Se eu te carregar, me carregarás também com todo o peso de nós dois dentro de mim?
Cansei.
Que energia se vai no simular alegria e contentamento, e todo mundo acreditar, que deselegância...
A dor escorreu, mole e malemolente, pela rachadura que eu pensava ser invisível. Não era.
Na verdade era uma falésia de frente para o mar, e eu me via afogar...
Acabou, acabou.
Mas repare: nunca antes havia começado.
O que eu verdadeiramente falo apenas se pode sentir, não ouvir.
É necessário estar dentro de alguém para ouvi-lo bem.
Ora, não me copie. Saiba errar por si mesmo.
Verdadeiramente fui por demais verdadeira.
Minha sentença é derradeira.
Sorrir triste também é bonito...
Sorrir falso é que é horrendo.
Respira-me fundo, ou então me deixa para quem me absorva inteira.
Se tu me aspirasses, me diz, qual seria o odor de todas as minhas ausências?
"Olá, estranho, há quanto tempo?" - disse eu para mim mesma, fugindo depressa do espelho...
Tudo o que não tenho procurado tem me seguido pelas sombras do meu passado...
Partes de mim vão indo embora, e se agarro uma outras cem caem para fora...
Dito isto, isto é tudo: o amor que todos procuram...
Meu peito pesa, as costas encurvam, os ossos tremem, ninguém me disse antes que a solidão era de chumbo e nem me servia de escudo...
À medida em que falo da minha tristeza ela vai indo embora. Mas sei que está só se escondendo atrás da porta...
De tantas coisas que se inventam, alguém um dia inventará o amar sem se perder?
Acreditava que eu mantivera minha inocência lá do início. Então, fui tateando toda a raiva que a roubou de mim, e fiquei alegre e triste: aprendi a sobreviver, mas não era mais eu.
Mais que de fantasmas, tenho medo do vazio do absoluto nada que habita em mim.
Tenho medo do que no fundo já sei.