Coleção pessoal de kevinmartins6

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Hoje sol
veio me ver:
- Você é linda toda lua.

Eu escrevo, não por talento, pois sou desprovido dele... Escrevo pois é meu escape, meu ponto de fuga. Então você deve perguntar: fuga de que? Então respondo: fuga de mim...
Por que alguém quereria escapar de si mesmo?
Simples, pois é difícil conviver consigo toda sua vida, e eu sei o quão difícil é conviver no meu mundo, tenho uma breve noção de como é...
Escrever me faz viajar por terras onde a dor é de mentira, onde a felicidade perdura, o fraco se faz forte, o ímpio se faz crente, o cego vê, o surdo escuta, o mudo fala, e eu escrevo, ou finjo... Fujo para um lugar sereno, pois o melhor lugar para se guerrear é em um campo limpo.
Mas no fim me faço presente em mim novamente, no meu mundo terreno. Vejo que quase nada é igual, apenas as batalhas, mas tenho que me amar, pois serei totalmente obrigado a conviver comigo, a guerrear comigo...
Então fujo, finjo, luto, morro, e volto para quem eu sou obrigado a amar, e amo amar, eu mesmo, meu eterno inimigo...

E então você se contenta com uma barra de chocolate por dia
Você precisa é de álcool e cigarros
Não amor
Nem afeto
Mas, solidão
Necessidade de ouvir a alma ecoando pelas paredes
Conversar com o sofá
E beijar o filtro
Sentir o estômago doendo
e doer o peito
por dó
do resto.
Quero o sossego do nada
e a resposta do tudo
do todo
As pequenas vindas do que vem
e as idas do que sobra
Deixar a barba e o cabelo crescer
e ouvir Joe Cocker pela madrugada
Andar pela rua sem olhar pra qualquer lado
e entrar nos olhos de quem passa
e passar pelos olhos de quem entra.

Aos que amo

Quando te chamo até o computador para ver um vídeo, a real intenção não é essa. A intenção é que eu sinta ter um minuto da sua atenção, ver sua reação ao ver o vídeo, rir, franzir a testa, sorrir, se emocionar... Saber que tive tua atenção por um tempo, que ela foi minha, mesmo sem os olhos me apontarem.
Quando eu lhe mostro uma música, talvez ela expresse o que eu sinto. Mas falando e olhando nos teus olhos eu não segure o pranto.
Quando lhe leio um texto, é pelo motivo de eu achá-lo interessante, me identificar. Eles ajudam a completar minhas escritas.
Quando estou de mau humor, na verdade, estou escondido em meu becos. Não mostrando a real saudade que sinto.
Quando lhe dou pouca atenção, que estou ao celular, ou ao computador, não é porque não preciso de atenção, mas sim que preciso de muitas.
Quando não digo que te amo, não é por esquecimento, é por eu deixar tão evidente em meu olhar, que eu acho desnecessário.
Quando lhe dou um abraço, de 5 segundos, na verdade, eu queria nunca mais te soltar. Saber que sempre estará comigo e eu contigo. Que esse abraço diz mais que todos os vídeos vistos, que todas as músicas ouvidas, que todos os textos escritos, que todos os mau humores, que todas as faltas de atenção, que todos os olhares denunciantes, mas não vale mais do que eu provar, enquanto eu viver, que te amo.

Ainda somos todo Agora
Com o viver do ontem e o amanhecer do hoje.
Nunca é cedo pra pensar na morte, querida
Nunca é tarde pra pensar na vida.

E ela me perguntou:
"Por que você acha isso?"
Ao eu lhe chamar de linda.
Confesso ficar sem resposta, pedi um tempo pra responder. É mais que beleza, é pergunta sem resposta. Um cheiro de mato e simplicidade. Um beijo esperado e um futuro incerto. Talvez até uma alma colorida, que escorre pelos olhos "verde pântano", diria ela.
Sei que beleza ela tem de sobra, mas isso qualquer idiota (como eu) sabe. O que eu mais sei, é que ela tem muito do que eu não sei.
Ela é linda, sim. "Linda" é complexo demais. Não é só beleza. É ela. Assim eu sinto ter explicado o que é lindo.
Lindo é tudo que você tem, e eu preciso. Lindo é teu sorriso de longe, porque de perto, é esplendoroso.
Lindo é o que você nem sabe que tem, mas eu me encantei.
E direi mais... Essa palavra "linda", ficaria perdida se você não existisse.

