Coleção pessoal de linamarano
Doce menina,
Do olhar que acetina,
Dissipando a neblina;
Da voz que fascina,
Quebrando a rotina;
Da boca alcalina,
Que a minha bolina;
Teu beijo fulmina,
O coração, que amotina;
És minha heroína
E minha ruína.
Me conta
De ponta a ponta
Reconta
Me deixa pronta
Pra tua afronta
Depois toda tonta
Me desmonta
E remonta
(Me conta!)
Um frame,
Um ditame ...
Não gosta?
Não reclame!
Mas não encosta!
Passe adiante,
Sem resposta!
Mas se gosta,
Deite confiante
Nesse enxame.
Inflame!
Se esparrame
E ame!
(frAME)
As asas do anjo batem breve,
De leve, o barco flutua na brisa.
Avisa o Capitão - "Ninguém ao leme!
Treme sonolento, mar adentro,
Bem no centro do doce sussurro,
Cai o muro à luz da lua.
(Sussurros de Anjo)
No tabuleiro da vida,
Há sempre um vassalo
Paparicando um rico,
Dando investida,
Fazendo fuxico.
Há quem pule como cavalo
Pro lado que convém,
Se dizendo cavalheiro,
Mas não engana a ninguém!
Há quem viva como carneiro,
Trabalhando como peão,
Contando vintém,
Sem alma, sem coração ...
Tem quem se esconda atrás de Rainha
Rocando que nem menininha,
Fugindo mais que fora da lei
Mas arrotando como Rei.
E há quem lute com gana
Sem espada, sem medo ...
Joga com classe, como Dama,
Esses se contam no dedo!
(Jogo de Damas)
Para elas,
As flores,
Há sempre encontros,
Ainda que seus caminhos
Desertores,
Sigam linhas
Paralelas,
Nos descaminhos
Da vida.
Enfim,
Nada pára elas!
(Paralelas)
Teu lixo
É meu luxo
Meu capricho
Teu muxoxo
Teu cochicho
Meu arrocho
Teu esguicho
Meu repuxo
Teu seixo
Meu debuxo
(Luxo o lixo)
Asa morena
Vem e me abraça!
A dor é pequena,
Mas constante, não passa!
O passado condena,
A alma estilhaça...
Felicidade, me acena,
Me enche de graça...
Assombração:
Uma sombra feminina
Que lembra sobras do passado
Assombrando-lhe o presente
Sobretudo nas noites insones
Sem sobretudo!
Enquanto mantivermos a criança dentro de nós, haverá magia! Quando deixarmos o medo do ridículo nos guiar, teremos envelhecido!
Podes me ver
entre-Olhares!
São entradas e saídas
entreabertas e insulares
de meu intrépido coração.
Podes me ouvir
entre sussurros entrecortados,
nas entrelinhas das palavras,
são enigmas entrelaçados
a entremeios de paixão.
Podes me sentir
na entrega, entresseios
no entra boca e entre-eixo
entre tantos de meus anseios
de ti.
(Entre)
Negras linhas,
Corredores da memória
Teimando em revelar ...
Tão minhas
As sombras dessa estória
De uma noite de luar,
Que começou por adivinhas
De forma tão simplória
Para assim, me desenhar!
(Negras Linhas)
Outro beijo, mais um suspiro
Não resisto, já deliro
Em tua cama, me atiro
E com os demônios conspiro.
Nem penso, mal respiro,
Eu giro, viro e transpiro,
Mil e um pudores, eu firo
É assim que em teus braços, eu piro
Me sorve, me suga doce vampiro!
(Eu giro)
Ana Lívia Lava-boca
A roupa, ela não lava;
O lixo, ela não leva;
Ordem, ela não louva;
Granfina, usa luva!
Todo dia, ela quer love!
Ainda morro, Ana Lívia!
Então eu bebo e fico leve!