Coleção pessoal de kikoarquer
Depois do meu "oi",
um "quem é vivo sempre aparece!"
Mas eu nunca estive sumido,
nem mesmo aparecido.
Por fim, como eu lido?
Ah, agora sim,
dessa vez, apenas desapareci.
Haja viagem que viaja em si,
essas eu viví.
Vi a parede enredar a aranha
e a pele respirar o ar manhã.
Quando caetanei praquele menino
que a realidade é o avesso do avesso
do avesso do avesso.
- Qual realidade?- foi adverso,
e fez-se travesso
num meu novo inverso.
Na minha fé muda,
a minha sede
pra parede mudar de cor,
me moldará apenas
co'mum excelente torcedor.
No sempre tentar,
o sempre é minha tentação,
Vingança velada
de quem se levanta
acariciando o chão.
D'tanto me cobrarem,
cobri-me d'desgosto.
Não me aceito c'ndo
cobrador q'levanta,
nem ando me v'ndo
cobrado no encosto.
Pensa no tamanho, pensa na proporção. Alienígena pode ser uma bolinha de gude, um pum, ou uma estrela em explosão.
Todos os dias eu era colocado por horas numa sala fechada onde eu era obrigado a ficar quieto, parado, a me aguentar acordado, a segurar o pum, a me angustiar sozinho com as paixões, a limpar o nariz catarata na manga, respirar com a boca, sede, a segurar o xixi. De toda minha atenção, a professora tinha 10%. Eu olhava pra ela e me chorava em silêncio. Perdido e ciscando palavras, nunca entendia o que os adultos estavam dizendo.
A língua é a dança. Ela não é só os dançarinos, não é só a música, só as vestimentas coloridas, não é só a plateia, muito menos os sapatos que trombam firmemente no chão. A língua é a dança. Uma sincronia de entendimentos e melodia.
O falso refinamento de se dizer dono de si é limitar o ego ao personagem que esbanja o não personagem. Vocifera a clichê autoafirmação do eu quando há ouvidos. Serve-se da egolatria mascarada. Como um adolescente que usa um boné na sombra para ser diferente dos que usam bonés
No fato de anteontem,
o eu de ontem
acerta em cheio.
Ele enxerga o buraco,
onde o eu de hoje
só vê o meio.