Coleção pessoal de luiselza
BREVÍCULA DE SENTIR (Luiselza Pinto)
Do teu nascimento à tua morte
Tu aprendes durante as quedas
Mas cuidado para que tal sorte
Não te leve ao sentir das pedras./
ALGORÍTMO (Luiselza Pinto)
Tu és a saudade que me rasga
Dor sem corte e corte sem dor
Distância física que me engasga
Algoritmo máximo infindo amor.
Tu és a minha coluna vertebral
Os nutrientes do ar que respiro
Lúcido devaneio transcendental
Algodão doce do meu suspiro.
VÂOS (Luiselza Pinto)
Os raios do sol irão vergalhar
Os espelhos e os retrovisores
E vão sorrir aos ares indenes
Que fugiram de seus amores.
Há ondas e som num derreter
Os passados beijos cruciantes
Nomes conservados em nome
Do sal do sol outros instantes.
Apenas a sabedoria consegue unir e dosar, no espaço tempo certo, a inteligência poupada à acefalia útil.
Transita entre ilusão, erro e/ou negócio torpe delegar ao passado a solução completa de questões que nasceram sob a óptica de outro espaço tempo.
Deve cultivar alguns baldes pequenos todo aquele que polemizaria os incongruentes no descartar do grande.
A razão não pode e nem deve controlar o amor que alguém sente. Todavia, ainda que sem rédeas ou regras, mesmo que por somente um infinitésimo de tempo, ela tem que conduzi-lo.
Se uma das melhores coisas que alguém me presenteia é ser diferente do que sou, ainda que esteja símile ao que estou, é inconcebível como firmeza minha que eu deseje que o outro seja – principalmente em pensamentos e convicções – igual a mim.
A natureza tem uma idéia original toda vez que um ser humano nasce; e, mesmo no caso do nascimento de gêmeos univitelinos, a originalidade emerge, ainda que alguns instantes a posteriori.
Quem está, física e/ ou mentalmente, com algumas pessoas, consome a energia e o espaço-tempo que deveriam ser investidos nas verdadeiras companhias.
Tanto quanto o tempo é a régua que mede a variação do espaço, um louco é a mais inviável das companhias para um covarde.
Apenas a certeza maior que qualquer medo consegue avaliar a dimensão do sim ou do não que alguém dá, troca ou vende.
A paixão é um embotamento mental e sensitivo cujo prazo de validade é o desanuviar das ilusões. O amor é um microscópio eletrônico de varredura de duração infinita e que, instrumentalizado na realidade, perpetua-se ainda quando o amar se dissocia do querer.