Coleção pessoal de Manica
Quando me lembro do passado triste e das pessoas que me magoaram, logo ouço a minha Voz Interior e ela me diz:
- Libere! Libere! Libere!
Experiência... Experiência...
Você aprendeu!
E, de agora em diante, aconteça o que acontecer, você vai estar sempre bem!
Enquanto isso, o demônio dentro de nós revira o estômago e faz cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo, ninguém é tão imaculado assim.
Vamo pra guerra mulherada! Tamo véia, desiludida, de saco cheio, cínica, cansada, mas não tamo morta!
Falam de tudo. Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzisses, chatices, mesmices, grandezas, feitos, espantos. Sobretudo falam do comportamento e falam porque supõem saber. Mas não sabem, porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente. Se sentissem não falariam.
Então comecei uma listinha de sentimentos dos quais não sei o nome. Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto – como se chama o que sinto? A saudade que se tem de pessoa de quem a gente não gosta mais, essa mágoa e esse rancor – como se chama? Estar ocupada – e de repente parar por ter sido tomada por uma súbita desocupação desanuviadora e beata, como se uma luz de milagre tivesse entrado na sala: como se chama o que se sentiu?
Acho que a gente devia encher a cara hoje, depois a gente fala mal dos inúteis que se acham super importantes.