão,
simplesmente corrompeu a minha emoção,
trazendo à tona minha visão infantil.
Na certeza da morte,
só quero um pouco de sorte,
e que siga a vida, que anda pela hora da ...
Que essa vá para muito longe daqui,
para que eu possa desfrutar,
dos prazeres que possam estar aqui.
Um respirar, um pouco ofegante,
não pela falta de ar,
mas pela intensa sensibilidade.
Isto é! Ansiedade.
Foi dureza pensar: perdi você,
coisa que não quero crer.
Sim, pode acontecer
do amor esmorecer,
e deixar de enfeitiçar
o meu amanhecer,
deixando de acordar com você.
Parece solidão,
mas é falta de atenção.
Às vezes um carinho basta,
para sair dessa situação,
e esquentar um coração,
que insiste em ficar amargurado,
quando não, ressabiado.
Não ousou olhar-me nos olhos,
sentiu a culpa,
mas... não houve desculpa,
preferiu o silêncio.
A vergonha é alheia,
te envolve em uma teia.
O que farás?