Coleção pessoal de kamylla23
Eu ainda sinto sua falta, mas é uma saudade tranquila, mansinha... ás vezes eu acordo e sinto um vazio ilegível, branco, isolado em torno dele mesmo. É como se eu vivesse num mundo que estivesse ainda me esperando mas que eu nunca consegui
chegar pra realmente senti-lo. As decisões que tomei e o rumo que minha vida tomou não segue mais teu roteiro, não me vejo mais presa a tua aprovação e nossas lembranças estão cada vez mais ofuscada pelo tempo, mas ainda sinto um pesar aqui dentro, não choro mais e nem sei se eu realmente sofro porque nada mais me atormenta, nada parece me abalar, nada mais estremece minhas verdades. Depois de um tempo você percebe que a dor é tão sua que não dói mais, não fere tanto, não arranca mais tuas noites de sonos, não tira mais teus planos do eixo. Você ainda é uma dor sem cura mas já cicatrizada, você é uma lembrança triste de um passado que quis muito ser futuro, você foi a mais bela possibilidade da minha vida. Hoje o que mais dói é saber o quanto minha saudade é inútil, eu não posso te ligar pra dizer que lembrei de você ouvindo uma música, eu não posso mais te contar o quanto a noite foi pesada porque você não tava comigo, eu não posso mais te abraçar quando acordar com medo de não mais te ver. E você nunca vai sentir, nunca vai ver, nunca vai saber o quanto minha vida é um simples parênteses depois que nossa história teve um ponto final.
Não eu não me iludo fácil, posso parecer boba, ingênua mas todas as vezes que sofri ou me magoei por causa de alguém não foi inocentemente, no fundo eu sabia, bem lá no fundo eu tinha noção da onde eu tava me metendo. Não sou de fantasiar,
não construo castelos pra abrigar ninguém em mim, eu construo pontes, elos que unem, mas elos que são frágeis, fadados a se romperem, afinal o que há de certo nas relações que temos além de que um dia terão fim? O motivo? Ninguém sabe mas o fim esse sim todo mundo por mais puro e casto que seja sabe que terá, e eu me enquadro nisso também. Tantas vezes perdi meu tempo culpando sicrano, beltrano pela minha dor, mania tosca essa de quem sofre, arrumar um culpado, um réu pra vê se alivia, melhora, mas quem participou da vida mais do que aplaudiu sabe que nossas dores são frutos nossos que a semente muitas vezes não somos nós que plantamos, mas seu crescimento somos nós que permitimos. Sei que nem todas as minhas dores terão cura, e sei mais ainda que a cura não vem quando eu responsabilizo alguém por elas, a cura vem quando tem que vir, quando o tempo passa e a gente nem percebe que sente mais, quando a gente olha pra aquela pessoa que te arrancou lágrimas intermináveis e se senti a vontade e livre pra desejar um bom dia, um feliz natal, pra desejar felicidade. Você foi assim, passou por mim e hoje depois de ter sentido tudo que alguém pode sentir por outra pessoa: amor, raiva, rancor, tristeza, carinho, hoje consigo lembrar de você e rir, rir das suas piadas tão fora de hora, rir das suas infantilidades sem limites, rir do seu passado mal resolvido e rir de mim, da minha besteira em pensar que um dia essa dor não iria passar, que um dia nossa história não ia passar, que um dia inevitavelmente do teu perfume eu não iria mais lembrar.
Você pensa que não sei mas eu sinto que você ainda gosta dela, eu percebo nas vezes que você me olha esperando uma reação que talvez só ela teria. Eu noto na sua voz um tremor, um medo de de repente num comentário qualquer você me comparar
a ela e estragar o pouco que construímos até hoje. E eu fico na defensiva, meu coração acelera cada vez que ouço você dizer que não quer se envolver ainda, porque no fundo sei o motivo de sua auto proteção. Você me admira, mas sinto que minhas qualidades pra você nunca superarão as dela, porque por mim você sente admiração, por ela é encanto. E eu fico torcendo, empenhada noite e dia em te mostrar que eu também posso ser interessante, tentando em meio a seu mistério descobrir a fórmula pra mexer com você, mas como lutar contra uma história intensa? Como lutar contra alguém que mesmo longe ainda controla teus passos e habita em teus pensamentos? Queria que fosse uma briga minha com ela, mas não é, essa briga é minha com a coisa que mais prezo no mundo: seu coração. Queria saber até quando você vai se esconder por trás do seu medo, até quando você vai traçar uma relação tendo em mente o que você já viveu, até quando você vai me guardar na sua caixinha e me prender com seus carinhos descomprometidos. Há um mundo lá fora, e nesse mundo seu medo e minha liberdade não cabem, ou um ou outro, então não me faça ter que escolher, porque querido não sei se você percebeu mas eu não sou como o resto e por não ser como o resto eu não aceito restos nem de você nem de ninguém.
