Coleção pessoal de Leivanio
É que as vezes o desespero nos tira a razão e a exposição é inevitável, e por um segundo, todo o alicerce que sustenta a frágil segurança é tomada pela angústia do que te falta, levando o real em ato passional que a consciência não mede consequência a pagar.
Na vida vamos nos deparar com muita gente putrificada, mas não precisamos nos contaminar com elas. A fome não pode ser maior que o bom senso, morder a fruta podre é uma escolha... sem beijo para acordar!
As vezes quando se ama, o caminho mais brando não é o do amor, e em algum momento outras demandas prevalecerão sem te dar a chance de escolha entre ficar ou partir do que momentaneamente te faz bem. Porque já não é válido um entendimento sem a compreensão daquilo que de fato se ama.
Em um país no qual o corpo é mais cultuado que a sabedoria, orgulho-me de minhas massas intelectuais.
Amar passa a ser uma escolha quando já não há leito para repousar as angústias que esse sentimento nos traz.
Você nunca me olhou nos olhos
Sempre que olho para sua triste eu perco toda a fé em mim. E eu desistiria de minha felicidade para poder mudá-la por seu sorriso, porque sei que você ainda me sente. Sim... Você foi o mais próximo que cheguei do paraíso. Mas tudo que eu posso sentir neste momento é o que você sempre sentiu, que mais cedo ou mais tarde isso tudo irá acabar! E eu não quero sentir sua falta... Eu não quero que o mundo me veja chorar, porque dizem que eu nao tenho motivos pra isso. E quando tudo estiver destruído dentro de mim, eu só queria que você soubesse que você teve tudo que pude ser. Mas já não dá para lutar contra as lágrimas que vem e vão, você nunca entenderá aquela noite... Não sei descrever ao certo o que senti, mas superficialmente vos digo, eu morri ali! Naquela esquina ficaram minhas histórias, simbolizadas por uma cruz abstrata ou pelas suas fortes palavras sobre minha dor. E de todas as vezes que sangrei, apenas foi para saber que estou vivo.
Eu vivi através deste romance para buscar a verdade entrançada sobre todas as nossas mentiras.
E também entendi nesta distancia os motivos que te levaram a me esconder seu olhar. Você já se deu conta que nunca me olhou nos olhos? Nunca!
Peço-te que aguente firme antes que seja tarde, até nos deixarmos pra trás. Não caia, não se abandone, porque por muito tempo estive morto pra mim, e o que poderíamos levar disso... A vida que não foi compartilha ainda. Viva da sua forma e ame profundamente como eu vos amei. Porque acredito que o amor é capaz de nos anular pelo outro, e eu morri pra mim, por nós. Mas foi uma pena você só está ligada se isso era o suficiente pra si, fixada em uma ideia de um amor do passa, transferido como fantasmas que assombraram nossas vidas, dos quais fizeram você nunca me olhar nos olhos.
Em um nível de Q.I/Q.E inferior, ser confiante, educado e sincero é o mesmo que ser arrogante e presunçoso. As pessoas ainda não sabem lidar com suas verdades e isso dói... Então se sustentam em transferir insolência ao outro, pois isso é mais confortável do que admitir a própria estupidez, e, sobretudo, não querer se deparar com aquilo que de fato os são, sabotando até o reflexo do que ver no espelho.
Previsível
Nada mais frustrante que alguém previsível, o qual se olha e não desperta intenções. Que o caráter é duvidoso, que qualquer ato já é o esperado. Aquele que não conquista, que se limita ao que diz, vazio do amor original e de sonhos coletivos. Que o encoberto se apresenta pelo desmentido que faz do encanto o desencanto na espera da decepção previsível chegar. O que se abstém do afeto pra saciar a urgência egoica do sadismo perverso de seu mundo alheio aos objetos transferenciais.
Ter dii é sentir passar o mundo por dentro de nós sem ignorar a imensidão do universo do lado de fora.
Se eu pudesse dar sentido ao que sinto, daria símbolos aos meus sentimentos, formaria uma nova língua, um novo verbo, algo tão sólido quanto à hipocrisia do homem. Traria a superfície o imperfeito, o que ainda não tem forma, o que busca sabor, Aquele que experiência a vida sem ignorar a condição da morte, o que ama sem saber o que ama. O que faz escorrer plasma na ferida que não pode ser cicatrizada, verbalizaria a dor que me faz sentir vivo e o vendo que fere sem machucar.
Se eu pudesse escrever o que sinto, escreveria um livro sem sentido, deixaria páginas em branco por não saber dizer o quero dizer, discriminaria cada pecado perdoado e cada desejo sem vontade alguma. Pularia pautas que não se descrevem e por fim escreveria um conto fictício de alguém que não conheço.
Se eu pudesse falar o que sinto, diria que conheço cada sentimento sem sentido que tenho, cada dor que sei por que dói. Falaria da saudade de quem odeio ter, das magoas que não se curaram, das manchas na pele que o tempo faz lembrar. Sussurraria palavras com a intimidade que gosto de ter e dos afetos que não pude viver por não querer viver. Contaria dos amores que tive e das desilusões que me fizeram sentir mais humano. Falaria de como usar a arrogância em prol de si e sobre o prazer sádico de tem uma mente sarcástica.
Se eu pudesse mostrar o que sinto, mostraria o amor que tenho sobre a vida, a vergonha que sinto por uma timidez que não existe, das resistências por sobrevivência. Mostraria as palavras que fluem entre meus dentes e os sentimentos que levo no estômago. Mostraria a vergonha de minha nudez como pessoa e personificaria a criança que sonha sem dá sentido, que não escreve uma só palavra se motivo, e sobretudo, mostraria sem vergonha o homem que a vida deu nome e orgulho de ter intrínseco em si o inacabado.
Quando a vida te impulsiona mudar, rever, contestar, refletir e, sobretudo progredir, nasce uma força voraz que nos leva à sede de aprender, aprender que a vida pode te tirar sorrisos, mas ela pode te exaltar perante a qualquer tristeza... presenteando teus dias com a divindade do saber, e só então, vivenciar a satisfação de ter tua existência em prol daqueles que verdadeiramente precisam de ti.
Se despir do que nos impossibilita de crescer algumas vezes não é um processo simples e fácil, mas quando se quer... sempre podemos surpreender. E naturalmente as coisas tomam seu rumo de forma progressiva, buscando na evolução pessoal o serviço maior que nossa utilidade dispõe ao mundo.
É muito complicado lidar com a morte em si. E viver a dor do luto do outro de forma profissional é poder sustentar tudo o que aquela pessoa (família) pode fazer naquele momento o qual nada sustenta. Seria como dar liberdade às lágrimas de quem encontra no desespero a loucura instantânea da realidade insustentável.
Acreditar em um futuro bom é perseverar no poder de Deus em nossa vida... tendo a certeza que alguém lá de cima dedica de seu tempo um momento especial pra cada um de nós.
Nossas escolhas são sustentadas por um desejo supremo, liberado pela urgência de prazer, que em um momento qualquer, pode se tornar o erro mortífero do que trouxemos pra nós. Mas a reflexão ainda é a melhor precaução de danos ao Eu.