Coleção pessoal de lasana_lukata

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⁠dileta
dilata

delata
delito

deleta

deleite

⁠um técnico de futebol dominado pela paixão, deixa de ser técnico para ser mais um jogador em campo. Ele passa para dentro das linhas do gramado e a razão fica sentada no banco de reservas.

⁠oh Democracia,
como Saul em Davi
arremessou a sua lança,
quanta gente com sede
quer te encravar na parede!

⁠⁠o diabo é como o político que não revela aos eleitores a sua impugnação e os faz andar em passeata no sol de meio-dia.

⁠ao que tanto sofre
não é que exista ódio no céu,
mas arrogância e soberba na face da terra

⁠todos os dias
os inimigos me enterram,
mas como semente eu vingo.

⁠Um dia um profeta disse:
Miséria sobre Miséria virá.
Demorei anos para entender
até que estudei
Juros sobre Juros.

⁠há lugares em que há
a constante presença da morte,
há lugares em que há
a constante presença da vida.

⁠o problema não é o vendido que se vende,
mas o vendido que vende os outros.

⁠não tente atar o que se partiu
porque era para ter se partido,
porque não era cordão,
era laço
de passarinheiro.

mulheres parecem médicas,
me examinam com antipatia,
mas não utilizam ao pescoço
o estetoscópio
para ouvir meu coração.⁠

⁠contrapostas


o trigo depois de moído
tem outro nome.
o amor depois de traído
depois de trilhado
depois de pisado
depois de moído
conserva o nome.

⁠começamos guardando poemas nas gavetas, depois queremos guardá-los nos corações das pessoas. Isto se dá com todos nós.

⁠no combate do amor
sempre perdedor:
meus caminhos cortados por abismos.

⁠no combate do amor
sempre perdedor
ao seu tenente olhar
obedece o meu sargento coração.

pelos meus poemas
passeia a tua voz;
e se um dia,
embaixo de uma árvore,
estivermos a sós,
pedirei que os repise
diante do mar.

⁠segura tua língua ao nível do silêncio,
não da omissão.

⁠sou como um cão no inverno
encostado às cinzas do que foi.
a ferida ainda dói no cadáver.
o esqueleto tem a fome da carne.

⁠a garça
por voar não muito longe do chão
não muito longe das companheiras
por não ser extremo voo absoluto
por ser asa temperada em lama e luz
por ser ave suavizada em luz e ar

⁠o poema é um salto nas trevas,
depois vão aparecendo os vaga-lumes.