Coleção pessoal de Licocarneiro

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Você ainda não havia encontrado a si mesma e,
então, me encontrou.
Assim fazem todos os apaixonados,
por isso parece valer tão pouco o amor

Suor suado sozinho
é conquista
Suado junto
é uma delícia

Sorrir ao chegar
é cartão de visita
sorrir ao sair
é

Cabelo de um lado pro outro
é charme
Cabelo enrolado na mão
é desarme

Sopro no machucado
é cura
No seio,
é loucura, sem frescura

Todos falavam demais, gritavam demais, bebiam demais. Procuravam demonstrar seus estereótipos de um modo forçado, quase que empurrado goela abaixo. Enquanto nós, sentados um de frente pro outro, apenas nos sentíamos. Reparávamos no modo como o outro respirava, no piscar frenético dos olhos e até mesmo, no volume escondido pelas roupas. Você percebia que aquela taça que eu erguia a boca não era propriamente uma taça, e sim você. Pelo jeito como eu a tocava, como a degustava em minha boca ao mesmo tempo em que olhava no fundo dos seus olhos, ou quando balançava em frente à face para aspirar todo aquele perfume já decantado, como quem cheirasse até o canto mais obscuro do teu corpo. Na minha mão, naquele momento, era você e não uma taça. E você sabia bem.
Sabia porque, enquanto sentia o teu cheiro de forma indireta, tombava sutilmente o pescoço, o deixando à mostra, e fechava os olhos. Podia me sentir no seu corpo, enquanto a sua mão percorria a haste da sua taça subindo e descendo, com calma e confiança, com leveza e intensidade. A sua perna, mais precisamente a parte interna das suas coxas recostavam-se quase que instintivamente, como uma bateria movida a fricção, que fazia percorrer pelo seu corpo todo uma leve descarga de algo tão sufocante e revigorante, que ainda não tem nome. Mas te fazia querer estar exatamente ali, concentrada.
Talvez para outras pessoas, em meio àquela multidão, fosse difícil não deixar o foco se dispersar. Mas pra nós isso nunca foi problema. Pra quem passava, achava que a gente nem se notava, e nós adorávamos isso. Tínhamos o nosso próprio universo, onde falávamos sem dizer, sabíamos sem precisar demonstrar e nos amávamos através do sentir.

A viajem

Ela era tão linda. Seu rosto era atraente, sua voz era macia e eu por algum motivo era incrivelmente apaixonado até por seus pulsos. Tão finos, tão delicados, tão necessitados de mim os segurando firmemente. Poderia mapear cada canto do seu corpo, poderia reconhecer cada cheiro dele e, caso me perdesse, não haveria problema algum. Moraria nele como um náufrago perdido o resto de minha vida. Gostava do modo como sabia se encaixar em mim independente do meu humor. Às vezes era mansa, às vezes louca. Era incorrigivelmente perfeita. Mas naquele fatídico dia, o que eu mais temia aconteceu.
De manhã ao acordar, notei que ela havia me mandado uma mensagem SMS: “Amor, o que acha da gente fazer uma viajem juntos esse final de semana?” Entrei em choque. Admito que fui covarde, talvez fraco, mas ainda não estava preparado para encarar essa situação, para digerir isso com normalidade. Estaria eu fazendo tempestade em um copo d’água? Seria na verdade uma situação normal, banal entre qualquer casal? Poderia eu me acostumar com essa nova realidade? Confesso... Não consegui. Terminamos.
Eu estava cego. Suportaria surtos de ciúme, tpm’s assassinas e até mesmo, quem sabe, uma traição. Mas uma viajem, com “j”, foi mais do que meu coração apaixonado poderia suportar. Nunca mais nos vimos. Fiquei sabendo, por uns amigos em comum, que agora está na faculdade, acredite : Letras. Ainda sinto saudades dela... Quem sabe um dia.

