Coleção pessoal de LumahCristina16
Há tantas lágrimas almejadas pelas íris da alegria,
Há tanta alegria desovada no útero de tuas lágrimas por ti desprezadas;
Mas a porta se fecha em um mundo onde nunca houve portas,
E a chave da tua liberdade se afogou nas fechaduras do desengano,
E o Desengano sopra uma brisa torrencial de certezas em teus ouvidos,
E as Certezas deliram no porão de tuas retinas e de tua alma platônica.
Banhei-me nessas águas turvas
Sobre o lodo efêmero do oceano
Suportando este trôpego desatino
Presa nas linhas, margens e curvas
Por onde anda a humanidade que habitava em mim?
Aquela luz emergente de alegria, onde renascia a esperança tão ingênua, quase sem fim
Usurparam-me a felicidade, a minha inocência
Sobre as sombras instáveis do meu céu Cativeiro da minha essência
Num cinza pálido e com nuvens carregadas chovendo sobre a minh'alma
Desabas sobre o túmulo do meu peito
Agora eu sei o significado do "apocalipse"
Despi-me do horror das sombras da alma.
Senti o fulgor da vida desabrochando;
Beijei o espelho, fiz as pazes com os meus demônios.
Superei sangrando os meus traumas,
Quando uma nova aurora em mim
estava nascendo.
Não será na inércia dos sentidos
Nem no holocausto das dores
Viveremos presos e rendidos
Ao caos da mórbida realidade
Não sangraremos por vis amores
Pois é preferível sangrar verdades
Do que afagar o ego com mentiras
Feito um verbo sendo sorvido pela língua
Agairrando-se no céu da tua boca
Escorrendo pelos cantos de desejo
Vou sugando e sentindo o gosto
da poesia que tem o teu beijo
No entrelaçar das línguas, brincando com epílogos, traçando os contornos dos nossos lábios
Logo, vão surgindo as primeiras estrofes
Efervescentes
Insanas
Traçadas no céu das nossas bocas
Há um infinito dentro de cada um.
A dimensão de todo o universo, em nossa mente.
Um mundo sem fronteiras, num oceano que permeia todo o nosso interior.
Ainda que haja caos em toda amplitude do nosso ser, há células que copulam entre si, toda uma constelação de calma, para a nossa alma.
Somos tão complexos em nós mesmos, que nos limitamos;
Em Ser apenas mais um na multidão.
O que seriam das almas
Se não fosse a poesia
Para vesti-las de amor
Cobri-las em analgesia
Depois de cada verso
Somos mais humanos
Menos matéria
E mais alma
E lá estava Ela outra vez, olhando sua face no espelho. Parecia não se reconhecer, as marcas aparentes estavam mais acentuadas.
Havia uma sombra na cortina embaçada que cobria os teus olhos.
As muitas noites insones, várias poesias sendo tecidas na tua mente inquietante... enquanto o punho se contorcia, os dedos procuravam desenhar as palavras no papel.
Num breve instante, entre um lapso de memória e alguns segundos de pura insanidade, registrava tuas tristes quimeras.
A sobriedade afastava alguns fantasmas, num pouco de lucidez, ainda havia vestígios dela.
E logo quando a perdia... podia fitar na tua frente, os demônios que lhe roubavam a quietude. Era como olhar dentro do olho Diabo, lhe tragava para dentro de si! E num inferno, a tua alma viajava... saia do teu corpo, vagando pelos umbrais de teus infortúnios, era como ter mil açoites sobre a tua carne.
Quando o mundo de tuas fábulas se colidia com o teu caos, Real... Havia uma guerra por dentro de si, à qual fazia sangrar por todos os lados. E nessa hemorragia de sentidos saturados, morria a menina nos versos, dando lugar a estranha criatura.
Tantas noites insones, lágrimas, feridas e tantos outros finais não escrito nas tuas páginas. Haveria um final feliz para aqueles profundos olhos tristes?
"Não sou já gente, se é que fui gente vez alguma! Será esta alma que trago maior que a minha?"
Pudesse eu aprender a abraçar as sensações imensas, em vez de me afundar nelas, sem deixar qualquer sensação tornar-se numa angústia profunda. Sinto a analgesia de não se ser ninguém; E se choro e agonizo é por este exagero de mim... que não caibo em nenhum lugar. Deste modo exagerado que tenho de sentir tudo - de querer tudo e não ter nada!
