Coleção pessoal de lagunadejesus

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Ingratidão total

Olha só,
Como me devolveste o coração!?
Sujo, húmido e pestilento
Nem parece que nos amamos
Com emoção
Vejo que te esqueceste de tudo,
Juras docemente proferidas
E hoje? Promessas viraram feridas

Me amaste de corpo e boca
E culpas a vida por ser como tu; louca!
Não soubeste conservar o sentimento
Buscaste achar nos outros
O que eu não dispunha no momento
Fizeste de mim idiota e eu fui

Nada mais posso fazer
Senão reabilitar o coração
Quem sem ínfima piedade me destruíste
Buscarei um novo amor
Sincero, amável, que ame
Porque um amor igual ao seu
Tenha certeza; nem você merece.

Coisas do coração

Quando a mente deseja
Até o corpo sente
Quando o coração ama
Nem uma palavra falsa mente.

Vítima da vida

Com muitos, vivo
Ainda assim
Sozinho me sinto
Vítima da vida
Vivo inalando a paz nociva
Que é o silêncio dos dias em que estou só
Não sei se é dor
Não sei se é amor
Mas algo sinto
E não me deixa viver
Viver significa existir
Estar em conexão com os sonhos
Não só viver de sonhos
Tal e como sempre fui
Sonhador de primeira
Perdido na podridão do destino
Vagando no deserto dos meus desejos
E desejando não mais ser…
Vítima da vida!

Poema para Mondlane

Na terra onde nasci há um só arquitecto
E esse poema é prova da sua existência
Quando escrevo, é com liberdade
Com que ele me libertou
Quando amo
É com amor que ao povo amou

Esse arquitecto és tu, ponte da unidade
Nacional
Tu, imortal Mondlane
Fundador da Frente de Libertação de Moçambique
Orgulho de Mocuba, Nagande e filho de Moçambique
Tu, gigante a sonhar, rua da liberdade
Onde os Moçambicanos fazem ninho.

Meu talento

Tenho amigos que me desacreditam
Fingem que não elogiam o que faço
Os que assim fazem são os que acreditam
Que o seu desapoio é apoio e avanço

Fico feliz por saber que não mereço
Nem me ficam os versos que escrevo
É verdade que até eu me desconheço
Nos rabiscos poéticos que me descrevo

O que me alegra em todas estas acusações
É que nem um verso dos meus pobres textos
Acharás em alguma obra de todas as edições
Vós sois meus fãs não sei porquê pretextos

Os de longe sem recreio me apoiaram
Com prazer saborearam as minhas cruzadas
E vocês cheios de ódio só censuraram
Tão pouco me aquece o vosso calor de bradas.

Mais reflexões

No farfalhar das folhas dos tempos
E no canto dos pássaros aos ventos
Sinto a enfadonha música da vida
Marrabentando numa melodia dançante
Acusticamente mergulho na batida
E me desligo desta vida stressante

Quem sou eu quando sou eu
Morri quando nasci do pai meu
Não escolhi ser maluco e poeta
Tudo é fruto dos dias bons e maus
E da pressão que nem o morto aguenta
Pois viver é um autêntico caos

Muitos dizem: se eu pudesse escolher
Pois não sabem: viver, não viver, tudo é morrer
Esse é o lado bom da vida descansar
Não ser quando o deveria
Ficar inerte no excitante movimento do dançar
Desviver tristemente na própria alegria

Viver é isto viver é aquilo
A questão não é não querer dificuldades
Porque sem elas não seriámos o que somos
Essas são as adversas realidades
Quer queiramos, queiramos não. Tristonhos vamos.

Primeira reflexão

Quando paro e analiso as coisas
Concluo que nem tudo tem lógica
Por exemplo; nem todas as moças
Na hora H despregam quem só faz cócegas

É complexa a estrada dos que vivem
Duma ou doutra forma vamos todos em contramão
Enquanto uns bendizem outros maldizem
Nota-se em ambos falta de comunhão

Há momentos que acredito que existo
Mas quando a certeza me enche de dúvidas
Duvido da certeza que me torna esquisito
Começo a subir para baixo pelas descidas

É estranho, o sol me molha e a água me suja
Me molha de tanto suar e me suja por molhar
Isso alguma vez te aconteceu? É claro que já
No sol causticante que aos pássaros faz assar.

As vezes

Sinto-me inerte
Nos meus agitados movimentos
Vagueio na imaginação
Perco-me sem me ter encontrado

Penso na desgraça que sou
E lamento por ter sido obediente
No dia e momento que,
Aceitei viver na vida

Arrependo-me por nada
Sim. Nada.
Nada por vezes também sou
Mas quando não sou
Também não penso em nada

Vezes e vezes
Busco alento
No grande vazio do meu ser
Mas quando percebo que sofro
Apenas digo: as vezes!

Porque as vezes nem, é sempre
O que significa que tudo passa
E se hoje sou infeliz
Espero no “As vezes” do amanhã.

Só quem ama

Pode entender
Os porquês do amor
E gritar sem dissabor
Que ama por merecer

É preciso saber o que é
Isso de amor
Para sentir prazer neste poema
E entender porque as estrofes se apaixonam

Se não amas até hoje
Então esse poema não te diz respeito
Ele é pobre sim, bem que aceito

Mas para que ama
Esse poema é luz, é paz
É sentimento escrito, mas vive
É mais que poema é reflexão.

