Coleção pessoal de larisssinha
Solidão não limpa os pés no tapete, não aperta a campainha e tampouco pergunta "posso entrar?". Mas não deixe-a te atordoar minha menina, enquanto eu estiver atrás da porta, ela que se aproprie de outro leito.
Eu ainda vou encontrar a felicidade naquele jogo de palavras misturadas, circulá-las e lhe enviar como garantia de amor eterno até depois do eternamente.
Um dia, hei de olhar para a janela, e ver o nome da tua cidade estampado pela rodovia, hei de colocar a cabeça para fora sentir o vento acariciando meus cabelos, que uma pitada de sal na minha lingua e logo depois esconder com os óculos escuros. Hei de te ligar só pra dizer que estou olhando pra você de longe, que estou aqui e não é sonho. Ouvindo sem escutar aquela música que nos une, eu hei de dizer 'eu te amo, vim aqui só pra isso' e congelar num abraço que há de ser o mais verdadeiro. Hei de te encontrar.
Vesti aquele tanto de verdade, e coloquei um casaco por cima. Tens as minhas mentiras que revelam a minha péssima índole. Mentira também se faz presente quando não se entende uma piada e mesmo assim acha graça para não magoar. Não consigo ser diferente, mentiras estão incluídas naquele amontanhado de confusão e medo , chamado eu.
Avisaste-me para nunca duvidar do que sentes por mim, mas duvidas de si mesmo, duvidas da vida, duvidas da alma. Duvido até de quantos sentimentos possam ainda existir em teu neutro e incógnito coração.
Deposito as minhas dores em palavras nas quais possuem carência,abstinência de sonho, e falta de amor.
Eu gostaria de lhe entregar todas as palavras, as vírgulas,as frases e pontos finais enxutos ou demorados que existem naquilo que bombeia o vermelho e que me mantém viva. Eu gostaria que você tivesse lido todos os versos caridosos e sentimentais que retirei dele, sem mesmo que eu soubesse, gostaria que valessem a pena e lhe transmitissem segurança, proteção. Eu gostaria que minhas palavras tivessem valor e que elas pudessem "curar" o que te tortura e te tira o sono. Eu gostaria de não ser insuficiente. Mas a suficiência está vindo alheia, tirando minhas meias palavras de evidência.
Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir
Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir
Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar
Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar
Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar
Deixe que eu aqui de longe, enxugue tuas lágrimas com versos acalantantes que as façam secar sem nunca mais fazerem morada em teu coração.
Desculpe-me por minhas tampinhas não serem capazes de suportar toda essa tempestade que está surgindo dos teus olhos.
Esse querer de voltar atrás logo quando você seguiu em frente, deixando o único olhar que um dia já te tirou risos frouxos e modestos.
E se eu não tivesse admirado teus olhos castanhos porém não tão castanhos, e se eu não te dissesse que a minha vida é sua, e se eu tivesse gritado em silêncio, as sete letras do meu nome ainda estariam gravadas em sua mente?
Quantos adeus forçados eu precisarei dizer para dar ponto final em partidas daqueles mais especiais dentre os especiais.
Mas não te procuro mais, nem corro atrás. Deixo-te livre para sentir minha falta, se é que faço falta… Tens meu número, na verdade, meu coração, então se sentir vontade de falar comigo ou me ver, me procura você.
Gravei as cinco faixas daquele disco jovem ancião que permeia sobre teus pensamentos refletindo a minha face e destruindo-te devagarinho.