Coleção pessoal de marcela_bernardi_bochi
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Você sempre me olhava como se quisesse dizer algo. Seus lábios entre abriam, formavam círculos estranhos e mal feitos. E então, seus olhos buscavam um novo alvo, não mais os meus. Desciam até minha boca, talvez. Observavam a parede clara, independente do quão longe ela estivesse. Era nesses momentos que eu sabia que você não diria nada. E que o seu silêncio poderia significar inúmeras possibilidades. O que passava na sua cabeça, cada vez que me via sorrindo ou parecendo cansada? Tinha algum efeito em você? Por que seus olhos não dizem o que você sente? Talvez você seja, apenas, incapaz de sentir. Incapaz de distinguir o que sente, e a profundidade desse sentimento. Talvez apenas fosse orgulho, medo de admitir que você estava, sim, se apaixonando por mim. Talvez, seu tipo ideal não existisse. Talvez tudo girasse em torno de mim.
Você me ignorava na frente dos seus amigos. Mas comentava "linda" em todas as minhas fotos. Você me afastava de todos, como se eu fosse indigna. Mas quando me encarava nos olhos, nunca sustentava o olhar. Então me diga: que ódio era esse, que queria minha atenção a todo o custo?
Temo dizer que, em todas as vezes que te chamei de "meu amor", eu estava errado. Sim, você é um amor. Ou melhor, O amor. Mas nunca foi, verdadeiramente, meu.
Eu queria que ele tocasse todas as curvas do meu corpo, assim como toca as teclas sempre que senta em frente ao piano.
Me disseram que as estrelas só apareciam durante a noite, então por que estou vendo constelações nos seus olhos?
A: casaria comigo agora? é uma curiosidade, não um pedido.
B: casaria comigo agora? é um pedido, não uma curiosidade.
Não sei se estou feliz ou triste. Na verdade, eu me sinto os dois, ao mesmo tempo. Sinto como se não soubesse o que fazer, o que pensar. Sei que não é a primeira vez que sinto isso, muito menos a última. Será que o sentir da vida é esse? Descobrir o que nos preenche e nos esvazia?