Pobre do homem que pensa que as mulheres escolhem a calcinha que usarão numa noite especial do mesmo modo que nós homens escolhemos nossa cueca: A que não estiver furada. A calcinha de uma mulher esconde uma das maiores místicas desse ser venusiano de pele macia e fala (nem sempre) mansa.
Nada faz uma mulher se sentir mais desejada do que um homem que ama vê-la de lingerie, que presta atenção na cor, na textura, no tamanho ou que a peça para vestir uma calcinha especial. Apesar de muitos homens acharem que elas só servem para ser tiradas, um cara que sabe dar vida e alimentar essa fantasia real de que, ela não escolheu aquela calcinha na gaveta ao acaso, e consegue fazer com que ela sinta intensamente toda essa sensação de sentir-se linda e de, não só fazer sentir desejo, mas de sentir-se realmente desejada, está um passo mais próximo de ter uma mulher verdadeiramente confiante, inteira, entregue e consequentemente, desejosa. Um furacão.
Uma calcinha, escolhida minuciosamente na gaveta para aquela ocasião especial, não esconde somente aquilo que a maioria dos homens pensa, esconde um universo feminino de entrega e sensações que são vividas de uma forma tão intensa, seja por uma vida inteira ou por uma noite, que nós homens, reles mortais, jamais poderemos sentir.

Magnetismo

A estrada estreita por onde eu caminhava
Já não existe mais
Na verdade, não há mais estradas
O que existe é um magnetismo
Que me atrai simultaneamente
Para ambos os lados,
Com uma soberba que me faz esquecer
Estar no centro da situação.
Eu sinto todo essa força
Atraindo meus dois polos
Norte e sul,
A ponto de não saber
Qual desses lados é mais forte
E me encontro entre eles, perdido
E ignorado. Sem saber pra qual ceder.
Se ao que sente demasiado,
que sofre e que se entrega,
Que faz do momento a sua morada
Ou ao indiferente, seguro e petulante
Que parece sempre saber cada passo que dá
Sinto-me ainda mais confuso
Ao perceber que as minhas Duas metades
Avançam em sua direção
Porém por caminhos diversos,
cada uma à sua maneira,
E com isso, me partindo ao meio
Fazendo-me, aparentemente,
ter que escolher, entre:
Amar ou ser amado

Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Eu não sei exatamente em que época essa frase foi criada, quem é o seu autor ou onde morava. Mas acredito que deve ter vivido muito próximo ou até mesmo na própria Roma, ou que pelo menos viveu numa época muito diferente da nossa atual. Hoje em dia, tenho diversos motivos pra acreditar que uma boca que não para de falar não leva a lugar nenhum, é insuportável e altamente previsível. Um par de ouvidos atentos e interessados, com certeza, são muito mais valiosos, porque vivemos em uma época em que as pessoas não são ouvidas.
Qual foi a última vez que você perguntou a alguém “Como você está?” de uma forma menos automática, menos mecânica, mais humana? Como quem realmente estava interessado em ouvir o que o outro tinha a dizer? E não como quem faz só esperando a sua hora de falar sem parar? Que tal se propor um desafio, um dia pra se tirar do centro do universo, um dia em que seus problemas não são os maiores, seus medos não são os mais terríveis e nem mesmo as suas paixões as mais intensas. Um dia pra se propor a simplesmente ouvir. Você verá um milagre acontecendo. Possivelmente não dirá uma palavra, mas quando sair dirão: “Nossa como esse rapaz(moça) é bom(boa) de conversa!”
Freud diz em seu livro “ O futuro de uma ilusão”, escrito há mais de cem anos, algo parecido com : “A humanidade não para de evoluir em sua dominação da ciência e da natureza, porém, no que diz respeito ao convívio social e no trato com o próprio ser humano, estagnou-se, e alguns casos piora cada vez mais”. E infelizmente, isso parece cair feito uma luva no mundo que vivemos, apesar de ter sido escrito há um século. Talvez porque o problema sempre parece algo distante, algo que deveria ser mudado pelos outros e não por nós. É engraçado perceber que para algumas coisas é necessário acreditar que a solução vem justamente do caminho inverso. De baixo pra cima, do um pro todo , do vizinho ao país inteiro.
Eu não sei ao certo se quem tem boca vai a Roma, mas se sim, quem tem um belo par de ouvidos vai á Júpiter. Isso porque saber escutar sempre vai ser uma dádiva, e não um sinal de fraqueza, falta de atitude ou submissão. Afinal, quem é cheio de si, transborda e exala a sua essência sem precisar sequer abrir a boca.

" Uma poesia é como uma colcha imaginária costurada com retalhos de emoção e paixão. Por isso continuem costurando, continuem se emocionando, continuem se apaixonando, pois eu devo minha à vocês. À cada torpedo enviado em um botequim, à cada bilhete colado na geladeira, à cada carta de amor escrita com as mãos trêmulas, um de nós nasce, e com certeza, mesmo que à passos calmos e despretensiosos, ainda dominaremos o mundo!" A poesia, por ela mesma

Talvez a sua vida até pudesse
ser mais fácil
mas se fosse mais fácil
não seria tão você
E se sua vida,
não fosse tão voce
por qual outra vida
eu me apaixonaria?

