Coleção pessoal de MagaiverW
Ela deita a cabeça no travesseiro
com a mente em amores secretos
Faz dos próprios dedos
seus amantes prediletos
Pouco tango
pra tanto pranto
Muito canto
pra pouco encanto
Muita flor
pra pouco amor
Pouca cor
pra tanta dor
Quem são os loucos se não aqueles poucos, que fazem de vaga-lumes estrelas cadentes, e aos 60, 70 anos ainda sorriem como crianças inocentes.
Aquelas estrelas vermelhas
atrás do wayfarer
guardam os anos
as noites em claro
os poemas insanos
os quadros do Ian Curtis
na parede do quarto
Ninguém se entende
nesse mar de gente
Correnteza que arrasta corações
e esvazia garrafas
e tantas solidões amontoadas
que a coragem de se entregar
é uma lenda urbana
fumando cigarro na sacada
Salto os olhos pela janela
cheio de amores
para assistir a menina que passa
na rua das flores
esquina com a primavera
João nunca amou o que fez, nunca fez o que amou, nem ao menos sabe, o que ama fazer.João não se importa com safras e/ou marcas, prefere vinhos em garrafas de plástico, comprados na esquina de sua casa.João prefere as filosofias de mesa de bar, do que o divã de algum psiquiatra.João não sonha em ser famoso ou igual a todo mundo, João prefere ser diferente, João prefere ser um "João ninguém.Ninguém o entende.
Você escorada na janela
devagar chego por trás
você acha graça
te beijo de leve no pescoço
o vidro embaça
Gosto de dia que parece noite
noite que parece festa
festa ao qual sou penetra
Gosto do estrago
trago rosas
trago boas novas
trago cigarros baratos
trago vida
trago, trago...
trago poesia.
Eu escalo as paredes da madrugada
Preso a uma teia eu espero a brecha
O deslize da servente,
O descuido do teu anjo da guarda
Eu espero ser esquecido dentro do bar
Com o cigarro já no filtro
Queimando os dedos
E as putas rejeitadas
A procura de carinhos sinceros
Eu adormeço cada noite
Em um par de coxas diferentes
E em cada uma delas
Um conto, um divã me entende
Gainsbourg, Gainsbourg
Absinto para as alma pobres
E flores do mal para as mais belas
"A poesia é uma puta.Trepa a noite toda com almas diversas, mas não está a venda.Trepa porque gosta.E quando goza, não há quem não se renda."