Amor verdadeiro

Tão forte é esse amor
Tão forte como o ferro
Que tudo quebra e esmiúça
Doce é o que me faz sentir e,
Agradável a sua satisfação

Quero sempre te amar
Porque isto me serve de motivação
Crio, interiorizo e materializo
Tudo a partir do coração

Difícil é assemelhar o que sinto
Porque sinonimo nenhum serve para tal
Esse amor é especial

Não inveja, não trata mal
Não se vende
Até pode enfraquecer
Mas no fim tudo suporta.

Palavras para quê?

Toca-me
Beija-me
Abraça-me
Sim!
Descreva com a palma macia da sua mão
Cada contorno do meu corpo quente
Esfregue a tua pele na minha…
Isso!
Agora faça-me vibrar
Com o seu alarme sedutor
Adivinhe o meu ponto fraco
Aí não,
Também não,
Hai céus!
Que prazer, que satisfação!
Se fores a massajar-me com a língua
Juro que te compro o vestido mais caro da loja das damas
Não!
Não faças isso
Ponha-te na posição inicial
Toca-me
Beija-me
Gostei de te amar!

Dedicatória

Quando nasceste, Moça!
Nasceu ao mundo vida,
Claros raios ao sol, luz às estrelas
O céu resplandeceu
E de sua luz só por mim conhecida
A escuridão mostrou coisas belas

Mil ódios em mim
Converteste em 2014 amores

As doces águas amorosas
Trazem-me este poema
Embarcado em cada onda do seu pensamento

Este poema é teu
Este poema é o que sinto
Este poema é o que te desejo
Este poema é a voz do meu amor...

Sonhar!

É bom sonhar
Porque se não houvesse sonhador
Não haveria poeta nem escritor

O poeta sonha amando
O seu verdadeiro amor
E o escritor desenha com palavras
O seu verdadeiro sonho.

É sempre bom sonhar.

Perdido em mim

Sinto-me um fantasma
Um rosto sem forma
Perdido no desaconchego de mim próprio
Lutar para me encontrar
Seria como ajudar um morto a ressuscitar

Em pensamentos me perdi
Voei sem voar
Dei asas a imaginação e me perdi

Perdi-me na ineptidão psicológica
Já nem me aquece
A inocente poesia metafórica

Procuro-me no espelho
E ele como se fosse fotocopiadora
Me tira a mesma imagem
Perdida em si mesma
Que tal como eu, precisa se encontrar.

Na estética do seu corpo

No atraente bronzear dos lábios
Com a língua
E dulcificar aromático
Do “Smel” de cada contorno do seu corpo
Com os meu olhos
Conheci o belo

O belo em arte
O belo que não é sinónimo de bonito
Se eu disser és linda
Há quem ainda pode me contrariar

Tu és bela
Como uma obra artística
Como uma imaginação nunca imaginada
Bela como o belo em si

É na filosofia do seu corpo
Onde só a estética faz parte
Que eu me inspiro
E me torno artista.

Espírito santo

O meu coração jaz
No desconforto da sua ausência
E desafogadamente sacio os dias
No amargo pranto da minha dor
Onde posso lhe encontrar? Oh, consolador!

Sei que de tudo quanto eu padeça
Na é grande que a vossa fortaleza
Fortaleça-me, ainda que não mereça
O mau cega meus olhos, não vejo beleza
A minha direcção é a sua graça
Ao me envolver destrói-se cada ameaça

Jesus prometeu antes de partir
E essa promessa é que me troce até a ti
Pois de nada me vale existir
Se não é para te ter aqui

Espírito, espírito consolador
Espírito, espírito fortalecedor
Que as sua bondade venha me alcançar
Porque amargos tem sido os meus dias
Baptiza-me, por favor!
Baptiza-me em nome do Senhor.

Bassopane Vafana

Eis que vos advirto rapazes
Ainda que não seja do vosso agrado
Doravante leveis isto em cartazes
Há um mal que nos ameaça
Há uma eclosão demográfica
Que nos amordaça
Só para que tenhais noção da gravidade
Na verdade
Este mal é tão forte,
Quanto o ferro que tudo quebra e esmiúça
Ainda podemos personifica-lo em
Coelho – o animal e a astúcia
Este mal é mão por natureza
Ludibria até aos santos
Sempre que se monta de beleza.

Enquanto eu tiver voz vos advertirei;
Bassopane Vafana!

Convite

Vinde a mim todo o solteiro
Pois sou o único amável e verdadeiro
Mergulhai neste poço de água viva
Comigo nunca falha a expectativa

Peço perdão
Pela falta de educação
Dirigi-lhe a palavra sem antes me apresentar
Eu sou inimigo da solidão, eu sou amar

Não é fácil me conhecer
A mim só verás com os olhos de ver
Dizem que confundo pela maneira de agir
Mas o que sou só se pode sentir

Eis que te faço um convite
Aceite-me e tenha um bom apetite
Eu sou amor
Aceite amar e esqueça a dor.

Este poema, seu poema

Este poema
Na verdade foste tu a autora
Eu sei,
Não te lembras do dia nem da hora
Mas foste tu
Quem escreveu este poema

O que fiz
Se é que algo fiz
Foi desenhar em palavras
Cada gesto seu
Adicionei beijos e juras
E este poema nasceu

Este poema é todo seu.

Meu maior desespero

É saber que vives dentro de mim
Mas não posso te tocar
É sentir que te amo imenso
Mas sem poder me declarar

Meu maior desespero
É te querer enquanto ausente
Te ver no meu passado fazendo juras
Para o futuro
Mas sem te ter no presente

Tudo me desespera quando fico desesperado
Mas o verdadeiro desespero
É quando não te tenho do meu lado.