Todos somos
A sobra
do amor
Que nunca fomos.

Voltando na madrugada de um dia terrível, como quase sempre.
Os pensamentos se batem nas casas e ecoam pela rua onde caminho.
Os pensamentos da outra rua conversam, discutem comigo.
Me sinto acoado por mim mesmo.
Caminho à passos curtos e lentos.
Não querendo chegar a destino algum.
Pisando em analogias mal feitas.
Senti saudade do beijo que não te dei.
Do banco de praça que nem sentamos.
E daqueles longos papos que tivemos sem nos ter.
E temos.
Temo.
Seus laços se tornam mais fortes.
Eu continuo com passos lentos
Olhando pra trás e procurando você
Olhando pra frente
Esperando te ter.
Enquanto procuro as chaves
O mundo continua girando
Os amores acontecendo
As paixões chorando
E eu
acho a chave
Abro a porta
entro
Dou uma bela gargalhada
sobre tudo que senti
E penso:
Estou vivo
Por mais incrível que isso pareça.

"Eu também"
Não é resposta pra quem ama
Quem ama arde
Na verdade
De quem chama.
Não na mentira
De quem responde
Sem mira
A saudade
Que engana.

Corrompido pela paixão
Proibida
Ele buscou alternativa
Correu ao vento
E lembrou da vida
Foi uma merda sempre
Diferente
Contente
Corrompida
Ele chorou pela alma
Ferida
Sorriu a esperança
Desfalecida
e morreu todo dia
E viveu toda tarde
Madrugou na manhã
E amanheceu na noite
(que arde).

Recordando a rotina
Onde putas compreendem amor
Mais do que qualquer freira
E batina

Me perdi onde trançamos nossas pernas.
Escrevo em linhas embriagadas de angústia.
Te ver é veneno que se pede.
Te enxergar é esplendorosamente doloroso.
Queria lhe expressar a dor disso tudo. Mas você não compartilharia de dor.
Não vi um sorriso seu, nem um sequer. Ele foi perdido com canalhas aleatórios.
Até mesmo o seu sorriso é triste.
Nunca se escondeu. E nem vai. Não consegue.
Não bêbado o suficiente, eu senti que vivo. Até em ficar bêbado eu perdi a competência.
Depois de algum tempo longe, está perto de meus olhos. Somente meus olhos... De mim, está à quilômetros. Está à muitos corações.
Festas são piores que funerais. Copos e cigarros lhe escondem. Ninguém entende claramente o que deseja. Ninguém sabe exatamente o motivo.
Eu só quero esquecer. Esquecer sua boca, seus beijos, suas mãos. Esquecer suas pernas, para poder seguir com as minhas.

É o poder da dúvida que me corrói agora... E se esse rosto lindo tiver paixão exata? Eu serei mais um qualquer, como sempre sou. Mais um humano nojento respirando fumaça, obedecendo sinais, leis...
Mas se eu puder ser o dono dessa paixão? Eu não serei mais um humano nojento. Serei o dono da maior joia que um homem sonharia. Ela não se compra, não se acha, se conquista. Serei digno disso? Provavelmente não.
Sonhar custa esperanças. Mas eu sempre tenho essas de sobra. Trago uma mala cheia de esperanças.
Dê mais um sorriso, por favor. Agora me deixe perguntar aos que nos rodeiam... Existe sorriso mais lindo? Eles poderiam responder que o de seus amores... Mas são tomados pelo medo de assumir que é, é sim o mais lindo. O sorriso não se chamaria mais sorriso. Teria teu nome. As coisas belas da vida, as simples, como a paixão, a flor, as luzes, o fogo, seriam batizadas com teu sobrenome.
Ah, menina... Eu sou mais um apaixonado por ti. Só mais um. Um fumante, bêbado e apaixonado comum. Só mais um.
Percebo que não só eu sou indigno de tê-la, pequena... O mundo também é.

