Coleção pessoal de luiselza
Estranha vida em que se pode ir várias vezes aos mesmos lugares; e regressar somente a um... Não, não, não. Se é único, não é a um que se retorna; é para um que se volta.
Quando um sentimento se baseia numa memória que é maior que a história, é preciso muito cuidado para que a lembrança permanente não se transforme numa dor crônica ou num pedido sem objeto e objetivo.
Desperdício é aquilo que se deve, pode e se quer evitar em pensamentos, mas não se evita. Imprudência é aquilo que se deve, pode e se quer impedir em palavras, mas não se impede. E loucura é aquilo que se deve, pode e se quer evadir em ações, mas não se evade.
Mesma régua, duas possibilidades: Numa extremidade, o paraíso; no outro lado, o inferno. Quanto mais o ser opta pela potencialização do que é, mais ele se aproxima do paraíso; quanto mais o estar se deixa impor pelo que não lhe cabe inatamente, mais ele caminha em direção ao inferno.
Se teus pensamentos forem 99,9999999999 públicos, darás às pessoas a possibilidade de optarem pela tua presença; ou ausência. Economizarás o espaço-tempo delas; e o teu. E os extremamente raríssimos punhais que se aproximarão das tuas costas virão muito suaves e sempre à luz do dia. Jamais te percas no medo daquilo que é somente o investimento em liberdade.
Menos ruim é a decepção que não tarda, pois ela tende a iluminar a razão e diminuir a perda de tempo com inutilidades.
A vida nos traz o doce e imponderável mimo de conhecer algumas pessoas; e, às vezes, a vida forja a ilusão de que as leva, momento em se pode medir se a sensação do presente recebido é uma realidade maior que a suposta ausência deste.
A vida continua... E melhor é seguir com ela, nela e por ela. Eis aí a loteria quatro vezes acumulada para o singular prêmio de potencializar o ser daquilo que se é.
Há próteses que são eficazes para os membros de um corpo. Mas ser substituível não é regra sem exceções e a única maneira de um sistema emocional não atrofiar, ou não sucumbir, é seguindo em frente; ou (re)construindo a direção...
Quis encontrar uma única gota de sofrimento, contudo elas já haviam escorrido nas lágrimas que jamais foram choradas. Seguiu ainda em frente. E desejou sair de tudo; mas não se salta para longe do chão que se tangencia; apenas se volve a ele, goste-se ou não, queira-se ou não. É espaço tempo do mesmo ser e outro estar (apoiado) no jovem sentir... O mundo, de azuis horizontes verdes (às vezes quadrados), segue redondo em suas alegrias, alegorias, alergias e ironias...
O intransigente, por vontade, desconhece a firmeza que há nos números; o covarde, por pavor, rejeita os algarismos significativos. Mas, em algum espaço tempo compreendido entre a vida e a morte, o pragmático aprende a contar.
Um governante que não é líder, não consegue nem mesmo ser um chefe fraco. E jamais será um estadista, mas exalará sempre a empáfia dos ditadores sem chicote.
É do ser de cada um aquilo que, excetuando-se o tudo que se possua ou o nada que se tenha, permanece.