O que sinto ser é um transbordar de Ser, uma contradição imensa em si. Há alguma paz nisso, mas não tanta que dure...
Desejei tanto, quis tanto florir... se fosse uma Flor, seria a mais bela entre elas. E se à mim fosse concedido um par de asas, nem o céu me serveria de limite.
Enfim, assim vou vivendo, quem sabe um dia ainda aprendo a deixar menos de mim por ai... e levar menos dos outros pra onde
O que aliviaria a minh'alma
Se não, esses versos traçados?
Nesse amontoado de sentimentos
São cortes que das veias sangram
São pedaços de mim expelidos
A poesia é o meu bálsamo
... para as feridas, meu unguento
O corpo sucumbe aos males...
A mente despoja-se da sanidade
Estamos à um passo do abismo
E nem sequer aprendemos a voar
Para quê então, nos afogarmos
Nesta precoce e dura realidade?...
E que os dias revestidos com espinhos na carne; sejam levados ao nascer duma nova primavera. Trazendo flores eternas nas nossas almas, e afagando-nos, nesses dias invernais.
Quando as mãos se unem, os céus estremecem.
Onde o caos nos tocou
A vida nos fora sugada
E a alma desamparada
Seria o amor a cura?
À nós reles mortais?
Amaldiçoados a morte
Jogados a própria sorte
A "humanidade" está em extinção
Desde quando tornou a nossa
Principal algoz
Não podemos simplificar algo complicado - você não pode desfazer a maneira como você vive sua vida, com quem você decidiu estar aí ao seu lado,no início da manhã, quando você percebe essas cicatrizes no lado do seu peito, sua constante tentativa de fazer sorrir e se sentir como uma criança novamente;você só pode esperar que esse trem não demore por muito tempo, que quando ele passar que leve tudo o que você tem embora.
Não importa o quão distante soa, é apenas uma fantasia.
Nos dois estamos presos numa maldita vida em que não existem meios termos, mesmo quando você precisa estar por perto estando tão distante.
Talvez seja porque, no fundo, ambos sabemos que isso pode não funcionar, nós dois sabemos que cada beijo poderia muito bem ser o nosso último, porque eu provei respostas vazias ácidas e fui queimada com tanta frequência por elas, meu coração foi treinado para suportar alta dosagem, a cada segundo desfalece... e sei que os beijos são substituições temporárias por coisas que não são ditas.
O bom da vida,
é que as vezes ela te surpreende com a chegada inesperada de alguém, nela.
São tantas coisas em comum, detalhes particulares se revelando aos poucos...
O carinho que nasce de uma amizade despretensiosa, que vai dando lugar a um novo sentimento. Vamos deixando vestígios nossos no outro e os dele vai ficando na gente.
A ansiedade tomando conta do desejo de estar perto, de ouvir a voz... de dar e de receber carinho. Um carinho tão especial.
As horas e minutos são contados, a saudade acaba invadindo o peito, com a falta desse alguém.
Os momentos vão se tornando especiais, o início de uma nova história, vão sendo traçados em linhas de versos.
E por dentro de Nós, tudo transformando em poesia. Do primeiro olhar, ao primeiro toque.
Já não tenho tempo pra perder, digo isso; Como quem valoriza cada segundo que a vida me oferta.
Deixa o seu discurso com palavras vazias, para ocupar as supérfluas ilusões.
À mim, não atinge o seu modo tão clichê de se portar.
Toque-me! Mapeando cada centímetro da minha pele.
Deslize para dentro de mim, acomode-se por inteiro.
Não tenha pressa, decifre os meus sinais, leia-me nas entrelinhas, onde sussurro os meus desejos.
Sinta o meu corpo tremendo ao teu toque, ardendo pelo prazer que à mim, proporciona.
Ainda que tu caminhe para longe, muito longe de mim... ainda assim, sentirás a minha presença contigo. Em um lugar que nem uma outra esteve.
Hoje sou eu quem comanda esse jogo
Reparto as cartas e dito as regras
Espero que saiba brincar com fogo
Se quer mesmo jogar comigo
Jogue e tente quebrar a banca
Saiba que eu ainda possuo um trunfo
Posso ter a última carta na minha manga.
Ontem a noite o céu choveu,
as nuvens choraram.
Não foi diferente dos meus olhos
Que nublados também choveram...