Coleção pessoal de Lupaganini
E inesperadamente adormecemos, inertes para a eternidade. Como amantes de Valdaro. Ali me entreguei por inteira e minha paz, minha paz foi esquartejada.
Lupaganini
Quão grande a opaquez da vida
Esta que nubla e nos arrasta
Quizera para o mar
Quizera para o sol matinal .
Quão grande a mesquinhez humana,
Essa que luta pelo dia a dia,
E não se aguenta sem grana
A mostrar quantas posses leva ao túmulo .
Quão grande o homem que chora,
Percebe a insensatez da sociedade
Que não ama mas em bravata
Se esconde detrás da vitória insana de uma pseudo-razao.
Quão grande o vazio que o desamor pode trazer, e como o orgulho, benzer o demoniaco.
A diferença entre a uva e o vinho é a mesma do namoro e do casamento. Ambos tem como diferenças as pisadas e o tempo.
Lupagani
Lupaganini - Casa do Poeta
Arde a felicidade em minhas entranhas
Nunca em mim coisa mais estranha
A manter - me cega
Me dei o direito
Mesmo sem jeito
Caio em seus braços
Feito pintura apática
Feito desenho sem traço
Sua sedução é concisa
Como perna de bailarina a levantar
Cada movimento calculado
Cada rodopio é estudado
E me entrego totalmente a seu deleite
Visto que sua sedução foi só enfeite
E o perigo está por vir
Porque não existe perfeição
E se assim é volúpia
Certamente morrerei
Encarcerarei
Feito presa fácil
Sem mais cantar
Nunca mais cantar
Nunca mais
Nunca
Oh coração que dilacera, impera o amor contratual, que inexistente acaba com qualquer amizade e cumplicidade.
Oh enganação legalizada que forja o ideal e esmera o que já não existe. E como todos ,aos gritos buscamos a inocência banhada a uma lembrança que só existe na saudade.
A sabedoria do observador é se manter de boca fechada. Quem o protege de um laudo errado? Somente a lingua adormecida.
Preciso urgente de um amigo que seja diferente, que pegue na minha mão me seja confidente.
Não precisa ter o físico atraente. Mas que tenha o coração amável, uma conversa saudável e me chame de amor.
Preciso , não por carência, não por deficiência mas para manter minha vida nos trilhos ,readquirir meu brilho e acordar pela manhã com vontade de fazer amor.
Oh alma santa que se levanta, me sucumbe de amor.
Aclama-me, chama-me, encha-me de esperança. Sou seu amor, seu calor,
Sua alma viva ,que desativa meus limites e de alegria canta o canto alegre e melódico do sabia barranqueiro.
Oh alma limpa que, desterrado de pureza encontra com meus propósitos e perguntas: Quais são, onde quero chegar com tão lindo canto? O que quero alcançar com esse som que invade meu coração? Oh ! Como te enxergo, lá no pé de manacá! como me é satisfatório, esse notório e sensível canto do sábia.
Lá trocamos o primeiro beijo, flechou-me o peito e eu, o sabiá que cantava me beijando ...
aqui e acolá. Meu sonoro sabiá .
Lupaganini - Casa do Poeta
Acordar,abrir os olhos, fragmentar sua vida,mensurá-la, pesá-la a cada ano e depois ,depois desvencilhar-se de atrozes fatos que não acreditamos que passamos, que os permitimos. Mas isto, isto tudo tem o tempo certo. Ninguém vai parir antes da hora sem sofrimento.Um parto prazeroso e coeso tem que ser no tempo exato. Mesmo que o tempo lhe seja longo e desastroso.
Terça- feira
Se a Terça fosse um terço, rezaria a Deus pedindo pelos pecados meus, Coroaria de flores minha vida , ressaltando o meu percurso Até aqui, laçaria um cavalo branco e fugiria para bem longe de minhas desilusões, nessa fuga voltaria ao tempo e sem nenhum lamento fincaria pé em meus propósitos sabendo que a vida nos engana , que o três gera preferencias por um , que a referência , caráter e o fim pode vir sem terço, cavalos brancos ou flores de Jasmim.
2012
Sigo o caminho da paz. O amor ,por mim, foi escolhido. O resto vou catando,feito feijão , e vou separando.
Lupaganini - Casa do Poeta
Foi assim:
Lá do alto da galha de minha árvore favorita eu assistia minha própria vida.
Eu ainda pequenina ,tão franzina, tinha os pés voltados para as incertezas do tempo.
Como éramos traquinas,quanto éramos pensantes e quantos sonhos em mim habitava.
minha mãe mantinha aquela casa sorrindo,eram momentos mágicos... o esmero com que ela cuidava daquele lugar o fazia um palácio de valor inestimável.
As cores tão foscas e embasadas desenhavam na paisagem um gradro em tom pastel e aquilo fazia aquele cenário brincar com minha imaginação que não tinha noção da dificuldade que atravessavamos. Era bom, eu tinha sonhos e seguia quem também os tinha.
Do alto de nossas vidas enxergavamos um filme,era o maior curta metragem já visto porque passava muito rápido .
Era tudo lindo, tudo era muito bonito e havia simplicidade naqueles momentos tão fáceis ,ainda, de serem vividos.
Quão pequenina minha casa era e tão imenso era aquele amor ali existente, porque ali no assoalho de estrume,no barro, no telhado colonial escondia tamanha felicidade que não recebíamos visitas por falta de espaço; a casa estava sempre cheia. Eu, menino de asas, assistia a vida passar de cima de minha árvore de jacarandá, ainda sem saber voar, sem saber que iria estocar saudades, sem saber que rumo tomar.
Nunca deixe sua vida nas mãos de outrem.
