Coleção pessoal de LizLarkin
Você finge que me quer, que tem carinho, que me ama. Você finge tão bem, que eu até acredito, que eu até sinto saudade
"Minhas partidas nunca são pra valer. A grande verdade é que não consigo ir. Partir de você, seria como partir de mim."
Não chorei, não gritei, não fiquei chateado, não bati pé. Pra que fazer tanto barulho? Que vá, nunca me pertenceu.”
Indiretamente você me mata - deveria ser preso por me torturar assim. Ninguém devia sofrer assim - muito menos eu.
Acorda, toma um café, penteia esse cabelo e saiba que você não precisa de mais ninguém para ser feliz. O mundo é seu.
Me diga que está triste, eu consolo. Me diga que nunca foi tão feliz, eu concordo. Me ame ou me odeie. Me mande pra p****-que-o-pariu ou me convide pra ir com você. Exploda na minha cara ou se derreta na minha mão. Deixa eu te ver morrendo de tanto rir ou com vergonha das olheiras de tanto chorar. Só não me esconda o rosto. Me abrace, me esmurre, me lamba ou me empurre. Só não me balance os ombros. Não me perturba assistir tua dor nem acompanhar teu gás. Te ver mais ou menos realmente me incomoda. Mais ou menos não rende papo, não faz inverno nem verão, não exige uma longa explicação. É melhor estar alegre ou estar triste, mais ou menos é a pior coisa que existe.
Levanta dessa cama garota. Anda! Sei que está doendo, mas levanta. Coloca uma roupa. Passa a maquiagem. Arruma esse cabelo. Ajeita a armadura. Segura o coração. Sai por aquela porta. Enfrenta o vento. Sorri pro sol. Segura o coração. Olha pra ele. Passa reto. Não caia. Não caia. Engole o choro. Finge de morta quando ele falar com você. Seja fria. Continue andando. Enfrente seus problemas de cara. Reaja. Vai. Está pensando que é só você que sofre? Está enganada. Anda menina. Para de ser infantil. A culpa não é de ninguém… Se apaixonou agora segura. Anda. Seja forte. Seja feliz. Seja uma mulher.
Vou te ver indo embora, olhar pro céu e pedir que o universo cuide de você por mim. Que seu coração não seja partido, e que você consiga viver um romance desses de cinema que eu nunca acreditei. Que entendam tuas músicas, porque são muitas, e saibam que carinho é primordial pra você. Que planeje o casamento do jeito como você sempre sonhou, e que sempre te olhe com aquele olhar de quem se apaixona sempre que te vê. Eu desejo que o mundo seja gentil com você e que você explore tudo que você quiser e saiba que teu destino é grandioso. Eu espero que mereçam o mundo, porque você vai desdobrar pra dá-lo, e nem sequer vai pedir algo em troca. E ainda que de longe, eu irei celebrar silenciosamente, tudo aquilo que você alcançar. Por você só tenho coisas boas pra levar, assim a mala não fica tão pesada, assim fica até mais bonito de se olhar...
Para não sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente. Não vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar. Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho.
Eu não queria mais do que você poderia me dar, também não teria coragem de te implorar. Essas coisas a gente recebe sem pedir. Eu invejei os corações que você amou, porque você não me amou assim. Eu quis ser diferente pra que você gostasse de mim. Eu quis tanta coisa pra poder caber em você. Pra você olhar pra mim e ver que eu estava disposta a curar toda a dor de você. Tudo bem, eu lidava melhor com ela, dá ela aqui pra mim. Eu não ligo, desde que você esteja aqui. Eu sei, parece loucura, imprudência, mas nem eu sabia no dia que eu te conheci que você seria isso pra mim. Essa tempestade de emoções, que eu ia sentir como se me afogasse, toda vez que olhava pra ti.
