BREU Que eu haja, que eu exista No tempo... Kaw Lima

BREU

Que eu haja, que eu exista
No tempo de ontem que hoje parece ser
No brilho da luz, no cantinho da paz
Até na dor que o riso pretende vencer

Que haja ela e eu, no festejar das folhas das árvores,
Verdejantes e nas falecidas aos meu redor
Tão úteis e gratas pelos tempos de flora
Bons tempos que se foram
Que serão...

Por onde andarmos, se florescer
Que não nos falte um ramo de flores e seu mel
Que por onde, prestes a morrer, não nos venha
O remédio amargo, extraído do fel ...

Que a cura seja, suave e eficaz
Como uma rosa que se abre
Que haja amor e não paliativos
Pois, esses, são indiscutivelmente estéreis,

Um efêmero, riscado em vários tipos de papéis.
Chegam aos ouvidos, o grito da menina
E seus sais, caem feito chuva de aquarela
Onde se contorcem os desejos

Largados pelo caminho, no tempo
Tempo passado e presente,
Do frustrado ao perdido, naturalmente
Que haja tempo..

O clamado tempo ..
Onde estamos, onde estaremos?
Do florir dos sonhos
Até o cerrar dos olhos

Na clareza da luz, no mistério do breu
Não há outras certezas..
A não ser que, certamente estaremos lá
Onde inevitavelmente, todas as luzes, se apagam.

Kaw Lima