Coleção pessoal de LaylaPeres
Eu sou forte, tenho sonhos, tenho uma vida inteira pela frente entre desilusões, vodcas e responsabilidades. Mas chega um dia que precisei deixar o rótulo de santinha só para dançar conforme a música da tal vida. Tive que deixar algumas ideologias para aprender corretamente como que se faz.
Ele não me dá mais a mínima, não quer mais saber de mim, e deve nem mais me ler. Mas eu não sinto raiva, nem ódio. Não quero dar a volta por cima só para mostrar ao mundo que estou bem.
Não sou santinha, não sou boazinha. Sou uma menina que faz coisas certas e erradas e isso é absolutamente normal. Chega um dia que é preciso crescer. Chega um dia que a gente quer desistir e outros, queremos tentar. Chega um dia que o mundo não suporta mais sua carência e te rotula. Chega um dia que partimos para outra, já que estamos cansadas de esperar por alguém que não se importa.
Chorei sozinha, reclamei sozinha, acabei me tornando algo que não sei mais quem. Fui má comigo. Em vez de vítima, ganhei papel de destaque de vilã nessa história.
Pouco penso nele, é verdade, pouco penso e pouco falo. Ninguém mais se interessa, nem eu. O mundo nem foi tão cruel comigo, eu fui muito mais cruel comigo mesma. Eu me iludi sozinha e boicotei todos os meus sonhos, porque era mais seguro amar alguém que nem lembrava meu nome. Sempre foi mais seguro me infiltrar nessa história do que viver alguma nova. Me iludi, criei sonhos em cima dele, e desisti de outros que eram tão bonitinhos.
Olhar intenso, foda-se o mundo, foda-se as ideologias do amor verdadeiro. E quando dei por mim, estava com sabe-se lá quem. Parece que a menina santinha e inocente já não é tão mais inocente. Parece que a sofredora se tornou a causadora de todo sofrimento.
Salto, maquiagem fortíssima, cabelo hidratado e copo de vodca na mão. Aos poucos percebo que sou intensa demais e preciso me comportar. Mais vodca, mais sorrisos, mais entregas. Nem ligo muito na hora, na verdade, a consciência pesa depois. Mais vodca, corpo mais leve e passa um menino e me leva junto. Quero voltar, e consigo. Volto, mais vodca, mais dança, mais entregas. Pensamento chega. Pensamento vai embora, quero ir embora mas ao mesmo vou ficando, já que sou uma nova menina com novas ideologias. Corpo leve, agora eu estou fácil, bem fácil.
Eu danço, bebo, comemoro por vencer mais um dia. Danço, bebo, comemoro e entrego meu corpo a qualquer estranho. Como se ele me pudesse me devolver inteirinha, sem tirar e nem por. Mas é em vão, e mesmo assim, ainda continuo nessa insistência de vencer os dias, nessa insistência de fingir que eu to ignorando.
Talvez, eu possa te encontrar daqui uns anos. Talvez, iremos embora para sempre desse lugar. Talvez tudo acabe hoje, mas talvez, nada disso acabe. Queria não mais enfrentar o mundo. Queria anular os fatos e ficar quietinha, escondidinha do meu mundo. Se eu pudesse, essa história jamais acabaria, mas eu não posso. Talvez, seja só o começo, talvez seja só o final.
Não posso chorar para sempre por culpa de um amor mal resolvido. Não posso querer parar de viver só porque de vez em quando, me sinto uma fracassada. Não posso ignorar o fato que tenho um longo caminho a seguir. Sentirei saudade desse amor aglomerado dentro de mim. Sentirei saudade do modo que te via e que ninguém mais conseguia – Ninguém chegou a esse ponto de loucura por você, não é menino? – Aos poucos fui percebendo que você é apenas um menino imaturo que está crescendo e por isso, resolveu me abandonar.
Doeu demais, sofri demais, aturei tudo o que poderia aturar, e agora, fujo de tudo isso. Tudo que eu quero é não comentar esse assunto. Falo com quem se importa, caso ao contrário, jamais vão saber quem realmente foi você e qual foi o seu papel na minha história.
Faço planos em cima de pessoas que nem lembram de mim, escrevo para amores que já me esqueceram. Sou um verdadeiro oposto do que a sociedade manda e eu não tenho medo de ser o que eu sou, não mesmo.
Foram idas e vindas. Foram várias brigas com o meu coração e razão, entre o querer-e-já-posso-esquecer. Mas é sempre assim, todas às vezes que consigo finalmente me livrar desse amor vem algo muito mais forte e me faz voltar ao passado.
Resolvi parar de te querer só para que o mundo veja o quão boazinha estou e me mande ao seu encontro. Resolvi parar de me importar com o nosso futuro só para que o destino pudesse sentir pena de mim e criasse um futuro lindo ao teu lado.
Durante dias essa história ainda ficará na minha cabeça. Durante meses me perguntarei o que acontece na sua vida e se está feliz. E o tempo passará rápido, e você se tornará, finalmente, apenas uma lembrança amarelada dentro da minha memória e dentro dos meus textos.
Nunca mais esquecerei esse conto mal feito que durou tanto tempo. Nunca mais esquecerei o que escrevi e suas palavras tortuosas – como se eu tivesse culpa, como se eu tivesse escolhido me apaixonar -
Tenho a total consciência que desisto de tudo e de todos muito rápido. Não sei mais aonde está. Não sei mais sobre sua vida, seus casos, e sua felicidade paralela. Não sei mais sobre seus pensamentos ou suas frases de efeito. Não ouvi mais seu sorriso e muito menos a sua voz. Não mais vi o seu olhar. Não mais consegui respirar aliviada depois de tudo isso. Mas eu sei, um dia, tudo isso precisa passar.
Vou me apaixonando aleatoriamente, um sorriso diferente de um, o olhar paralisante de outro, e um sorriso doce daquele bêbado. Vou me apaixonando com prazo de acabar. Minhas paixões duram dias e eu não os esqueço. Vou guardando dentro, vou me recordando, vou me deixando pronta para substituir a qualquer hora. Se não der certo com um, terá que dar certo com outro
Há dias que seu nome e seu sorriso me aparecem de vez em quando. Mas há dias que reflito e descubro que você é apenas um cara idiota.