Coleção pessoal de karlalins
Antes de se considerar uma vítima de falsidade, pense se, na verdade, não é você o culpado. Muitas vezes depositamos nas pessoas mais confiança do que deveríamos e esquecemos que ninguém é totalmente verdadeiro o tempo todo.
Não gosto de ingratidão, não gosto de falsidade ou hipocrisia. Não gosto de gente metida, nem de gente que atua. Não gosto de gente orgulhosa demais, gente que se acha por seu corpo, por dinheiro... não gosto nem sequer de gente burra. Não gosto de gente que se cala, de pessoas que têm medo de viver, nem daqueles que não prestam atenção nos outros, ou que se acham o centro do mundo. Não gosto de água com gás, de trabalhar, nem de barata voadora Sem palavras, de onde eu tirei isso?... Gosto de gente que sabe rir, de quem sente, e sente verdadeiro. Gosto de gente que sabe aproveitar a vida, e sabe ser atenciosa. Gosto de quem tem o coração maior que a cabeça, mas sabe pensar. Gosto quando sussurram no ouvido, gosto quando surge aquele olhar, gosto quando beijam, quando abraçam, admiro o sentimento de reciprocidade. Gosto de pessoas autênticas, pessoas batalhadoras... Gosto até das pessoas que magoam, mas aquelas que magoam por serem sinceras. Gosto que briguem comigo quando faço besteira... gosto mais ainda daqueles que amam, amam no sentido de amor, aqueles que amam verdadeiro, não dos que ficam em dúvida sobre o que sente, ou dos que amam dois, três ou quatro pessoas diferentes. Gosto de quem ama mesmo. Por que quem ama não tem dúvida... aproveita a vida, é autêntico e sabe rir. Quem ama é atencioso, sabe dar carinho, e é verdadeiro, sente de verdade, e está sempre de bem com a vida.
Vivendo e aprendendo!
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim...
Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...
Certezas
Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades, às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.
É fácil ser amada quando se está num salto 12, com um sorriso no rosto e um cabelo impecável. É fácil amar quando tudo o que isso significa é me abraçar e sorrir de volta. É fácil gostar do que não pesa nada, do que não exige nada, do que não cobra nada. É fácil se apaixonar por mim quando eu sou engraçada, aceito sua cerveja, e massageio seu ego. Sim, até eu cairia de amores por essa boneca, aperte no botãozinho da minha barriga e eu vou dizer que você é lindo.
VOCÊ SABE AMAR?
Eu estou aprendendo.
Estou aprendendo a aceitar as pessoas mesmo quando elas desapontam, quando fogem do ideal que tenho para elas, quando me ferem com palavras ásperas ou ações impensadas.
Não é difícil aceitar as pessoas assim como elas são, não como eu desejo que elas sejam, mas como elas são!
É difícil, muito difícil, mas estou aprendendo.
Estou aprendendo a amar.
Estou aprendendo a escutar, escutar com olhos e ouvidos, escutar com a alma e com todos os sentidos.
Escutar o que diz o coração, o que dizem os ombros caídos, os olhos, as mãos irrequietas.
Escutar a mensagem que se esconde por entre as palavras corriqueiras, superficiais;
Descobrir a angústia disfarçada, a insegurança mascarada, a solidão encoberta.
Penetrar o sorriso fingido, a alegria simulada, a vangloria exagerada.
Descobrir a dor de cada coração.
Estou aprendendo a perdoar pois o amor perdoa, lança fora as mágoas, e apaga cicatrizes que a incompreensão e insensibilidade gravam no coração ferido.
O amor não alimenta mágoas com pensamentos dolorosos.
Não cultiva ofensas com lástimas e autocomiseração.
O amor perdoa, esquece.
Extingue todos os traços de dor no coração.
Passo a passo, estou aprendendo a perdoar, amar.
Estou aprendendo a descobrir o valor que se encontra dentro de cada vida, de todas as vidas, valor soterrado pela rejeição, pela falta de compreensão, carinho e aceitação, pelas experiências duras vividas ao longo dos anos.
Estou aprendendo a ver nas pessoas a sua alma, e as possibilidades que Deus lhes deu.
Estou aprendendo, mas como é longa a aprendizagem!
Como é difícil amar, amar como Cristo amou!
Todavia tropeçando...
Aprendendo a pôr de lado as minhas próprias dores.
Meus interesses, minha ambição, meu orgulho quando estes impedem o bem estar e a felicidade de alguém.
Como é duro amar!!!