Seu humor é seu e ninguém tem o poder de mudá-lo.
Sua dignidade é sua e ninguém tem o poder de tirá-la.
Sua capacidade se encerra até quando você quiser que se finde, ninguém gere seu cognitivo.
Suas emoções se alteram quando você permite .
Assim quando o defeito alheio lhe é direcionado, olhe com desdém, somente será forte em você o que você permite.
Só lhe atacará aquele que deseja sua presa ou se rui por própria fraqueza.
O QUE NAO TEM SOLUÇÃO
Se muitas vezes me vi triste,
Desesperado em desajuste,
Não me culpe,sou humano,
Sou daquela raça inquieta,
Que só aprende quando o pior
Piora,
E lá de fora eu passo a enxergar,
O quanto fui feliz autrora.
Sou daquela raça pequenina,
que Deus sopra vida
E na investida ,
eu pensativa prefiro a morte ,
Porque não reconheço o óbvio
e os perigos em corte.
Sou da raça que sorri um dia e chora vinte,
sou da raça que radiante de saúde,
se ve infeliz, porque o importante é queixar e parar para lamentar.
Achar que todas as vidas são melhores , e que toda fatia é maior que a minha.
Sou da raça que não enxerga a si, mas enxerga o outro so quando ele ri.
Da raça que não enxerga que vida tem que ser bagunçada,
que nossa empreitada vaza aos quatro cantos quanto insistimos no sossego sem ajudar e ser ajudada,
E que Deus não nos dá o preparo para receber ,
e, se insistimos em não entender
a chibata come ,
e não é Deus nos batendo, somos nós mesmos adeptos ao auto fragelo ,
quando insistimos em arrumar a nossa vida ,sem arrumamos a nós mesmos.
É! A vida é bagunçada, nada é perfeito, e se tudo não pode ser solucionado, se não temos controle sobre o que virá, é porque é certo o ditado que diz : Que o que não tem solução, solucionado está.
Nasceu algo novo
eu vi, veio devagarzinho
não fez alarde, somente invadiu
eu resisti, mas tanta era a solidão.
Debati ao resgate tardio
ah! como me privei de você
mas enquanto vida,ouve procura
era loucura.
No meu diário eu não existia
só sua vida,
seus beijos sonhados, longe..
e um pigmento claro de vontade
Lá longe ousava recusar-te
debatia a mais leve condição
eu sofria,mas era longe demais
era amor de mesmo ventre.
Agora disposta,sem coragem
pura miragem,
abro meu caderno de respostas
lembra? Resgatei...
E agora, me deito, quietinha
feito feto abandonado.
feito coração transplantado
querendo bater novamente,
feito nova semente
enterrada,
olhando terra acima
procurando sol,
e uma rima pra continuar a viver.
Lupaganini
17-06-15
Posso te dizer amor?
Que tanto calor ao tocar meu corpo, seu conforto na quentura de tuas mãos me abranda de ternura.
Posso de dizer amor ? Em sussurros te chamo a noite e um pernoite se faz após tanto , e acordo com a libido de um novo dia.
Posso te dizer amor ? Nada seria sem seus olhos a me fitar e sua boca na minha, e você amiúde, falando em meu ouvido o que tanto amo escutar.
Posso te dizer amor ? Que dizendo tudo o que quero ainda é pouco diante do muito que seu aconchego me proporciona , e aciona meus melhores sentimentos que entre momentos de delírio eu te pergunto baixinho:
Posso te dizer, amor...
HOMENAGEM A SANTO ANTONIO
Já no início de vida
eu querida e desinibida
me atrevi a casar
conversei com meu Antonio
santo bondoso e discreto
pedi que de todo jeito
me arrumasse o marido certo
De joelhos em cimento
eu exigente como era
em meus pedidos e curas
pedi que me livrasse de homem ciumento.
Rezando mais um pouquinho
com meu jeitinho guerreiro
abracei meu santo Antonio
pedi um homem com dinheiro.
Desta feita os predicados
fiquei satisfeita e feliz
mas queria um homem delicado
daqueles que nos encantam com o que diz.
Mas tamanha era a lista
que a noite foi passando
e eu sem querer
os adjetivos aumentando.
Gostar de ler não podia faltar
traquejo no falar essencial
bom governante do lar
e um lorde ao amar.
Os filhos
dele tinham que se orgulhar
visto que família é tudo
e minha espécie deveria continuar,
De mais a mais
Tinha que com meu pai combinar
visto que valores que ele trouxe
Muito queria cultivar.
De vida em vida
Nada se vingaria
Se não fosse homem trabalhador
E no amor não amador
No contexto um conquistador
porque vida que é vida
tem que ter enredo todo dia
E um ar inovador
Muito embora satisfeita
com o modelo a seguir
me esqueci de mencionar
que nunca deveria partir.
Pouco depois de enumerados
Tantos dons e predicados
olhei meus pedidos
Encobrindo meus pecados
A folha já ia ao chao
olhei meu santinho querido
Meu devoto amado
a me olhar com exaustão
Seu rosto entretanto
Não me parecia santo
tamanha imposição
Do meu pedido sem educação.
E com resposta de pronto
Já que minha fé era no ponto
O Santo exausto me respondeu
Me parecendo um pouco tonto
Filha
esse homem que tu queres não nasceu
para que eu te atenda
Terei que inventar
Leva-la as nuvens
Te apresentar um poeta
um cesto de vários doces
um anjo da cabala
um mágico que te fará matriz
até o momento em que perceberes
que para fincar vida a dois
se sentir feliz
não precisas de vários adjetivos
Mas somente de um pequeno verbo
que te levará a completude
aquele que vai fazer você se dar
sem nada desejar
um pedaço do paraíso que se chama amar.