Coleção pessoal de MagaiverW
Tua carne treme
Tua alma geme
Meus lábios deitam sobre os teus
Seus olhos anoitecem junto aos meus
Desfio os versos para tua beleza contemplar
Entre tuas margens, teus rios
Me desfaço dos textos para poeta me tornar
Entre uma e outra cena
Um gole e uma tragada
Um deslizar de pernas
Um invadir de almas
Um sorriso libertino
Um olhar malicioso
O desprender de um gemido
Um prazer insonioso
Nas ruas de teu corpo,
Me enebriei entre as madrugadas
Fiz delas versos loucos
Poesias depravadas
A noite cresce dentro dela
A alma desliza sobre a lama
Para frente e para trás
Frenético cortador de grama.
AS ESTAÇÕES DO TEU CORPO
O que seria das primaveras sem o teu perfume?
O que seria dos verões sem o teu sorriso?
O que seria dos outonos sem a brisa de teus lábios?
O que seria dos invernos sem o teu calor a aquecer as noites?
Beija que faz bem
Beijar que mal tem?
Beija que convém
Beijar não faz mal a ninguém
Beija que traz sorte
Beijar espanta a morte
Beijo de momento
Beijo profundo
De parar o tempo
De parar o mundo
Beijo devagar
Beijo lento sem cessar
Beijo que aquece a alma
Beijo que traz a calma
Beija o beijo
Beija flor
Beijo sem amor não tem cor.
Chora o poeta que goza
Suas paixões em forma de prosa
E então esmagam-se as horas
Entre os olhares e as rosas
Eis os versos que hora apresento
As vezes rápidos as vezes lentos
As vezes quentes
As vezes frios
Inocentes, cheios de vazio
As vezes calmos
As vezes insanos
As vezes santos
As vezes profanos
Independentes dos tempos
Independente dos anos
A se espalharem pelos ventos
Outros, a se esmagarem pelos cantos
Navega por entre versos
Réu confesso
Transborda a alma
Nas folhas de um caderno
Recria o inferno
Faz dele o paraíso
Declama silêncios, perfumes
Noites com ar de improviso
"Sonho noite após noite com aquele mar, com as ondas cintilantes daqueles negros cabelos, lembro da pele branca a exalar pecados aos ventos, e daqueles lábios, onde abrigam-se os mais belos poemas..."
Quem me dera perder-me nas ondas de teus cabelos
Quem me dera afogar-me no oceano de teus lábios
Adormecer nas curvas do teu corpo
Nas noites de teus olhos
Em meio ao fogo ao som de tambores, ela dança como uma feiticeira dos mares, com seus lábios incandescentes e hipnotizantes olhares.
Atrás da vitrine daquela esquina esconde-se a beleza,
Atrás daqueles lábios um oceano,
No infinito daqueles olhos um labirinto de sutileza,
A roubar-me o sono com os desejos mais insanos.
És o mistério em noites de lua cheia,
Me enfeitiça com tua dança
Como os marinheiros a entregar-se aos cantos das sereias.
Dizem que nunca se deve olhar no fundo dos olhos de uma cigana, pois ela irá o enfeitiçar e o dominará.Eu e minha velha mania de nunca seguir conselhos.
Ela então cruzou as pernas, sorriu pra mim e sussurrou algo celestial com voz de anjo.Ela jogou aqueles cabelos para o lado e levou consigo um pedaço da noite.Fiquei a admirar cada um de seus gestos.Cada silaba ao se desprender daqueles lábios tornara uma poesia a dançar no vento.Até o relógio do mundo parrou para deleitar-se com sua beleza.Os mares, suspendera-se as ondas.E a lua envergonhou-se diante do luar daqueles olhos.