O mau (com u) amante

Hoje acordei como sempre
meio desgostoso da vida
com passarinhos cantando na janela
uma melodia encardida

E me lembrei que eu não gosto de música,
nem de poesia, nem de rima...
que se danem!

Mas pra você, e só pra você,
eu já fiz uma serenata
Tão desafinada, engasgada, sem graça

E no caminho pra sua casa
apressado pela vontade de te ver
passei por um mendigo,
tinha um rosto tão cansado
uma aparência tão suja
e veio logo me pedindo :
Ei, me dá um trocado? é pra comer...
Tenho e não dou, vai caçar o que fazer!

E no ônibus aconteceu de novo,
eu já estava sentado naquelas cadeiras azuis
com a cabeça encostada no vidro
lembrando do seu sorriso
e entrou uma velha,
arrastando aquelas suas pernas preguiçosas
já doida pra sentar
me virei e ronquei, até babei

Pouco antes de chegar à sua casa
e te perguntar "Tá tudo bem?"
e te ver respondendo, movendo seu lábios
bem devagarinho, concluí...

Que eu sou tão mau, indigno e
inescrupuloso quanto um sapato velho
daqueles jogados no fundo da sapateira,
ou pior ainda, daqueles pendurados nos fios
que já valiam menos do que uma pipa
velha e rasgada

Mas também, que eu te amo indiscutivelmente
e que, no fim das contas, isso acaba sendo
a minha única qualidade

Eu não sei exatamente o quanto de mim
têm no meu caminhar,
no modo como balanço as mãos enquanto falo
ou no jeito como me espreguiço.

Também não sei se aquela sua mania besta
de estalar os dedos, ou de morder os lábios
quando está impaciente, ou até mesmo
de olhar pro céu quando não sabe o que dizer,
foram roubadas inconscientemente de mim
ou se é algo proposital.

O fato é que, enquanto mergulhávamos
em um suor que jamais saberemos dizer
se era meu ou seu,
você me arranhava as costas e nem notava
que um pouco de mim se escondia
embaixo da suas unhas

E em cada beijo apaixonado,
em que eu sugava o ar dos seus pulmões,
acabava por trazer um pouco de você
também pra dentro de mim.

Me matar seria ao mesmo tempo
cometer um suicídio.
Porque um pouco de mim é você,
e um pouco de você sou eu.

Toda mulher precisa de um homem que, de vez em quando, a conduza com firmeza a lugar nenhum

À beira de um abismo chamado "Pra sempre", nos encaravamos. A tensão fazia os cantos dos lábios tremerem, como que querendo sorrir timidamente, causava também aquela já conhecida falta de força nas pernas, a secura na garganta. Não sabiamos qual dos dois se estraçalharia no chão primeiro. Nem se algum de nós aprenderia a voar. Mas algo fazia nossos dois corpos quererem estar juntos inconscientemente, talvez pelo universo que se criava entre nossos estômagos toda vez que eles se encostavam.
E esse passo, um único passo, de um em direção ao outro, foi inevitável. Um mergulho no vazio. A queda era tão rápida que aquele doce e intenso vento batendo forte contra o nossos cabelos, contra nosso rosto, colocaria forçadamente um sorriso estampado nos lábios mais desolados. Mas no nosso caso não foi preciso. E enquanto nos olhavamos mutuamente, eu me perguntava qual dos nossos sorrisos deu vida ao outro.
E durante a nossa queda, era impossível não se questionar quão louco é esse lugar chamado "pra sempre". Um lugar inabitável. Não é um horizonte alcançável que possa ser avistado quando se ergue a cabeça, ou um destino no fundo de um precipício. Muito menos um momento já vivido, guardado ou esquecido.
Se me perguntassem agora, o que é o "pra sempre", se é um lugar, um percurso, ou uma utopia, eu não saberia. Mas acredito que está mais próximo de ser o modo como você sorri livre e gostosamente, não se importando onde esse abismo vai terminar. E sem qualquer ajuda daquele vento doce e intenso que colocaria um sorriso arreganhado no mais sisudo dos rostos.

Não faz sentido querer dar tudo que recebeu, nem querer de volta tudo aquilo que deu. A vida é uma balança naturalmente desregulada e tentar apertar seus parafusos é o caminho mais curto à insanidade

Por que andas olhando sem ternura, respirando sem fartura e de tudo tão cansada? Pra que tanta preocupação, meu bem? Se nesse eterno vai-vém, o balanço desse nosso louco navio no (a)mar é nossa unica certeza?