Deixa eu despedaçar essas chícaras no chão, deixa eu jogar esse porta retrato fora, deixa eu rasgar suas roupas e me libertar de toda essa dor que me consome, não se assusta com meus gritos porque você ainda não ouviu o turbilhão que tá aqu
i dentro. Deixa eu brigar, porque quem sabe uma hora tudo isso pare de fazer sentido, deixa eu chorar mas não vai embora, assisti meu desespero, não se aproxima mas também não vire as costas, senti comigo tudo isso, se atormenta com meu choro desenfreado e com minha voz embargada. Me entende, me salva do nosso fim, não está nada fechado, ainda dá pra você tentar, diz que é mentira olhando nos meus olhos e me arranca toda essa decepção que ta me roubando a razão. Se estou louca é por sua causa, é você que está me negando o remédio, você é minha cura e você sabe. Me castiga com a pior verdade, me espanca com teus casos absurdos e desenfreados, mas não silencia, não cala diante desse coração rasgado e despedaçado que insiste em acreditar em nós. Deixa eu jogar toda a minha obsessão, meu medo, minha solidão, minha carência na tua cara porque quem sabe meu amor vá junto, e me largue, me solte, me liberte. Meu amor tá surrado, mas ainda é amor... esse amor maltrapilho um dia foi saudável e você se aproveitou dele até a última gota então não o abandone agora, porque é agora que ele mais precisa de você. Me dá motivos pra te perdoar, me faz acreditar que essa crise vai passar, só não deixa tudo isso morrer, só não deixa meu amor sem colo, sozinho numa esquina qualquer, esperando algum outro alguém se compadecer e dele cuidar.
Você sempre me disse que eu precisava mudar, parar de ser tão dependente e largar a mania de se importar com tudo e com todos, você se incomodava com minha sensibilidade, minha maneira estranha de ver o mundo sempre achando espaço pra fanta
sias confrontava você com sua maneira tão ‘no chão’ de enfrentar a vida. Eu tentava ouvir o que você dizia e juro, cheguei a pensar realmente que eu era boba, por cuidar tanto e muitas vezes não receber nem o mínimo de volta, mas pra mim amor nunca foi um jogo de trocas recíprocas, eu sempre tive em minha mente que um sempre tinha que dar mais, e nesse caso era eu. E em todo tempo que estive com você, eu estive inteira, sem reservas, não porque você foi melhor que os outros, mas porque simplesmente eu sou assim, eu não entro em nada pela metade, eu não vou ao mar pra molhar o tornozelo, se não for pra mergulhar de cabeça pra mim não vale a pena. Com o tempo toda a tua rejeição começou a mexer com algo até então intacto em mim: meus valores, eu comecei a me perguntar até que ponto valia à pena dividir meus sonhos com alguém que me tinha como uma fase não uma constante. No começo doeu me acostumar com a idéia que toda minha entrega pra você não fazia sentido nenhum, que na verdade eu vivia um sentimento unilateral, que tudo o que vivemos foi uma história que só eu posso contar, porque pra você nada foi relevante, mas hoje parei de me castigar por ter sido tão sua, em tudo que me propus a ser, porque sei que o erro não tava em mim por se doar demais, o erro estava em você por não conseguir aceitar que tudo que eu te dei foi porque eu quis, não porque eu queria tudo de volta, você não entende que amor não é pesque-pague, toma lá da cá, amor não é batalha, não é guerra onde um vence e o outro perde. E eu por fim não me arrepende do que eu dei, porque essa é a única forma que aprendi a amar.