AME S2
Simplesmente ame. Ame a lembrança que se tem da infância, aqueles mil e um roxos nos joelhos e os primeiros passos de patins.
Ame quando você for criança e achar que seu pai é o maior homem desse mundo, mas ame mais quando você descobrir que ele é, sim, o mais importante. Ame o abraço de uma amiga verdadeira que você descobriu e que, juntas, vocês conquistaram o mundo apenas sentadas de baixo de uma árvore. Ame quando você descobrir que não existe só uma amizade assim, e que, no decorrer da vida, você descobre que cada pessoa passa por você na fase certa, fazendo dela única naquele momento. Ame um sorriso seu, mas ame mais um sorriso pra você. Ame a primeira flor e bombons que você ganhar, guarde a caixa e suspire inúmeras vezes quando olhá-la. Ame aquela ligação de madrugada das suas amigas berrando e dizendo que amam você. Ame mais ainda aquela outra ligação, no começo da noite pra te desejar um “dorme bem”. Ame o abraço da sua mãe depois de uma longa conversa sobre amores e amigos. Ame aquele domingo em família. Ame todos os seus aniversários. Ame as borboletas, mas ame mais quando elas voarem dentro de você e aí, sim, ame. Ame e ame demais seu pai e sua mãe em todo o momento. Ame suas primas. Ame aquelas férias de uma semana a qual você conheceu pessoas eternas. Ame aquela velha e boa amiga do tempo de criança que diz “eu sempre torci por você” a cada derrota ou vitória sua. Ame a saudade, mas ame mais ainda a hora de matar ela. Ame crianças e bagunça e cães é claro. Ame e festeje o pôr do sol, mas ame mais ele nascendo. Ame o primeiro amor, e encontre o segundo para amar ainda mais. Ame uma festa até às seis da manhã, mas ame mais o dez que você tirou na prova que vinha na manhã seguinte. Ame sua sorte, seu cabelo e seu perfume. Ame o sol. Ame as suas músicas. Ame seus medos, ame o que passou o que está acontecendo e o que está por vir, apenas ame... E depois de um tempo que você amar, se amar... comece tudo de novo, mas dessa vez, faça diferente, ensine alguém a amar... você! ;*
TENHO MEDO
Tenho medo de me machucar
por isso, não me atrevo a arriscar.
Tenho medo de me envolver
por isso, não me atrevo a te ter.
Tenho medo de me iludir
por isso, nem tento te conseguir.
Tenho medo de me expor
por isso, vivo sufocando o amor.
Tenho medo de me apaixonar
por isso, estou sempre a chorar.
Tenho medo de querer
por isso, nem quero mais te ver.
Tenho medo de me abrir
por isso, estou a ponto de explodir.
Tenho medo de falar
por isso, não consigo te escutar.
Tenho medo de poder
por isso, vivo a me esconder.
Tenho medo de pedir
por isso, estou sempre a fugir.
Tenho medo de errar
por isso, nem chego a lutar.
Tenho medo de sofrer
por isso, chego a te ofender.
Tenho medo de sentir
por isso, estou sempre a resistir.
Tenho medo de mudar
por isso, eu não posso confiar.
Tenho medo de morrer
por isso, não consigo ter você.
Tenho medo de confundir
por isso, eu não posso permitir.
Tenho medo de decepcionar
por isso, não consigo te agradar.
Tenho medo de me encontrar
por isso, não vou te procurar.
Tenho medo de precisar
por isso, eu não vou me entregar.
Tenho medo de perder
por isso, não consigo combater.
Tenho medo de terminar
por isso, nem chego a começar.
Tenho medo de me apegar
por isso, eu não posso te lembrar.
Tenho medo de amar
por isso, eu não posso nem sonhar.
Tenho medo de vencer
por isso, me contento em viver.
Amar...
É querer estar perto de quem se ama...
É sentir falta, quando não se está perto...
É se sentir feliz com simples gestos de carinho... Com algumas palavras doces...
É se sentir no lugar mais seguro do mundo, quando se está nos braços da pessoa amada...
É querer que o ser amado faça parte de sua vida...
É querer ver o ser amado feliz... E para isso fazer o que se pode para ver um sorriso estampado no rosto de quem se ama, em lugar de lágrimas...
É desejar do fundo do coração que o amor dê certo...
É querer consertar os erros que por ventura ocorram para não ver a quem se ama triste...
É ter medo de perder...
É ficar feliz só em ouvir a voz da pessoa que se ama, mesmo quando ela não pode estar perto...
É querer dar o melhor de si pelo ser amado...