Toda vez que tento me definir, percebo que descrevo o que já fui, e não o que sou. Porque talvez, o que sou, eu saiba somente quando não mais o ser.

Nos olhávamos secamente. O olhar de duas almas desgatadas por sentimentos brandos, suores sem sal e cafés expresso. Porém, pela primeira vez, foi como se não nos olhássemos com os olhos, mas com o que há no fundo obscuro deles. Seria isso uma janela da alma, esta já tão enjoada de rótulos, de pretextos e mesmisses, ou apenas mais uma cavidade repleta de sangue, músculos e toda essa coisa qual a única finalidade é apodrecer?
Ele trazia um certo peso, uma certa tristeza estreitamente doce no olhar, que ao primeiro choque, a intrigou. Nem conquista, nem asco, e com certeza muito longe de desinteresse. Ela carregava uma beleza não estereotipada, e essa primeira impressão desceu suavemente pela sua garganta deixando seu gosto por onde passava. Lábios, boca, bochechas, gengivas, língua, garganta. Como um bom vinho. E alí, mesmo que de relance, mesmo antes de se tocarem, ele sentia que já a devorava, já a consumia e a fodia.
E pela janela do nosso quarto a água caía fina e desaritmada. E uma gota, intrusa, pequena e incessante pingava na nossa cama. Tarde demais pra perceber, tarde demais pra arrumar ou se importar. Não incomoda. Mas também não deixa em paz. Era a natureza cuspindo sua indiferença sobre nós. E nos fazendo lembrar quem existe pra quem. E sabe, não é de todo ruim ser insignificante. Talvez não viremos filmes de cinema, e talvez depois de nossa morte não sejamos lembrados pela humanidade. Mas você se importa? Pensei. Enquanto havia a colocado deitada, já sem roupa, e desenhava com minha barba em seu corpo como um andarilho qualquer que vai sem pressa nenhuma de chegar a lugar algum. Suspeitei que não se importasse, pelo modo como suas covinhas pareciam estar pintadas à mão em seu rosto, e nesta hora, pensei quão bom foi não estragar tudo dizendo algo ruim. Nem dizendo algo bom, ou dizendo qualquer coisa. Se o fizesse talvez não escutasse a sua respiração e perderia o ritmo do seu coração batendo prensado contra o meu.
E enquanto estávamos ali, brindando a nossa insignificância, o resto do mundo continuava girando, ignorando por completo aquelas duas almas de olhares desgastados, vivendo em épocas de amores brandos, suores sem sal e cafés expresso. E as gotas, naquele quarto, naquela cama, por sua vez, continuaram pingando exatamente do mesmo jeito. Porém, não mais só de chuva.

A SERENATA

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
— só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

Lembrou-se quando aquele velho esquecido
Não esquecido por ser da escória,
Era apenas mais um velho esquecido da memória,
Lhe deu uma idéia sem pé nem cabeça,
Mas pensando bem, quem sabe,
Por ser algo tão demente, aconteça.
Disse: mocinha, percebe que tudo a sua volta,
Quando você se solta,
Parece não existir do lado de fora,
Mas sim do lado de dentro?
Tal pergunta a fez calar, e pensar por um momento.
E se vivesse de tal forma, desvairada e intensa,
Inconsequente e divertida, que não pudesse saber,
Nem com reza braba ou macumba encardida,
Se vive um sonho ou realidade?
O que é mentira ou o que é verdade?
E ela, que não fugia da raia, e nem perdia uma briga,
Daquele dia em diante, tomou a loucura desse velho
Como seu trilho. Içou as velas e se lançou.
E respondia sempre, ah eu me arrumo,
Quando alguém lhe perguntasse:
Mas menina, qual o teu rumo?
E todo dia era assim, As flores pareciam lhe dar bom dia,
E o seu gato, por todos os deuses do céu e do inferno, lhe Sorria.
Estava perdida. E era tão bom não se encontrar.
Não se achar. E era como ser um daqueles dentes-de-leão
Soprados pelo vento, só voando.
Foda-se o depois.
E se o depois estiver acompanhado do passado,
Foda -se os dois.
Agora ela é a garota do momento,
Sendo conduzida pelo vento.
Nao sabia mais ao certo o que era sonho.
Nao sabia mais se o mundo real era quando da cama caia,
E os olhos abria, ou se quando se deitava,
E os olhos cerrava. Mas sorria. Só sorria.