Coleção pessoal de Kawlima

1 - 20 do total de 38 pensamentos na coleção de Kawlima

Quando o amor da minha vida se foi..
Se pudesse eu gritaria;
Não vais amor, não podes, não quero...

Não pude.
Parei, atravanquei, me perdi no buraco,
E a voz, se afundou
Sob meus pés.
Chorei!
A vontade do meu amor, era tudo.
Então parti-me ao meio..
Deixei ir e também fui..

Oração de proteção

Eu sou invisível para todos os meus inimigos. Os olhos do mal não me veem. Ouço a voz de Deus, quando diz sim e quando diz não. As chagas de cristo são para minha proteção.
Kaw Lima

MALOGRO

Fui seu bebê
Fostes meu último amor
E do último amor
Fui o aborto que não deu certo

Não cai no sanitário
Nem no recipiente de coleta
Só despenquei...
Agonizando, em lugar qualquer.
De agonia em agonia, vou renascendo
Até ando sonhando...

Logo, logo, estarei engatinhando,
Correndo...
E talvez voando.

Se alguém que ama, falha e não se importa em dizer o contrário. Apenas siga..
Pois o contrário disso, talvez não valha apena.
E talvez por talvez, mais vale não olhar para trás.Então só siga...

Porta aberta

A porta está aberta
O portão destravado
Sobre a cerca um jardim
Vivo a cultivar

Margaridas, Cravos e Hortênsias
A cima da porta e janela
Se estende a perfumada sombra
Do Jasmim dos poetas
Florescendo a esperar

A porta está aberta
Os olhos estão brilhantes
A boca adocicada
O desejo ansioso
Pelo tocar

A fragrância é de amor
Em noite de Luar
É latente, viçoso
Feito as flores do lugar

Mente

A Mente saí abusando
Voando vai alinhavando
Versos leves e pesados
Uns.. suspiros, pelo vento carregados
Outros.. passagens difíceis
De serem lembrados
E a Mente vai registrando
Estórias e "Historias"
Caídas
Exaltadas
Timbradas na face que era lisa
O emaranhados de linhas vai dissipando
Pelo olhos risonhos a contar
Pela boca
Pelo falar
A Cantinga da experiência
Um revelar da Mente que mente
Tentando enganar
O jovem que é velho
O velho que é novo
ensinando a sonhar

"Happy the man who help others without expecting therefore equal happiness will always be in your direction without hesitation."

"Feliz o homem que ajudar os outros sem esperar, portanto, igual a felicidade estará sempre em sua direção sem hesitação."

Permanência

"O que é real não morre
O que foi sempre será
Feche os olhos e estará lá
De tudo que guardar
Apenas eleve o que pode admirar".

VIAGEM

A terra do jardim tenho trabalhado
Afofando, aguando, mudas replantando
Em todo canto encontro

Sonhos abandonados, outrora exaltados
Se escondendo do sol
Repousam no passado, seu leito mofado

Quisera verdadeiramente
Terem sido teus os sonhos meus
E não um ensejo forçado

Para unir-se ao latejo expressado
Nos lábios desenhado no mais belo quadro
Que meus olhos viam quando a tinha
No jardim que floria o dia

Eras minha absoluta alegria
Eras o único que não via
E na viagem que seguia não cabia
Ciumar o amigo, desconfiar do umbigo

Dar-me carta de alforria
Bastava-me o que havia
Amor e harmonia

KL

...PRÓPRIO

Tenho um amor.
Um amor, que me come.
É um amor impar, próprio do interno, que não falta.
Com leveza, numas vezes, senão com voracidade em outras,sempre resolve, quando mata a fome.

Em pontas de dedos, a pressão das mãos, a inquietude frenética corporal.
Sem tempos de lua cheia, faz seu desejado, temporal.
E numa hora do dia, da noite, no acordar na madrugada, o amor, sem obrigação é coisa desapegada, que vai me visitando.

E dos atos da mulher, ao riso da menina, minha cútis, vai remoçando.

Tenho um amor..
Ah.. tenho.
Amor que me come, come e come.
Ausente das expectativas vazias, no verão ou no inverno.
Tenho, meu próprio Falerno.

Cálice

Hei -me aqui na penumbra da noite.
Nem sei que hora bate no relógio, se
Uma, duas, quatro ou três da madrugada.

Hei-me nesse canto, aqui, acolá
Me pondo da sala pro quarto a andar.
Do livro que tenho, de algumas linhas
Não pude passar.

