Coleção pessoal de liko
Não contei meus segredos para o medo
Para me chantagear impondo medo
O escuro transforma em claridade
Se sinto saudade ou desapego
Seguro em sua mão e nada falo
Só para Deus eu conto meus segredos
Liko Lisboa.
Eu não tenho medo do bote da cainana
Nem das garras afiadas da suçuarana
Eu levo azagaia quando vou pra feira
Tenho pra quebranto Joana benzedeira
Quero não ter medo
Para poder ter coragem
De enfrentar o negror
Onde não há claridade
Quero não ser a gota
Que macula o pranto
Nem a ponta fina
Que lanha no ponto
E do graveto eu sou braúna
Eu dessarumo o que você arruma
Da tempestade eu sou a bruma
Os olhos da cidade
É uma lacuna
Pra viver, pra chorar
Pra cantar por ai..Desafiando as garras-Liko Lisboa.
Amanhã será um novo dia
E o maestro e sabio tempo,
É quem nos regerá,
Ao sol do Novo dia,
O nosso destino
Ele nos guiará,
E debaixo das suas asas
Me abrigo dos temporaes,
E com noites tranquilas,
Terei sonhos celestiais... Liko Lisboa.
Com as perdas que a estrada
E o tempo vem me proporcionando
Passei a usar os freios com tanta intensidade
Que outro dia tive que ir pro acostamento
Pra não ser atropelado por uma carroça
Puxada por um jumento.
Aí parei, e pensei.
Coitado do jumento
Na descida carroça não tem freios... Liko Lisboa
Nasci empelicado
Empacotado e endereçado
Por isso sou assim
Meio louco
Mas não complicado
Não divido o que não é meu
E não deixo você ir
Sem levar o que é seu
Porque nasci assim
Meio louco
Mas não complicado... Liko Lisboa
Emblemático e Mudo
São portas salas e quartos
Talheres gavetas e mesas
Pessoas e lugares
Roupa espelho e sobremesa
Nada como lúcido
Emblemático e mudo
E não perder o centro
Quando forem os escudos.