Eu quis que você fosse pro mundo e só encontrasse tristeza e desilusão. Não porque eu sou ruim ou te desejo o mal, rir mas porque assim ainda haveria um pedaço de mim que acreditaria na sua volta. Acreditaria que você iria voltar desesperado por não ter um “eu” lá, por não me achar por aí. Mas dói, dói muito saber que eu não passo tanto tempo na sua mente como você passa na minha, e chega a dilacerar saber que você sorri por aí pro mundo mesmo sem receber meu bom dia, coisa que eu não tenho conseguido sem o seu. É triste saber que eu empaquei nessa melancolia e você segue lindo, feliz e tranquilo sua vida sem mim, que ainda encontra beleza no mundo, que não precisa tanto assim do meu amor.
Nem pensei que me afetaria, nem que teria toda essa importância pra mim. Na verdade veio como uma gripezinha sem pretenção e me tomou em febre. Passei mal por dias e nem eu entendia o que era. Mas sabia que os sintomas diminuíam quando eu te via. Então busquei a cura naquilo que me aliviaria. Entendi ali que eu novamente fora desconcertada por outro alguém. E tinha certeza que eu tava no controle, mas aí te vi rir e os olhos semi-serravam e se escondiam numa certa timidez que você tentava controlar. Era como se eu não soubesse nada do que eu queria, ou que achava que queria mas eu tava errada. Eu não planejei você, eu não planejei nada. Mas naquele momento eu falei baixinho pra mim que eu não queria perder isso pra nada no mundo. Eu sussurrei pro universo pra que ele me deixasse ficar contigo, enquanto eu te via dormir. Mas a verdade é que ninguém acreditava na gente, nem você. Mas eu acreditava tanto. E me mantive acreditando, e queria te fazer acreditar. Mas como que eu vou doutrinar um sentimento em alguém? Como é que eu vou pedir que você olhasse pra mim com todo amor que eu te olhava? Como eu vou te pedir pra ficar sendo que você nem se importava se eu fosse embora? E te vi ir. E eu tive vontade de mudar de país e nunca mais te ver. De te xingar , de chorar alto e gritar que eu tava bem e não precisava de nada. Eu quis tanta coisa mas continuei querendo você. Eu sei dos famosos clichês, sei que o silêncio esfregou na minha cara tudo aquilo que você não disse mas tava ali, era só eu perceber. Tudo bem, amor. A gente sempre cansa da unilateralidade. Isso não me fazia deixar de te querer, mas eu precisava desistir, sabe? E eu senti tanta pena da beleza do que eu sentia, que resolvi guardar comigo, afinal era só coisa boa que eu tinha pra te dar. Eu dormi pensando em você e até murmurei: eu sei que você nem gosta de mim mas me deixa te olhar mesmo assim...
12.04.20
Ela agia de uma forma diferente cada vez que eu a via, e eu sabia que ali estremecia um corpo atordoado pelo amor. Nem precisava ser pelo meu, era só um corpo que já desfibrilou tantas vezes por conta do amor que tem marcas profundas. Mas nem todos conseguem ver. Ela escreve e rasga, depois mastiga e engole a seco, e eu morro. Morro de tudo, morro de medo, morro de saudade, morro de dor de pensar que aquele coração deseja habitar dentro do meu, que já não é um bom lar há tempos. As janelas foram quebradas, no chão há buracos que parecem irreparáveis, nas paredes há tantas marcas de luta que viver ali seria perigoso e talvez até doloroso. Quem estaria disposto a cometer tamanha insanidade por um emaranhado de sentimentos que vive se perguntando onde foi que escreveu de forma errada essa história cheia de poréns? Ela sabia de tudo, e eu sabia de nada. Ela ouvia cada palavra que eu dizia e mastigava e engolia novamente. Ela absorvia, e meu mundo tão estranho e chato virou palco de histórias que ela já conhecia bem e gostava. Nem eu entendi o porquê ela estava ali. E pra dizer a verdade eu não entendia mais nada... As dúvidas eram degraus que quanto mais eu subia mais eu questionava o porquê das dores cotidianas me afetarem tanto. E assim como ela eu também era um corpo atordoado pelo amor, vai ver que no meio disso há uma conexão desconexa de reflexos quebrados que se encaixam e a gente vagueia buscando os cacos que nos encaixem. Eu não esperava nada, e ela esperava tudo. E tudo que eu tinha era uma história mal contada de alguém que um dia foi amor da cabeça aos pés e hoje procura ele por aí.
