Coleção pessoal de mahdesign
Hora de virar a página, ensaiar o sorriso mais bonito, recompor o coração e ensina-lo a bater novamente. Mágoas, rancores e decepções são deixados de lado na medida em que percebemos que o mundo não pára pra esperar a gente acordar e decidir viver.
Tudo simples, nada fácil. Só quem cai e se machuca sabe o tamanho do seu ferimento, o tempo que levará pra cura-lo, o quanto dói.(...)
O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!
A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente.
Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder, para me encontrar.
Arregaçar a carne e enxergar o cru, sangrando, não é coisa pra gente que só se vê arranhando a superfície macia da pele e acha que está bom. Se aprofundar e se sentir confortável com o que vemos, enxergamos e até sentimos, muitas vezes nos dá a segurança que sempre buscamos... sossegar a dois é bem melhor!
Jota Cê
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“Eu tenho que parar de enxergar as pessoas da forma como eu gostaria que elas fossem e passar a enxerga – lás como elas realmente são”
Quero abraço verdadeiro, colo em dia de chuva, carinho inesperado, sorrisos que iluminam.
Quero tranquilidade no caminhar, posturar firme ao guiar, choro de felicidade e de tristeza, que a tristeza sempre ensina;
E eu quero é ver o desconhecido, conhecer o que é visto, conviver com o diferente,
Reiventar o certo, criar conceitos, torna-los vivos,
Quero valores familiares, quero familias sádias. A fala do meu pai, o silêncio de minha mãe, ahh, quero aprender a falar pelo silêncio;
A presença dos amigos, a ausência consentida.
Quero mais verdade, a verdade que fala pelo olhar, pelo respeito.
Eu quero tanto, e eu tenho tanto... E eu quero sempre poder querer mais.
Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota dágua
Definitivo
Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...
Expurgo
De mim foram tiradas as vísceras apodrecidas
Junto com as feridas de um mundo adoentado
Outrora envenenado pelos reis das províncias
E machucado pelos gigantes atormentados
Não há cura onde a real loucura predomina
O louco não consegue gritar quando a mente o domina
Restos são restos, e o que sobra para os insetos?
Que de longe chegam perto de nossa hegemonia
A insustentável razão de um ser humano incrédulo
Que com seu apego, apelo, apreço
Paga seu preço pela sua inevitável ignorância
Que desde a infância constrói seus castelos
E desenha sois amarelos
Desejando um dia ser feliz
Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, completamente livre, é a que não tem medo do ridículo.