Coleção pessoal de lyster
E O VENTO LEVOU
Os homens que a terra criou
A verdade
Que o amor na criação plantou
E o vento levou
A felicidade
Que a vida em cada homem um dia deixou
Entre os homens a amizade que existiu
Hoje acabou
E o vento levou
A alegria de viver em harmonia
A razão para encontrar no próximo
Uma verdadeira família
E o vento levou
O sorriso
De quem aprendeu a sorrir um dia
A esperança de quem prometeu amar sem medida
E o vento levou
A inocência das nossas criancinhas
Deixando sem atitude
Os sonhos perdidos da juventude
E o vento levou
A vida
O INEVITAVEL
O belo das árvores agitadas pelo vento
A aura da manhã calma
Tocando a harpa da alma
Cintilando corações em orações
Libertando aromas de emoções
Onde tudo parece paz
Sem lamentações
O inevitável acontece no tempo
Em que o mundo inteiro se esquece
E tudo bem parece
O canto dos pássaros em festa
A natureza tirando a cesta
Entre sorrisos e abraços
Tudo presta
Agitadas ondas do mar
Os homens com pressa para amar
Sem caminhos por onde andar
Em noites contemplando o luar
Com receios de tropeçar
O inevitável acontece no tempo
Em que o mundo inteiro se esquece
E tudo bem parece
PINTAI
Com cores alegres
O mundo pintai
O tudo
O nada
O bem que não se apaga
A vaidade que o homem engana
Pintai os sorrisos de festas
Os dias de lamentações pintai
A beleza
A grandeza
A realeza
O orgulho que o homem despresa
As paixões que nos tira a nobreza
Pintai a vida
Pintai a morte
Com cores de boa sorte
Que aos homens dê alento
E os conforte
Nos dias sem contentamento
Pintai a ilusão
EU VOU FALAR DE AMOR
Eu vou falar de amor
Nesta terra onde só há dor
E o mal germina como flor
Terra adubada com rancor
Propícia ao cultivo da inveja
E ciúme sem pavor
Lugar onde o bem morre
E o mal cresce com vigor
Eu vou levar aos corações o amor
E do rosto dos homens
Vou secar as lágrimas de dor
EU CHORO
Meigos sorrisos
De amores postiços
Olhares fingidos
De quem diz ser meu amigo
De olhos nos olhos
E amores de molho
Entre mil, um escolho
Amor para toda vida
Só a Deus imploro
O QUE SERÁ DE MIM
Se do meu rosto
Lágrimas não caírem
Consumindo do meu coração
Todo o meu desgosto
Lapidando mágoas
Transformando – as em águas mansas
Que do mal todo bem alcança
Sarrando feridas do coração
Abertas pela lança
Da falta de amor e desconfiança
Varrendo da memória tristes lembranças
O que será de mim
Se de medo
Meu coração rejeitar mudanças
E de dor fechar-se em promessas de amor
E falsas esperanças
Neste universo repleto de cobranças
Onde os homens
Em mentiras celebram alianças
O que será de mim
QUEM SABERÁ
O destino do homem
Se dignidade terá e bom nome
Se passará fome
Errante pelas ruas
Ao relento
Sem saber por onde dorme
Quem saberá
O que vai no coração do homem
Que fala de paz
Mas o ódio o consome
Desfilam sorrisos lindos nos lábios
E por inveja quase que não dorme
Quem saberá
Para perdermos as pessoas que amamos nao implica necessáriamente que elas morram, basta que as matemos