A OUTRA PARTE
Não sabia que a parte que nos falta
Fazem-nos errantes em busca do que somos em partes
Achei que tinha entendido o que era amar
Pensei que pudesse dimensionar
Mas foi apenas uma qualidade em rascunho
Ou um simples rabisco em um borrão
Um sentido semi escondido
Algo semiprecioso...
Não sei se a inteireza faz sentido
Se são as partes que nos partem
E nos descompassam...
O todo que se torna dividido
E nos deixam partido.
Explodem na ânsia do pensamento como pantufas
Que surgem a todo o momento diante de nós
São os sonhos nostálgicos que nos unem
Ideia esplêndida das partes,
Embora encontre o fim no meio dos planos
São as partes que partem você numa parte
E te fazem dependente da outra
E às vezes não é somente parte da nossa vida
É a única parte que nos causa solidão
Chegam e tiram os pés do chão
Mas é a ausência da outra parte que parte nosso coração
FELICIDADE REALISTA
De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.
Naquele dia fazia um azul tão límpido, meu Deus, que eu me sentia perdoado para sempre não sei de quê.
Eu duvido! Duvido que você não chame meu nome quando você sente falta de alguém, duvido que não sinta falta do meu carinho sempre tão sincero, falta de me contar como foi seu dia, as histórias da sua vida que sempre foram pra mim melhor do que qualquer novela. Duvido que você não me procure nas biscates que você pega por aí, sempre tão vazias. Vazias igual a sua liberdade idiota que nunca te serviu pra porra nenhuma. Talvez esse seja o nosso problema, eu sou completa demais pra sua vidinha mais ou menos. Eu sinto, eu penso, eu falo, eu te conheço, isso te assusta né? "Tô invadindo seu espaço? Desculpa." Essa fui eu, durante todo esse tempo, me desculpando por que mesmo? Me diminui pra você ficar maior, pra você não me perceber entrando na sua vida. Se você pudesse sentir o quanto isso dói você quem iria se desculpar. Eu queria ligar pra você, e te falar sem pausas tudo que eu ensaio toda vez que você me magoa, mas nunca digo pra não te magoar, afinal você não me faz mal por mal, e talvez esse seja o pior mal que se possa fazer a alguém, tão natural. Bobagem, como se algum ensaio no mundo fosse me deixar firme depois do seu 'alô'. Então é isso, tô te escrevendo! Sempre fui mais segura com as palavras. Tô te escrevendo pra talvez um dia te enviar, mas to escrevendo. E não é sobre você dessa vez, é sobre mim. Sobre o quanto eu sou boa, igual a mim tá difícil meu bem! Sobre como eu não preciso usar cinco centímetros de saia e um decote no umbigo pra ser mulher; Sobre como, ainda assim, só eu sei fazer de você um homem. Sobre muitas coisas, mas principalmente, sobre quantos homens eu poderia estar saindo nesse exato minuto. Não é com você, é comigo sabe? Por exemplo, EU te idealizo nesse momento como o melhor, não que você seja. Acho legal você brincar com a sorte, mas se eu fosse você não teria tanta certeza da minha posse assim! Talvez ninguém tenha te avisado ainda, então desculpa se eu vou te dar essa notícia sem te preparar antes, mas a porra do mundo não gira em torno do seu umbigo! Ficou chocado? Acontece. Só queria te dá um conselho, em nome da nossa amizade e meu carinho por você, tira uma mão da liberdade e segura um terço. Fica assim, agarrado nas duas coisas sabe? E reza, reza muito pra não aparecer ninguém que mexa comigo enquanto você fica brincando de não saber o que quer. Porque eu sou amor, e ainda que não seja o seu, essa é a minha essência! E você não deve acreditar muito nessa ideia, pelas tantas vezes que eu quase fui, mas um dia eu vou.. sempre foi assim! Mas deixa eu te contar um segredo: se eu for, eu não volto.