Coleção pessoal de literaturanacional

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⁠Estou indo embora de algum lugar que ainda não sei onde fica.
Mas e se um sentimento for um lugar?

⁠Abraça-me forte até arrancar a parte de mim que é tua, e aceitarei ficar em migalhas sem dor.

⁠Mas de repente tive uma ideia toda sem sentido:
Tudo sempre fez sentido, e este é mesmo o meu caminho.

⁠Se algumas das palavras minhas entendessem o que dizem, fugiriam depressa para lugar nenhum...

⁠Saudade... de quê?
Essa é a saudade que mais dói: de quê?

⁠Que dor pontuda a de não te ter, ouvindo-te por toda parte dentro de mim...

⁠Meu coração soprou teu nome e quis parar...

⁠Então a tristeza era isto, rios caudalosos sem começo nem fim que viajam devagar...

⁠Rotundas saudades saúdam ao longe em trombetas soturnas...

⁠Um dia por acaso meu coração pensou. E desde então não mais quis pensar: tudo em que acreditava lhe pareceu tristemente errado.

Um dia por um instante meu coração pensou. E então nunca mais quis pensar: tudo aquilo em que acreditava pareceu errado.

⁠As coisas vão dando adeus de maneiras tão sutis...

⁠Acho que é no estômago que a saudade acontece em mim.
Nada preenche, e no entanto tudo estufa.
É a presença atrofiada de ti, no passado e no agora que durará para sempre.

⁠Estou me sentindo ir-me embora contigo, e essa é nossa dor una e indestrutível.

⁠O mundo inteiro hoje me grita um silêncio mesquinho e monstruoso.
Por que isso, gente?
Por que há tanta saudade?

⁠E a saudade também é uma forma de se despedir aos poucos do que se ama, o grito vai diminuindo até que um dia resta apenas o buraco com ecos quase silenciosos.

A saudade é uma forma de despedir-se aos poucos de si mesmo...⁠

Essa dorzinh⁠a fina da saudade que se aproxima de acontecer, essa é uma fina crueldade da vida...

⁠Passou o inverno, os brotos espiaram verdes e ainda pequenos a luz do sol nova e dourada. Abraçaram-lhe aqueles braços de raios e os brotos se tornaram grandes flores e coloridas de multicores, soube-se então naquele coração que o inverno havia passado e demoraria a voltar. Um rouxinol pousou na ponta de uma crisálida aórtica e cantou, enchendo aquele porão de vida e assustando os fantasmas que fugiram atordoados para um lugar com ódio. Ali não havia mais rancor, nem culpas imperdoáveis, nem tristeza jorrando em riachos silenciosos. Então, o coração soube outra vez e de vez anunciou em retumbos galantes: "O inverno passou, vejam todos, chegou aqui o amor, o amor aqui chegou...".

Sentir é mais importante que pensar.⁠