Coleção pessoal de marciamoura
INCERTEZA - II
Na tortura arrancaste-me um abraço,
Fazendo assim aumentar meu desejo.
Doce é tua boca como o gosto do beijo,
unindo-nos, como um nó em um laço.
Quantos abraços e beijos de te ganharei,
quem dera que esses beijos sejam sinceros.
Quanto mais me beijas, mais beijos eu quero,
e se ganho um beijo teu, um beijo, em te darei.
Um beijo molhado um abraço sem presa,
um cheiro no olho, nos lábios uma bitoca.
Na face um beijo na boca uma promessa.
Um sabe lá que não sei. Um sorriso, um olhar,
uma agonia, aflição, medo, um coração a pulsar.
Juras de amor, desejos, abraços. Uma incerteza.
Há uns que morrem antes; outros depois. O que há de mais raro, em tal assunto, é o defunto certo na hora exata.
Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.
Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.
Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.
Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
REENCONTRO
Tua voz ,ainda escuto em minha mente,
falando de amor, e de lembranças.
Trazem em meus dias, a esperança,
do encontro, pra viver o amor da gente.
E a nossa felicidade será tanta, tanta,
que o tempo, vai parar nesse momento.
Será apenas amar, e amor sem sofrimento,
que mesmo o tempo, contemplara o encanto.
Um abraço apertado, horas de sentimentos,
um beijo bem demorado, sem preocupação.
O tempo estar parado, mundo sem movimento.
Um toque de mão um olhar, sorrisos, pensamentos,
uma lágrima a rolar de alegria, euforia, momentos.
Abraços, desejos, de amores perdido no tempo.
ENCONTRO
Quando tuas mãos tocam as minhas,
em rubra verbena tua pele macia colora.
Minha boca por teus lábios implorara,
sonhando o momento que serás minha.
Sinto a dor da saudade que não tinha,
o desejo invade meu corpo sem demora.
Rogo a Deus ao passar de todas as hora,
que nesse momento tu serás só minha.
E em teus braço sonharei meus sonhos,
encontrarei a felicidade que tanto desejas.
Sem temor, ódio ou medo de ser amado.
Ver tua face macia, rubra ao ser tocada,
sentir em teus lábios úmidos, um momento.
Te amarei, sem remorso ou arrependimento.
O POETA
Sem amor, sem poema, morre o poeta,
em sua mente não a luz, só nevoeiro.
Seu inverno solitário, torço e passageiro,
passa as noites a sofrer horas insertas.
Sem poema e sem poeta morre a poesia,
é a Luiz que alumia esse amar profundo.
Sem poeta e poesia morre o amor no mundo,
o amor já não se expressa, vive essa agonia.
Sem poeta o amor sofre, noites serão dias,
pois quem ama sofre e chora vive a solidão.
Sem saber que os poetas morrem de paixão.
Se o amor resiste o tempo à eternidade,
os poemas e os poetas é o clarão do dia.
E o amor junta a saudade finda em poesia.
ERRO MEU
Pobre sou, por que sofro nesse mundo,
a dor de um amor indiferente, insensível,
Sofro e não finjo, e o que sinto é visível,
zombo daqueles que finge, que não sente.
Sofro todos dias, o arrependimento,
por ter amado tanto a pessoa errada.
Deixei passar o tempo ficando calada,
hoje sofro sozinha a todo o momento.
Pobre de quem ama nesse mundo,
que chorar e lamenta, desprezado.
Podre de que chora e de quem ama.
Se eu sofro e por que eu nunca tive,
amor compreensão ou entendimento.
Que paixão é momento e amor é eterno.
FERIDA ABERTA
A quem tentas enganar quando se veste de santa,
o brado rouco da garganta quando clamas o divino.
Não confio em te nem dormindo, pois eis louca,
tua língua afiada, maldosa estremece em tua boca.
Tentas enganar a todos, usando pele de cordeiro,
impiedosa, ataca sorrateiramente, com maldade.
Gargalha com a desgraça alheia, eis falsidade,
finge bondade e engana a todos o tempo inteiro.
Provei um dia de teu veneno em minha pele,
e em meu corpo cicatrizes ainda permanecem.
