Coleção pessoal de lasana_lukata

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⁠dependendo da queda,
cair no chão
já é um amparo,
melhor do que o abismo.

⁠ao escrever A Madrasta de Pedra, eu não fiz opção pelo sofrimento, eu tinha um material sofrido de onde extraí poesia.

⁠a diferença entre Deus e o diabo
é que Deus acusa,
o diabo sempre acusa

⁠Lugar de poucas coisas, poesia é quitinete.

⁠Dizem que que ama a porca ama os porquinhos, mas, se a porca é Féia, cuidado com os porquinhos.

⁠são sempre as FEZES SOCIAIS
que querem comandar os países,
estados, municípios.

No sol todo mundo brilha⁠,
queremos vê-lo é nas sombras.

⁠a garça aviva sua brancura
a garça encrespa sua brancura
a garça finge suabrancura
a garça é plágio do urubu

⁠A internet deu a onipresença aos escritores, mas são criados novos corredores para passar somente alguns.

⁠olho a para um lado,
lama e lodo.
talvez seja a parte,
parece o todo.

olho o outro lado-
lodo e lama-,
parece que este mundo
está em chama.

os muçuns


eles turvam a água
para que você não veja,
para que você não beba,
para que você não seja,
para que você não saiba,
para que você não suba

e depender da aspereza;

turvam a água e são retráteis,
retratos de déspotas a despistar
cinicamente;

eles estão na superfície
e nós no fundo, entre náufragos,
como seres estranhos,
se alimentando do que afunda
e está morto;

no fundo, sem vermelho,
sem amarelo,
sem verde
e o azul já se desfaz,
escuro e frio...

eles estão na superfície
e nós no fundo,
em baixa temperatura-
dentes à mostra-
e a pressão aumenta
esse entredevorar-se.

tempo em que a palavra verde esperança
é proliferação de bactérias
e há versos que nascem das feridas,
da injustiça, do incêndio, do abuso-,
e até os poemas são equipados para a guerra.

⁠Poesia é a consequência do amor pelas palavras combinadas.

⁠quando uma mulher fala:
você parece com o meu marido!
no mundo dos álbuns, ela está dizendo
que a figurinha é repetida,
não vai completar o álbum.

⁠as mulheres sabem instruir os homens:
todas têm suas caixinhas de alfinetes.

⁠casa sem viga,
quando tem briga,
desmorona.

⁠para entrar no poema
tire os sapatos...
como a garça, pé ante pé,
não esbarre nas palavras barulhentas:
minha cicatriz tem sono leve.

⁠entre as pedras, a mais perigosa delas é a pedra oculta. Aquela bate e esconde a mão, a mão de pedra.

o lodo se arrasta sempre
e quando sobe
é apoiado na parede

⁠Quando dois demônios brigam, quem apanha é o ser humano.


poema é leite:
ferveu, derramou,
apaga o fogo.