Coleção pessoal de maiara1728

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Escolhe um trabalho de que gostes e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.

Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos.

O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis.

Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só. Bengalas são provas de idade e não de prudência.

Onde não há igualdade, a amizade não perdura.

A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento.

Todo homem é poeta quando está apaixonado.

O livro é um mestre que fala, mas que não responde.

Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que ama.

De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar.

Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado.

Uma vida não questionada não merece ser vivida.

A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro.

Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o amor toma conta dele.

Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.

Tente mover o mundo – o primeiro passo será mover a si mesmo.

Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.

Hoje o sol não brilhou, os pássaros não cantaram, os risos se calaram e as lágrimas rolaram em meu rosto. Meu coração sofre em silêncio.

Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, nós nunca estamos preparados para perder alguém.

Despedida

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.

Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.

E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.

Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.

A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.