Sento agora no velho sofá,
Cor de sangue, como as lágrimas que,
De quando em vez, não consigo segurar.
Já me arrasto de lá para cá, na lembrança
Da moça que sem pensar, pus-me a matar.

Bebi do cálice, das incertezas
E, ao mal dei lugar, delirei, a matei sem dó.
Não ouvi o seu chorar doído, como criança a clamar.
Sim, bebi do cálice maldito e comi da sopa do inimigo
Servida num prato de nó.

Fiquei gorda, empanturrada de insanas besteiras.
Fui um tolo, sem paz, um péssimo jogador.
Acreditei piamente que me traía, aquele amor.
Não vi a razão, encontrei na loucura,
Um lugar sem fronteira.

Ahh.. Como pude não ouvir aquele choro,
Como pude não pegar em sua mão,
Não olhar nos olhos dela,
Não cumprir o prometido?

Como pude dar lugar, ao medo, a ilusão?
Se era eu o homem em nossa cama,
Como poderia ela me afrontar, se
Tudo o que meus olhos pediam,
Era dela concordar.

Ainda vejo, aqui a mão sua, o seu esforço.
Na mesa do canto, no som da música a voar.
Nas marcas entranhadas no colchão, na pele,
Na alma, a sua ausência, lamentar, nas noites
De luar, quando a moça, corria para a janela
E ponhava a me chamar.

Olha a lua, é cheia, amor.. Que linda que está!

Não existe lua mais bonita que aquelas
Que ao seu lado pude apreciar.
Nem essa que a saudade, vem mostrar.


Se não me rasgasse inteira, o silêncio
Quando encontro seu olhar, algo divino, com ela teria pela vida toda, não posso negar!

Nessas horas o silêncio vem espicular,
Um pouco daquele jeito de olhar.
Será que ainda é de ódio, escarnio,
O desprezo que sublinhei,ou de desespero
Porque a golpei?

Foi no mesmo golpe de incertezas que, provei,
Esse gesto que no fundo matutei.

Ó que atimia, caí sobre essa madrugada!
Que quase sempre segue, além da alvorada.
Na falta da namorada, da mulher,
Que vinha desconfiada,um riso de criança
Me tirava e em nossa cama me abraçava.

Bebi da maldita, me arrependo!
Entreguei seu corpo em sua porta,
No final, da tardinha que sumia.

E sob a lua que ainda lumia
Me apartei dela que ia...

Daqueles dias que eramos dois sóis,
Dado a minha covardia,
Não guardo nem fotografia
Ó.. Quando a encontrarei,
Quando serei de novo um rei,
Uma rainha?

Não sei que hora bate no relógio,
Se uma, duas, quatro ou três,
Se é noite, se é dia.
Invento risos para fugir da agonia.

Se é uma, duas, quatro ou três, não sei.

BREU

Que eu haja, que eu exista
No tempo de ontem que hoje parece ser
No brilho da luz, no cantinho da paz
Até na dor que o riso pretende vencer

Que haja ela e eu, no festejar das folhas das árvores,
Verdejantes e nas falecidas aos meu redor
Tão úteis e gratas pelos tempos de flora
Bons tempos que se foram
Que serão...

Por onde andarmos, se florescer
Que não nos falte um ramo de flores e seu mel
Que por onde, prestes a morrer, não nos venha
O remédio amargo, extraído do fel ...

Que a cura seja, suave e eficaz
Como uma rosa que se abre
Que haja amor e não paliativos
Pois, esses, são indiscutivelmente estéreis,

Um efêmero, riscado em vários tipos de papéis.
Chegam aos ouvidos, o grito da menina
E seus sais, caem feito chuva de aquarela
Onde se contorcem os desejos

Largados pelo caminho, no tempo
Tempo passado e presente,
Do frustrado ao perdido, naturalmente
Que haja tempo..

O clamado tempo ..
Onde estamos, onde estaremos?
Do florir dos sonhos
Até o cerrar dos olhos

Na clareza da luz, no mistério do breu
Não há outras certezas..
A não ser que, certamente estaremos lá
Onde inevitavelmente, todas as luzes, se apagam.

Kaw Lima

TURVARÓBOLO

Sinto que me desfaço em saudade.

Cores, nenhuma, vejo mais!

Sinto que estou indo...

Acabei.

Agora sou só lembranças.

