Coleção pessoal de kikoarquer

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⁠Depois do meu "oi",
um "quem é vivo sempre aparece!"

Mas eu nunca estive sumido,
nem mesmo aparecido.

Por fim, como eu lido?

Ah, agora sim,
dessa vez, apenas desapareci.

⁠⁠Haja viagem que viaja em si,
essas eu viví.
Vi a parede enredar a aranha
e a pele respirar o ar manhã.

⁠É da natureza da flor
achar tudo insuficiente.
Condição do espinho,
seu machucar que prende.

⁠Quando caetanei praquele menino
que a realidade é o avesso do avesso
do avesso do avesso.
- Qual realidade?- foi adverso,
e fez-se travesso
num meu novo inverso.

⁠No tapa da rejeição
um olhar tão longe
de quem coleciona o não.

⁠Na minha fé muda,
a minha sede
pra parede mudar de cor,
me moldará apenas
co'mum excelente torcedor.

⁠No sempre tentar,
o sempre é minha tentação,
Vingança velada
de quem se levanta
acariciando o chão.

⁠D'tanto me cobrarem,
cobri-me d'desgosto.
Não me aceito c'ndo
cobrador q'levanta,
nem ando me v'ndo
cobrado no encosto.

⁠O tolo reina
em cima da morte
Vende sua tolice
e faz com que o morto vote

⁠Na busca d'uma palavra perfeita,
encontrei a falta d'uma letra.

⁠Fico confuso ao ver o ator fora do personagem,
Saio sem fuso ao olhar a dor dentro da miragem.

⁠Devaneio alheio em banheiro feio,
fede a receio.

Banheiro de rua, nem abro a asa.
Banheiro de casa, urubu é cacatua.

⁠Pensa no tamanho, pensa na proporção. Alienígena pode ser uma bolinha de gude, um pum, ou uma estrela em explosão.

⁠Sim,
se tô dodói,
é que tô com dó
de mim

⁠Todos os dias eu era colocado por horas numa sala fechada onde eu era obrigado a ficar quieto, parado, a me aguentar acordado, a segurar o pum, a me angustiar sozinho com as paixões, a limpar o nariz catarata na manga, respirar com a boca, sede, a segurar o xixi. De toda minha atenção, a professora tinha 10%. Eu olhava pra ela e me chorava em silêncio. Perdido e ciscando palavras, nunca entendia o que os adultos estavam dizendo.

⁠A língua é a dança. Ela não é só os dançarinos, não é só a música, só as vestimentas coloridas, não é só a plateia, muito menos os sapatos que trombam firmemente no chão. A língua é a dança. Uma sincronia de entendimentos e melodia.

⁠O falso refinamento de se dizer dono de si é limitar o ego ao personagem que esbanja o não personagem. Vocifera a clichê autoafirmação do eu quando há ouvidos. Serve-se da egolatria mascarada. Como um adolescente que usa um boné na sombra para ser diferente dos que usam bonés

⁠No fato de anteontem,
o eu de ontem
acerta em cheio.

Ele enxerga o buraco,
onde o eu de hoje
só vê o meio.

⁠Muitos problemas têm
quem não quer nenhum.

Pensa bem,
às vezes pra ser zen
ande só com um.