As letras da máquina de escrever escrevem por mim. Nesse momento sou um tolo, pensando como será tudo depois de tudo.
Talvez eu seja reconhecido por meus textos, me farão melhor do que eu realmente era. Talvez me olhem com pena por ter sido tão solitário. Do menino que escrevia pela primeira vez em um jornal, com 18 anos. Talvez lembrem do menino que fumava. Do menino que bebia. As feições tristes serão os marcos. Os raros sorrisos também. Talvez eu tenha sido tão pouco, que ninguém se lembrará. Talvez lembrarei de tão pouco antes de ir. Talvez do bêbado, mais uma vez. Lembrarão que nunca recusei uma cerveja. Recusei tantos sorrisos... Meus pulmões doem. Minha respiração não é mais tão fácil.
Hoje recordo que tive um pai. Ele fez um trato com sua esposa. Quem morresse primeiro, seria enterrado com uma caixa de fósforos no bolso. Ele fumou, bebeu, deixou saudade nos que o amavam... Senhor, como eu o amava...
A vida me mostrou tanto sobre a morte, que o romantismo se encontra numa caixa de fósforos. Realmente posso ser reconhecido por muitas pessoas. Mas se eu for amado por uma, viverei eternamente.

Boa noite, poesia!

Quis deixar mais uma parte de mim
Antes que amanhecesse o dia.

Todo sorriso
Foi seu
Quando a tristeza
Bateu...
(toc toc)

Ele disse oi com a alma
Ela abaixou a cabeça
Cumprimentou a calçada

Simples, conversar sem se ver
Nos olhos que se descobre
A profundidade do ser

Frustrado ele não ficou
Talvez a decepção
Que se apossou

Pode ser que ela seja rasa
Provavelmente sim

Provavelmente sim...

Vergonha que não era
Ela se mostrou desenvolta
Pelo dono dessa nova era

Ele seguiu a caminhada
Já ela
Com sua profundidade de calçada.

- Kevin Martins

A solidão é esse cigarro que me consome.
Fumado era eu, não ele.
Das merdas que eu fazia, ele sabia de todas... Das alegrias ele estava junto, junto da bebida que embriagava as palavras e molhava todos os versos. Foda-se sua opinião! Que escritor liga para opinião?! Ele quer saber o que ele não sabe, quer saber o que está dentro dele e não sabe de si mesmo.
Olha nos olhos dos outros para encontrar a si, não os outros. Solidão é a verdade dos mentirosos, mentira dos verdadeiros e a merda desse cigarro.
Não... Não tente me mudar, a minha vida não é seu livro, muito menos sua propriedade. Você não sabe o que se passa aqui, não sabe o que passou e nem queira saber.
A vida é simples, tragada, mastigada, cuspida, é tudo que você acha ridículo. É todos os sonhos de um sonhador fraquejado. É todas as faltas de sonhos de um realizado. A vida é isso, a vida é arte, a vida é nós, a vida é tua alma, a vida é tua morte.
Eu vivo na morte para não morrer em vida. Eu vivo na vida para morrer todo dia.

O calor fazia com que as pessoas saíssem de suas casas, como formigas do formigueiro. Se reuniam em bares. Eu andava sobre a calçada, pois precisava, senão nunca escolheria fazer isso.
Os beijos, os abraços, as conversas e os sorrisos me incomodavam.
E eu continuava com os olhos do inverno. Cabisbaixo e com o olhar esquivo. Andando pelo canto da calçada, beirando os muros. Procurando o frio da minha casa e me acalentando ao encher o peito de fumaça, em me embriagar sozinho.
O que mais me deixava infeliz era perceber que acendi o último cigarro ao contrário... E também que a vida continuava.

Mente simplesmente.
Minta elaboradamente
simples mente.