Coleção pessoal de lysman
Gosto muito de ser o Homem-Universo consciente
de que fala Teixeira de Pascoaes:
"O homem é o universo consciente
Pela sua boca fala a pedra e o nevoeiro
Por isso o que ele mais ocultamente sente
O que nele é mais vago
É o que é mais verdadeiro."
Será o homem para o universo uma paixão inútil?
(como referiu J.P.Sartre)
Reclamo, por meu turno, seja através de um claro
sonho, ou num qualquer presciente momento do dia,
um ponto de certeza que o meu ser-total ache cre-
dível em si mesmo. É que eu, ainda que me reduzis-
se a um mero e micro sintoma do quântico univer-
sal, teria de me crer, por tal proposição, não
mais que um acidente, um capricho de jogo de da-
dos, por sorte incubado no e do alento a que cha-
mamos vida.
Porém, se essa paixão inútil do Universo pretendeu
designar o Homem, não me importo mesmo nada de
gostar desse ´capricho´..., isto porque:
Vivo-me do Homem que Eu Sou e conscientizo-me n´ele. Porque Eu Sou também Universo - tal como a
gota é legitimamente o Oceano.
A verdade é que nos comportamos, nós, os cristãos,
como alguém que tem na parede os retratos dos antepassados e entende honrá-los interpretando
neles o passado sem ter em conta a importância do
presente (...)
Nem a magestade da montanha a capacita de receber
o pleno sol de um dia inteiro - ainda que ela se
ache total nos seus próprios dias.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
´A sabedoria constitui uma espécie de orvalho a qual, como não ignoramos, nos molha, refresca e desenvolve. O conhecimentoé, em contrapartida, uma espécie de corrente de água que nos lançam em cima. Quando muito, serve para alterar o desenvolvimento das nossas raízes. Os conhecimentos passam, mas a sabedoria fica.
Agradeço imensamente sem esquecer o oportuno e benquisto gesto, o favor, o préstimo - a tábua
de salvação me atirada. Não ousando discutir a
qualidade da madeira daquela, gostaria contudo
de não me sentir devedor de um barco inteiro
quando me insinuam a lembrança.