Coleção pessoal de MaelAzevedo
Pessoas gostam do que não tem
Pessoas gostam do que não conseguem
Pessoas gostam de quem não gosta delas
Pessoas lembram bem quando são esquecidas
...
Caminhei com pernas firmes, chutei algumas pedras, corri e fiz poeira arrastando os pés meio cansados claro, mas não parei. Haviam buracos e muitos eu pulei, pulei até mais de um com um único pulo, em outros eu tropecei, ralei o joelho, feriu, mas sarou, não sem dor óbvio, parei em sombras grandes de árvores, mas chegava sempre o outono, as folhas caiam e já não havia sombra, então voltava a caminhar, e o inverno trazia o frio, as chuvas, os trovões, o medo, porém em meio aquelas nuvens negras sempre havia um sol a brilhar na manhã seguinte. Caminhei não sem medo, quando veio a primavera, as belas rosas, os perfumes mais balsâmicos, criei uma ilusão daquilo tudo, parecia não acabar, até chegar as abelhas em busca daquele néctar e então me fez correr, o ambiente ficara hostil, elas me atacavam, corri, corri incansavelmente em meio as rosas, o vento ao nariz já nem me permitia sentir aquele perfume, corri até chegar o verão, o sol nas costas, o calor na alma, uma angústia desgastada com passos já cansados e uma certeza em mim: Independente da estação em que nos encontramos na vida, sempre haverá um motivo que nos faça mudar a rotina, mudar as relações com o ambiente, essa é a forma mais certeira que a vida tem de alertar que nada é para sempre, tudo tem começo, meio e fim. As estações existem para lembrar-nos que devemos ser permissíveis as mudanças, sermos camaleão, modificarmos, adaptarmos nosso eu para uma melhor relação com o ambiente, as pessoas e os seres que nele existam. Por fim só não podemos parar com a caminhada, ela é longa, porém é prazerosa mesmo que as folhas sequem, que as abelhas piquem, que o sol queime, tudo deve ser experiência, deve ser vivido com prazer e sem arrependimento.
Aprendi que sorrir para seus problemas não é uma forma debochada de acabar com eles, mas uma forma inteligente de sentir que ele é apenas o começo de uma grande vitória.
Estava frio, era meio noite meio madrugada, não sei ao certo, estava completamente avoado, embriagado, e depois de alguns passos e dois tombos já não havia mais bagagem as mãos, já havia espaço para mais bagagens depois do último tombo. Você tinha ido embora, te pedi para lembrar das coisas boas, mas sei lá, coisas boas são saudades e elas o que são? Já sozinho, na primeira esquina fiz amigos de boteco, amigos de pinga, contei para eles que o medo tinha me apagado no escuro daquela história. Sei que te feri com meu silêncio, mas queria te atingir com minha paixão, hoje só me bajulam por esse bar e não consigo ter a calma de sua boca em minha saliva. Sinto que te devo explicações, é meio inaceitável sua decisão e ela me faz faltar o ar, eu sei que agora somos como dois estranhos, quem sugeriu tudo fui eu. A decisão é um prato quente, fervido em névoa sombria de dor, então você ficará inserido apenas em minha paisagem. Adeus.
Tive que jogar a razão para cima, naquela hora eu precisava ser feliz e não tinha mais razão para querer ter razão, agora tudo se voltava para uma única situação, a felicidade. Se por razão eu lutei, por felicidade eu chorei, se por razão eu briguei, por felicidade eu amarei.
Um afago envolve meu coração e é incontrolável, me apaixono ao sentir seu hálito doce sussurrando ao ouvido, e ao lhe abraçar me apaixono ainda mais, porém quem garante que você seja o que espero de você. É distante o que você me diz e o que você me faz sentir em troca, me vejo em seu olho em reflexo de uma viagem interior em montanha russa, com muito loop, é quando me acordo e logo dar-te-ia um abraço, caso não fosse criação de uma garantia daquilo que esperei que fosse e não és, não está lá.
Não cobre ser amado na mesma medida, o amor não tem medidas exatas que nos permita comparar. Também não cobre que a paixão alheia tenha o mesmo fogo que a sua, fogo desse tipo não transmite um calor exato, e nem com exatidão o calor da paixão pode ser sentido. Te indico a apenas curtir o momento, permitir a vibe rolar, seja criativo e tente descobrir esses tamanhos se doando aos montes. Vibre a cada olhar mais compenetrante, sorria discretamente sexy a cada abraço mais forte, antes disso tudo seja feliz por você e não por outro alguém necessariamente.
A felicidade não passará de um momento? Eu não vivo de momentos, vivo de histórias! Você não sabe, mas eu me cobro diariamente uma história cheia de bons momentos. Antes que sua pouca idade e maturidade me faça tropeçar nesse paradigma calce meus sapatos e entenda por que caminho...