Kaw Lima

SADO

Estou ao seus pés
E seu olhar alto
Me tornas ainda menor

Como entender?
Como?

Se ao contemplar , de baixo, seus olhos negros,
Seus cabelos cacheados, sobre a face branca
Tudo sou.

Em tudo posso amar-te
Sou inteira.

Kaw Lima

"Não guardo expectativas de nada, sobre nada, por nada!
Apenas, tiro os saltos e concedo uma dança, para quem suavemente me destina a mão".

COMPANHIA (o canto da Cotovia)

"Canta ao longe a Cotovia
Seu canto é minha companhia,
nesta tarde de solidão.

A solidão calada, fincada,
nos olhos saudosos do seu objeto
de indagação.

Canta, canta Cotovia, gracejando
pelo ar, aqui perto, vem pousar

E me responde a questão.
Por onde anda, o bem meu,
Por onde vai o seu rumar,
Dizem que segue, para outro amar.

Como é triste esse vagar na esperança
de encontrar, o amor que a Cotovia
faz lembrar neste, fim tarde quando chega,
a Lua Cheia, sobre o mar,

Onde se ouve um canto uníssono,
Cotovia e solidão.
Já, logo ali daquela árvore,
vem a bela melodia, de saudade
e aceitação".

OUTRAS COISAS
QUERO CANTAR AO SEU OUVIDO, COISAS SUSSURADAS QUE TE FARÃO
SENTIR UM CERTO REGALO, PASSEANDO PELO CORPO.
SEGURAR TUA MÃO E DEIXAR QUE OS OLHOS CONTE-NOS COISAS PARTICULARES
QUE NA BOCA, A AUSÊNCIA DA CORAGEM NÃO PERMITE DIZER.

QUERO CONTAR-TE COISAS...
COISAS QUE TE FARÃO DESEJAR NA PELE A MINHA QUE É SUA,
DESENHADA BOCA, EM MARCAS DE BATON.
E MAIS FALAREI..

TE FAREI RIR, ESCULTURAR RUGAS EM TUA TESTA,
E DOS CIÚMES QUE TIVER, SERÃO DESFEITOS QUANDO,
A LÍNGUA MINHA, ENTRANHADA NO TEU CÉU, ROUBAR
TODOS OS PENSAMENTOS INGLÓRIOS.

QUERO CONTAR-LHE OUTRAS COISAS..
FALAR AO HOMEM QUE TOMA O VOLANTE EM NOSSO ACHEGO,
AO MENINO DE OLHAR QUENTE E MAROTO, A MULHER QUE ALVORA,
NO DISPARAR DO PEITO, DEPOIS DE SER O SEU PRÓPRIO ESPÍRITO EM CARNE.

CONTAREI ENTRE, OS MEANDROS DO TEU CORPO,
AONDE SE ENCONTRA A CRIANÇA ENGAVETADA,
QUE FOGE, PARA NO AMOR, NÃO CRER.

E CONTAREI ENTRE UMA PALAVRA E OUTRA,
QUE BASTA OLHAR-SE NOS OLHOS, SE QUISERES ME VER.
CONTAREI, CONTAREI, CONTAREI..
ATÉ QUE AS PALAVRAS, NÃO SOBREM.
POIS, QUEM PRECISA DE TANTAS,
SE TANTO SE REVELA NO VÔO QUE TE DEI.

Sentimento

O sentimento é o cal que cimenta a vivencia.
Os sentimentos são como as quatro estações, os quatros elementos da vida.
Nos consomem, nos avivam, nos fortalecem, mas nos derrotam.

São, os sentimento, como as árvores milenares.
Uma cidade de árvores em formação, tão indefinidos são.

Sentimentos, dia e noite, sol e chuva,a mão enrugada do velho, o sorriso da criança, exaltando, o novo.

Há quem diga que, existe coração de pedra, mas até o irredutível, se rende em sentimentos, quando da sua queda.

O belo e o feio, que para bem ou para o mal, veio.
O sentimento é simples, como do sentir, do gosto da Manga, nos lábios da menina, ao gosto amargo, no olhar de féu.

Agridoce são os sentimentos que, não se afastam do justo julgador, nem tão longe está do infeliz, destino, do réu.

Ah.. quantos sentimentos, podemos ter, criar, alegrar e perecer.

Dia de sol, manhã chuvosa, penumbra da noite, madrugada enluarada, gosto de morte, aviso de vida, numa hora inesperada.

Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas. O tempo passa e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!