Eu amadureci, eu sei disso, mas ainda não aprendi a controlar minha dor, ainda não consigo lhe dar com despedidas, e sinto demais, sofro sempre mais do que o permitido e vivo passando do limite do saudável. Ontem me vi assim, como uma crian
ça no primeiro dia de aula, fechando um ciclo, um ciclo feliz, mas um ciclo que precisava ser fechado, pois sempre há mais o que ver e ninguém merece ter a visão limitada pra tudo que se ainda há pra viver. Hoje acordei querendo fugir de tudo, querendo esquecer o tanto que errei e o tanto que erraram comigo, querendo dormir e só acordar quando puder enfim respirar aliviada. Hoje queria uma máscara temporária, que me fizesse passar desapercebida, não exijo novos lugares, novas pessoas, novas histórias, eu só queria não ser lembrada por um tempo. Eu só queria me convencer de que essa sensação vai passar porque agora está tudo doendo tanto que parece que eu já nasci com essa dor. Queria sumir um pouco, de tudo, sentir essa dor até ela parar de fazer sentido, chorar até eu decidir que já deu, gritar até essa mágoa sumir. Queria me esconder, me esconder até poder olhar pra todo mundo sem me sentir vigiada, até reconhecer familiaridade em todos que me rodeiam, já que hoje ninguém parece entender nem aliviar o que tá me matando. De tudo que mais queria hoje, eu desejaria aprender simplesmente a me perdoar, a admirar a minha entrega, a sentir orgulho de tudo que sou e me faz ser essa intensidade em pessoa. Das coisas que mais me atormentam, a pior é saber que não há nem nunca houve alguém em que eu pudesse ver um pouco de mim e não me sentir só nesse mundo que ninguém parece sentir.
Não fizemos nenhum trato eu sei, e pode crer não consigo me perdoar por ter sentido tanto ciúme, é claro que inevitavelmente nós iríamos tomar outros rumos, você iria encontrar alguém e iria conquistá-la com a mesma facilidade que me conqui
stou, mas eu não queria tá perto pra ver isso, eu não queria ouvir isso, de ninguém muito menos de você. A verdade é que me pergunto se poderia ter evitado, se poderia te dizer o quanto tava pensando na gente nos últimos dias, o quanto achava realmente que nós dois poderíamos dar certo, mas não deu tempo e alguém deve ter pensado o mesmo que eu, mas fez algo que eu não fiz: agiu. Você sempre foi tão livre, que achei que dizer o que sinto prenderia você, limitaria a gente, e sempre achei bonitinho seu jeito de me chamar de ‘amor’ sem ao menos saber o quanto isso mexia comigo. A verdade é que nunca me senti tão presa a uma possibilidade, eu não queria você agora, você não me queria agora, mas no fundo conseguia me ver em você daqui há alguns anos, casa bagunçada, fotos na estante, recadinhos na geladeira. Você nunca prometeu nada, na verdade nós não tínhamos nada, pelo menos era o que eu pensava até perceber que na verdade eu tinha tudo, amor, ciúme e um medo infame de te perder de vista. Acho que seu jeito me ajudou a me acostumar com todo esse turbilhão aqui dentro, a maldita maturidade, que deixa a gente mais sensata, se fosse há uns anos atrás já tinha dito tudo, feito poemas e te dado, dedicado música em rádio, o diabo a quatro! tudo menos esse silêncio esmagador, tudo menos esse conformismo escondido por trás de um ‘tô nem aí’. Já sei que eu te perdi, e o pior perdi sem nem tentar te ter, perdi sem nem ter sentido o gostinho de dizer que um dia eu tive você, nem que fosse um pouquinho, nem que fosse por um breve instante de eternidade. Te perdi sem nem ao menos ter tido a chance de te querer, pra mim, pra sempre.
