Coleção pessoal de liabarone
Em dias onde a banalidade impera, não saber discernir o ponto do tolerável é deixar escapar pouco a pouco, a própria humanidade
Alma
Quando não se conhecia, estranhava.
O silêncio era tão carregado de palavras que causava espanto
Ninguém as escutava
Gritava o tempo todo. Me olhe
Gritava o tempo todo. Fale comigo
Tinha medo o tempo todo de estar ali e não ser dali.
Estava sempre impulsionada à uma direção que não constava dos mapas.
Por quê sentia tanto?
Por quê não podia ouvir o que seu coração tanto chamava?
Via tudo e guardava os detalhes.
Conhecia os segundos, as horas e tinha enfileirados todos os dias na memória.
Classificava as pessoas em cores para poder distingui-las e por elas sentia em cores também.
Elas não a viam, era invisível.
Tinha a totalidade dos sentidos.
Tocava no amor mas não o segurava.
Mergulhava tão fundo em si que se afogava…
Poeminha peralta
A saudade sussurra baixinho
E o coração peralta se descobre em um dos seus dias de fuga
Foge, sorrateiro
Vai te procurar
Foge, bem ligeiro
Vai na pressa de te encontrar
Corre o mundo
Foge, fagueiro
Querendo apenas te abraçar
E peralta ainda mais fica
Quando alegre identifica
O próprio reflexo escapando do seu olhar...
Assim é amar!
Reflexo de saudade
Sinto tua falta
E envolvida no silêncio da noite
Avisto teu vulto tomando forma
Nas mais recônditas lembranças
Assombrando meus pensamentos
Acendendo meus desejos
Que afloram à pele
Tão logo te vejo
São nítidos ainda todos os sussurros
Suspensos no ar
Ecoando no tempo
Teu cheiro e textura inconfundíveis
Eternizando nossos momentos
Te amo apenas
Com coração gigante
Alcançando o distante
Sendo amada
Sendo amante