É nunca brincar com os sentimentos de quem se ama...
É nunca querer ver lágrimas de tristeza nos olhos de quem se ama...
É querer ver o outro bem sempre...
É cuidar...É proteger...É defender quem se ama...
É apoiar quem se ama nas horas necessárias...
É dar valor às pequenas coisas que o ser amado faz por nós... o chaveirinho que você me deu, por exemplo, pode até não ter um alto valor financeiro... Mas, para mim ter um valor muito grande... Inestimável! Sabe por que? Porque veio de você.
É ficar puto da vida com quem causa alguma mágoa ou tristeza em que se ama...
É não fazer joguinhos de conquista... tipo “Ah! Eu já conquistei essa pessoa... Agora vou subir no pedestal e ela que venha até mim, agora!” Isto, definitivamente, não é amor!
É ceder, às vezes, em prol da felicidade comum do casal...
É não deixar o ser amado com dúvidas...E sim, dar segurança emocional...
É demonstrar, diariamente, não por obrigação, mas por puro prazer o quanto se ama a pessoa amada...
Sem vergonha de parecer careta...Sem medo do que os outros vão pensar...
É ser sincero sempre...
É não economizar afeto, achando que assim estaria se tornando vulnerável, diante do ser amado...
É, enfim, amar de todas as formas possíveis... Mas com o coração...
Não 30% ou 50%... É amar 100%.
Quando me amei de verdade
Quando me amei de verdade,
pude compreender
que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo,
na hora certa.
Então pude relaxar.
Quando me amei de verdade,
pude perceber que o
sofrimento emocional é um sinal
de que estou indo contra a minha verdade.
Quando me amei de verdade,
parei de desejar que a minha vida
fosse diferente e comecei a ver
que tudo o que acontece contribui
para o meu crescimento.
Quando me amei de verdade,
comecei a perceber como
é ofensivo tentar forçar alguma coisa
ou alguém que ainda não está preparado
- inclusive eu mesma.
Quando me amei de verdade,
comecei a me livrar de tudo
que não fosse saudável.
Isso quer dizer: pessoas, tarefas,
crenças e - qualquer coisa que
me pusesse pra baixo.
Minha razão chamou isso de egoismo.
Mas hoje eu sei que é amor-próprio.
Quando me amei de verdade,
deixei de temer meu tempo livre
e desisti de fazer planos.
Hoje faço o que acho certo
e no meu próprio ritmo.
Como isso é bom!
Quando me amei de verdade,
desisti de querer ter sempre razão,
e com isso errei muito menos vezes.
Quando me amei de verdade,
desisti de ficar revivendo o passado
e de me preocupar com o futuro.
Isso me mantém no presente,
que é onde a vida acontece.
Quando me amei de verdade,
percebi que a minha mente
pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando eu a coloco
a serviço do meu coração,
ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz...
Se você não consegue lidar com os limites dos outros, é porque você não consegue lidar com os seus limites. A rejeição é um processo de ver-se.
Toda vez que eu quero buscar no outro o que me falta, eu o torno um objeto. Eu posso até admirar no outro o que eu não tenho em mim, mas eu não tenho o direito de fazer do outro uma representação daquilo que me falta. Isso não é amor, isso é coisa de criança.
O anonimato é um perigo para nós. É sempre bom que estejamos com pessoas que saibam quem somos nós e que decisões nós tomamos na vida. É sempre bom estarmos em um lugar que nos proteja.
Amar alguém é viver o exercício constante, de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fosse. A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito.
Como está a nossa capacidade de amar? Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. Amar por valor é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e por isso você o ama tanto. Na hora em que forem embora as suas utilidades, você saberá o quanto é amado!
Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz!
O convite da vida cristã é esse: que você possa ser mais do que você faz!
Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.
Tenho visto muito amor por aí, amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva, mas esbarram na dificuldade de se tornar bonito. Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebeu ameaçados apenas e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender; necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor.
Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza que está fazendo o seu amor bonito?
De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro, a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual criança. E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.
Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia cantando e olhe alegre.
Recomendam-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando; não se cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, “aquela conversa importante que precisamos ter”, arquivar se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível. Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.
Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine, cheia de brinquedos dos nossos sonhos): não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.
Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade do tamanho do amor que sente.
Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo
do Natal infantil. Revivendo os carinhos que instruiu em criança. Sem medo de dizer, eu quero, eu gosto, eu estou com vontade.
Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo seu amor, ou amar fazendo o seu amor bonito (a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que você é e nunca, deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser.
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.
O Medo do Amor
Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.