Sim, eu escutei tudo que você falou, eu ouvi e entendi, mas mesmo sabendo dos seus motivos, nada mudou, eu ainda me sinto presa, ainda há um elo invisível me segurando a sua vida. Esse sufoco não passa, porque mais uma vez engoli tudo, as p
alavras desceram como farpas e ainda sinto um desconforto no estômago e um aperto na alma, coisa de quem cala demais, sofre demais e encara de menos. E você ta aí, vida caminhando, é eu soube... trabalho novo, e quem sabe amor novo, Amor? Acho que não, só se aprendeu a amar porque até onde eu sei você nunca soube. E eu caminho também talvez não tão bem por ter que conviver diariamente com seu fantasma, por vezes o ouço, por vezes o sinto e sua presença continua sendo mais real do que a de muita gente que comigo divide meu tempo. Sabe o que me dói? é que você talvez nunca vai saber, talvez nunca vai se arrepender, queria que você assistisse meu desespero por tantas vezes maquiado por trás de um ‘to bem’, queria que alguém lhe dissesse como estou ‘vai lá cara! Ela não tá bem, o que você fez?’, queria que você ouvisse meus gritos e sentisse comigo essa dor que me impede de seguir minha vida como você tão bem fez. Alguém tem um advogado que me defenda de mim? Do meu amor? Deponha a meu favor, diga que eu não mereci, diga o quanto fui leal a nós e peça pra esse juiz desavisado que é meu coração pra me libertar, me soltar de vez porque to cansada, essa prisão tá fria e as visitas estão cada vez mais raras. Você talvez nunca saiba, mas eu vou saber, meu silêncio vai saber, meu coração vai saber, que ás vezes a gente ama tanto sem saber que quem ama demais assina atestado de culpa, se condena, se entrega a prisões muitas vezes sem volta.
Sabe muita coisa mudou, depois que você decidiu abandonar o barco... Não sinto mais medo das pessoas e sinceramente to curada da minha mania de ser auto-destrutiva. Quando você foi embora, por mania ou simplesmente saudade, eu lhe escrevi, ...escrevia como um direito de resposta que você me negou, era como se eu quisesse expulsar tudo aquilo, toda aquela raiva, todo aquele rancor contido. Imaginava nosso encontro como um festival de farpas, lágrimas... mas depois de tanto tempo olhar pra você só me trouxe alívio. Você veio e vi que não restou nada de familiar em nós, nossos olhares não eram mais cúmplices como antes, você falava e eu já não me sentia conectada o bastante pra terminar um raciocínio teu. Foram tantos anos juntos e pensava que te conhecia por inteiro, pensava que saberia decifrar cada atitude tua, mas hoje percebi que você nunca passou de um mero estranho na nossa relação, eu que queria enxergar diferente, eu que teimava em acreditar que era pra sempre. Na verdade aquela ferida toda, aberta e sangrando que você me deixou, hoje só deixou cicatriz, como artimanha divina pra me lembrar que as pessoas que a gente menos espera também nos machucam mas que é possível se curar. Hoje tudo em mim é diferente, depois que você se foi me vi tão minha, aparei minhas arestas e controlei minha dor, fiz tudo que antes achava que fazia só por sua causa, mas hoje só porque te vi percebi que o de melhor que sobrou de nossa relação eu já tenho: SOU EU.
Talvez eu ainda não tenha aprendido a me perdoar, talvez eu precise parar de remoer todas essas coisas que me prendem a um passado que tanto subornou meus sonhos. Eu procuro acreditar no que vejo na minha frente e tento ver além do embaçado...constante dos meus olhos, guardo meus medos na gaveta e não me olho mais no espelho, a falta escreveu sobre minha’alma todas essas ausências, que me doem, me sufocam e me fazem em pedaços. Eu passei pela vida acreditando tanto, me esforçando tanto pra ser melhor, que hoje nem sei se esse era o melhor que eu quis pra mim. Vi tanta gente, andei com algumas, sorri com outras e chorei com poucos, mas hoje só me resta essa saudade e essa constante vontade de visitar lugares que já nem sei mais se sou aceita. Hoje chorei, chorei por ter percebido o tanto de palavras, lágrimas e momentos que queria apagar e que não posso, chorei por essa vontade descabida de te olhar, esse desejo inocente de te ver sem nenhum passado a nos sufocar. Chorei porque de toda essa descrença que minha vida se tornou, nós somos a única coisa que eu ainda acredito, mas ao mesmo tempo a única coisa que não alcanço. Hoje poderia te ligar, talvez um jantar, a gente poderia por o papo em dia, declarar saudades e afugentar temores, depois você poderia ir dormir lá em casa, eu acordaria a noite só pra te ver dormir, você se levantaria cedo e devagar pra não me acordar, hoje só hoje... a gente poderia reconstruir os sonhos tão antigos que o destino quis nos roubar.