Aprendi a sofrer das piores dores e angústias em silêncio, aprendi também que o silêncio nem sempre será a melhor das respostas, na verdade ele quase nunca foi, por vezes ele tem sido apenas uma presença fatídica de meu próprio medo aflorado em lábios ressecados, trêmulos e gélidos. Percebi que uma resposta pode ser longa e não ter sentido, e pode ter sentido sem ter que ser a mais longa de todas, em quatro letras arranjo uma resposta para muitas coisas, amor. Notei que amar nem sempre será razão para todas as coisas que pensei em fazer, pois amar também foi razão para não fazer nada. Fiz do amor próprio uma rotina de aprendizado quando ele me fora apresentado no dia em que fui traído, e lembro que naquele dia tive que sumir. Sumir para mim, então ficou percebido que é a melhor forma de se fazer presente, presente em alguém que agora sente com minha falta o quanto eu faço falta. Por falar em trair ensinei que trair não é ato falho, é ato assertivo, pois é a certeza que você não quer aquilo, quer voltar para aquilo, ou simplesmente quer ir adiante. Então traia e sinta o que realmente quer. Bem, por fim aprendi que não se vive os 25 sem antes ter tido 19 anos, 20, 21, mas também não sei se aos 30 anos sentirei ter passado vivo aos 25, pois a coisa mais impressionante que percebi e aprendi foi: Eu ainda não sei de nada...
E quando a saudade te invade o coração, um gelo toca sua alma, ocorre um frio que enxarca seus olhos, uma boca que resseca de uma ressaca que passou e nem um sorriso por hora deixou.
Frio,
Um olhar trocado [frio]
Um simples 'oi' [frio]
Um aperto de mão [frio]
Um cheiro no pescoço [frio]
Uma mensagem no celular [frio]
Uma ligação sem hora marcada [frio]
Um almoço juntos [frio]
Um banho dado [frio]
Um abraço apertado [frio]
Um beijo molhado [frio]
Por hora me agasalho a cama, para não me acompanhar com o frio do vazio.
Aprenderemos sempre mais com os tropeços que com os acertos. E é sem medo de errar que vou vivendo, o acerto me acomoda nas ruas do destino, e o destino já está tão bem escrito que a vida sabe bem de cor
E o que seria sua beleza quando você se fez num presente em pacote charmoso, atraente, porém quando aberto é apenas mais uma caixa vazia. Pensei que fosse como um livro de romance policial, com mistérios, segredos, desses que nos dá cala frios, onde o 'mocinho' passa por apuros e temos ansiedade de ler o desfecho, mas quando te li nem a capa lembrei mais. Daí pensei, como julgar um livro de bela capa, não, não, não dá, até a capa de um livro seria mais interessante quando abre sua boca e o pior dos livros não seria tão vazio quanto você foi (é). Comparei então como se fosse uma cede morta em água, logo imaginei que seria a forma mais fácil de ludibriar meus olhos, mas te ter, lembrar-me de ti, só me fez pensar em água de mar e água desse tipo não mata cede. Foi quando me veio a ideia de crença, o ideal de acreditar naquilo tudo que por hora fantasiei em mim, religiosamente fiz isso, mas a troco de nada, religião é algo tão complexo que acreditar em você, ou naquilo que você prega seria terrível, é como dizer: Sou não praticante. Não ser praticante, é não ser nada, e praticar te amar, praticar gostar de você, ou praticar acreditar em você quando você parece nem ser você, é o mesmo que ser agnóstico, crer em algo que nem sabe-se o que é. Esqueça essa capa, quem tem capa é SuperHomem e uma simples criptonita o mata, esqueça essa carne, toda carne vira carniça, retire essa máscara o baile já acabou, seu show foi digno de palmas em libras, plateia repletas de surdos e mudos. Esqueça, abandone, me esqueça, me abandone, preciso ir de encontro ao que me pertence, estou apenas me livrando daquilo que me retarda, adeus
E depois de viver muito e extrair um bocado da vida, a gente descobre a sutil diferença entre confiar e se acorrentar. É aquele breve hiatos insano entre chorar e dar uma segunda chance.
Ontem passei na estação para sentir um pouco daquilo tudo, um pouco daquela Babilônia real onde uns passam, outros chegam, muitos ficam, e diversos se vão talvez para nunca mais voltar. Muitas Marias, vários Josés e diverso era aquele mundo. Acordado caminhei e vi que fora dalí não havia muito, só a escuridão, o frio, o vazio, a surdez, então logo voltei e fui cuidar daquela estação, daquela vida, da minha vida.
Parei de olhar para os lados, e ainda assustado com as sensações que vira fora dali, respirei e dei dois tapas em mim mesmo, um para lembrar daquela Babilônia que era a estação e outra para não dormir mais, pois a minha Babilônia que chamo de vida estava lá, sempre esteve, para ser vivida e só dependia de mim a arrumação da minha própria estação e para tanto não poderia dormir jamais.
Não posso falar muito sobre mim, nem tudo sei sobre essa pessoa, esse camaleão, minha vida é como um cometa, o menor abalo muda a tragetória, mas a tragetória nunca acabará e por onde passar deixarei meus rastros. Quando precisarem saberão onde me encontrar, lá em cima, no universo onde só as estrelas brilham e os cometas impõe medo
Não é que eu não queira, é que eu não posso. Por mais que meu coração queira, minha cabeça já disse não, e só funciono bem quando ambos seguem uma mesma linha de raciocínio, apesar que só a cabeça raciocia, mas o coração sente, daí então as coisas em mim não funcionariam bem ou no limite do aceitável, seria o mesmo que almoçar sem fome, beber sem cede e dormir sem sono, todas são sensações de saciedade estourada e a tendência será o vômito, o enjoo, o superfluum, e como não quero te vomitar, então melhor seguir seu ante-conselho, e dizer-te adeus como queres. Então se for para dizer adeus, e se assim para você for mais fácil, eu direi 'au revoir'.