Feridas que em meu ser continuam frias e fétidas.
Ainda trago as podres feridas em meu corpo,
que de tempos em tempos arrebentam, abrem.
Supurando o mau cheiro de tuas maldades.
Hoje escrevo para falar de amor e saudade,
do primeiro longo beijo, e primeiro abraço.
Laços que entrelaçam nossas vidas no tempo,
momentos juntos, palavras, sinceras verdades.
Quero te escrever coisas belas ou ridículas,
quem sabe um poema que fale de amor.
Apenas o desejo de ser o poeta na dor,
ou bobagens comuns de quem ama.
Ser ridículo, abobalhado, falar sem pensar,
correr, gritar dizendo "te amo" como um tolo.
Sentindo a alegria de quando se é amado.
Falar sozinho, preparando o exato momento
e quando você chegar, parar em minha frente.
Esquecerei tudo, ficando sem palavras, inerte.
YASMIN
És pequena rosa... Branca e formosa
boca pequena lábios rosados...
Haste de lírio flor linda, mimosa!
Poço de beijos pele de sonho e neve!
Doce menina que minha alma teve
que Deus assim ti faz tão graciosa!
Que nesta vida amarga e tormentosa
te fez nascer como um perfume leve!
Ver você sorri, faz bem à gente...
Cheirar você, minha boca, floresce
quando meu nome diz suavemente...
Pequenina que Deus à mim mandou,
que afaste de ti a duvida, paixão e incertezas
Que fizeram de mim tudo isto que sou!
SOLIDÃO
Um barco sem partida, a deriva,
sem porto, sem cais, sem ponto.
Sem vela, sem mar sem canto,
sou um naufrago, a despedida.
Sou um barco sem ancora, a vagar,
sem saber aonde vou, sem rumo.
A cada dia morro, nesse mundo,
solto, com o vento a me levar.
No límpido oceano, a tempestade,
sigo a luz, o farol, o esquecimento.
Sem destino, seguindo, vou ao vento.
À bússola para mim, não faz sentido,
só me resta a solidão, o mar, o vento.
Sem rumo não me acho, estou perdido.
ROSA MORENA
Minha menina! Quero te encontrar
pele linda, morena, olhos radiantes.
Tua chegada mudou meu semblante,
por um instante, tornou-se uma rosa.
Ah, porque não a deixas que te ame,
sem nem um mistério, será minha amada.
Vem ser só minha, fique, seja apaixonada,
corra pros meus braços, sem que eu a chame.
Te procurei por toda minha triste vida,
minha rosa morena... E assim te chamo...
Eis o meu ciúme... Sou eu quem te amo...
Diga-me sim! E amarei a te eternamente,
que na vida encontrei o amor de verdade.
E que será meu único amor para sempre.
CONFLITO
Hoje me peguei pensando, imaginação fluindo,
lembranças de amores passado sofridos, amado.
Pensamentos, conflitos, grito, às vezes calado,
Amores que vem chegando, outros que vai saído.
Em meus pensamentos, linhas mal traçadas,
insônia na madrugado sonhos no adormecer.
Choro só, de saudade, sofrendo sem merecer,
Sinto a falta tua, essa distancia me maltrata.
Tento unir, passado, presente em meu pensar,
tento voltar no tempo pra cura a minha dor.
Tento saber quem sou pra nunca ser esquecido.
Procuro lembra de te, em meu pensamentos,
flui na mente imagem tua, nossos momentos.
E tudo volta o que era, o sonhado reencontro.
ADORMECER
Beijo o teu corpo adormecido,
o cheio da tua pele matinal,
E sobre o teu corpo aquecido,
a tua dor, que julgas ser real.
Há de contar-me nessa vida,
a tua dor que julgas sem igual.
E eu pra te curar nessas vida,
Beijo tuas ferida, sofrida, mortal.
Há de adormecer em meus braços,
e em meus beijos suaves e quentes.
Renascerá o momento mais sonhado.
Quando acorda o seu corpo quente,
rosa vermelha encontrará na cama.
E em teu coração um amor pra sempre.