Coleção pessoal de Leticia3Cordeiro
“Eu começo a perceber que você não faz mais parte da minha vida. E o mais triste é pensar que eu nunca sequer fiz parte da sua.”
Não me sinto real.
me sinto presa,
em livros e poesias
coisas que não são minhas
mas que pertencem ao meu ser.
Eu sinto que tô fingindo tudo
Cada emoção
Cada sorriso
Cada manhã que eu levanto e tenho que fingir estar bem
Os olhos estavam cansados de chorar.
O coração apertado de doer.
A alma recuada por sofrer.
O corpo farto por pertencer a uma menina tão distante de si ser.
Essa poesia não é sobre amor
Meu coração não bate amor.
Minha alma não reluz amor.
Minha boca não canta amor.
Meu corpo inibe amor.
E se falássemos um pouco sobre dor?
Meus olhos choram dor.
Minha pele transpira dor.
Meu espírito vê dor.
Meu caminhar procura dor.
Nem tudo é sobre amor.
Liberte-se também para sentir dor.
Ela, a escuridão, o silêncio e seu quarto.
Ela via o sol se pondo e seu coração sentia um imenso alívio.
Era estranho saber que ela se encaixava tão bem na escuridão.
Talvez seja um pouco triste dizer, mas sua alma descansava feliz quando a lua brilhava em sua janela.
Ela escutava o barulho do silêncio e sorria agradecida.
Seu refúgio era essa quietude, sempre reconfortante.
Ela fechava os olhos e agora chorava desprotegida, sem medo e sem receio.
Poderia enfim se livrar de todas as lágrimas que segurou durante o dia.
Seu travesseiro era onde sua raiva fluía, depositava nele toda a sua angústia.
Sua coberta trazia segurança, era a única coisa que abraçava seu corpo calada.
Suas paredes viam todo seu sofrimento, entendiam cada detalhe de sua tristeza.
“É engraçado” ela dizia “acho que meu quarto é o homem que nunca encontrei.”
Sou poesia que quer ser lida.
Sou flor que quer ser vista.
Sou amor pra toda vida.
Sou moça bem vestida.
Sou aroma pra toda brisa.
Sou namoro sem despedida.
Sou menina agradecida.
Sou mulher arrependida.
Sou velha aborrecida.
Sou toda desiludida.
Sou totalmente, sem medida.
No teu fogo virei brasa.
No teu gelo virei água.
Na tua boca sofri calada.
Na tua voz não fui chamada.
No teu olhar fiquei hipnotizada.
No teu corpo fui desonrada.
No teu andar fiquei parada.
Na tua casa fiquei desabrigada.
Na tua coberta fiquei destapada.
No teu cigarro não fui tragada.
Na tua bebida fui vomitada.
Na tua música não fui escutada.
Na tua letra não fui riscada.
Na tua folha não fui desenhada.
Na tua vida, fui só um nada.
Mergulhei sem pensar duas vezes, me joguei de cabeça, apostei todas as fichas em você, mas principalmente no nosso amor, jamais imaginei que iria me afogar em algo tão raso, no qual aparentava ser tão intenso e profundo.
Quando não fala,
se cala
e quem cala
não quer falar.
Então,
diga-me,
por que tentar?
apenas
deixe estar,
quem quer
de verdade
vai procurar.