Eu nunca fui do tipo que chamasse atenção, no quesito sedução sempre fui abaixo da média, em todo tempo que passei na escola se fui lembrada era por ser CDF, queridinha dos professores e só, nunca por atributos físicos. Nunca me achei a mai...s bonita, a mais atraente, mas também nunca vivi em briga com o espelho. Sempre fui desajeitada, avessa a moda e completamente desligada nas últimas tendências, mas isso nunca me impediu de conquistar pessoas e ter amigos bacanas ao meu lado. Via as meninas populares da escola, faculdade, academia e nunca me senti atraída pelo seu mundo, achava aquilo futilidade, besteira. Mas um dia comecei a achar que merecia algo mais, comecei a achar graça naquela mediocridade toda e aí começaram a me enxergar. Abandonei a turma do ‘deixa-disso’ e mergulhei de cabeça na turma do ‘deixa-rolar’. Pararam de me lembrar como a amiga de fulano, a que apartou a briga de beltrano... Agora eu tinha um nome, tinha uma turma, tinha uma história que eu não precisava dividir com ninguém, pois todos já sabiam. Eu, logo eu, passei de invisível para O foco. E tudo era novo, adrenalina pura, sensação de fama, de bairro e baladinha, mas ainda assim fama. O tempo foi passando e via que precisava sempre de novidade para permanecer no grupo dos “populares”, um ficante novo, um porre novo, uma balada nova, um vestido novo... E aquilo foi cansando, frustrando. No meu grupinho dos ‘despercebidos’ a atração era eu, não minhas novidades. Eu era querida pelo que eu era, não pelo que eu provocava. E hoje percebo como fui boba em achar que precisava chamar atenção pra ser vista, que precisava esconder sensibilidade pra ser desejada, que precisava ser popular pra ter amigos. Bom mesmo é ter pessoas que curtem a sua presença sem você precisar ser adorada por outras, pessoas que se importam com você mesmo você sendo a última da fila. E é esse grupo que eu pertenço, que eu sempre pertenci, que eu sempre me senti em casa.
Cansei de tantas lágrimas a noite, cansei de andar curvada, de sofrer sozinha, de esperar a volta de alguém que nem sei se existe. Hoje nem sei mais se amei você ou o que pensei que você era. Se eu amava ouvir o que você dizia e no fim desc...obri que era tudo ilusão, na verdade eu amei uma mentira. Ainda não consigo explicar como me enganei tanto, quantas vezes meu Deus tentei te desculpar pra mim mesma, tentando lembrar de alguma atitude digna sua, pra acobertar as inúmeras podres. Você foi desleal, cruel e imaturo, você na verdade é um desperdício de talento, mente tão bem que deveria investir em ser ator. Você poderia ter sido tudo pra mim mas resolveu ser passado. E hoje decidi arrumar suas trouxas de dentro do meu coração (o que é o mais difícil), entregar roupa, caneca, aliança é fácil complicado mesmo é entregar saudade, planos, sonhos... E hoje me limpei de tudo que é seu, me permiti fazer uma varredura no meu coração. Se fui eu que abri a porta do meu coração pra você entrar sou eu mesma que vou fechá-la depois de te tirar de lá. E só mais uma coisa: pode ir mas não olha pra trás não, porque não haverá mais ombro, colo nem perdão, haverá uma esquina vazia antes ocupada por alguém que agora decidiu viver.
Passaram-se tantas primaveras não foi amor? Mas seu perfume ainda inunda meu quarto, ainda ouço sua voz me acordando pela manhã e seus passos ainda atordoam meu sono... Há tanto o que saber e tanto mais que não saber porque na verdade você sempre foi o único, o único que me fazia querer ficar nesse mundo só mais um pouquinho apenas porque você estava segurando minhas mãos e em silêncio minha alma... Te olhar hoje seria retomar um turbilhão adormecido, te abraçar hoje seria resgatar um sonho sem fundamento, te amar hoje seria acreditar num futuro que pra nós não mais existirá... Eu sei que pra o destino acabou mas porque pra mim não, porque continuo pensando em você todas as vezes que inevitavelmente me deito e sei que não irás mais me ligar? Amor, de todos os que até hoje me deram boa noite você foi o único pra quem eu quis acordar no dia seguinte... você foi o único que eu quis amar no dia seguinte... E embora minha saudade seja o suficiente para te trazer todas as noites pra meus pensamentos ela não é forte o bastante pra te trazer para os meus braços, e agora já é tarde, preciso dormir antes que me perca em você outra vez...
Ficava me perguntando se o nosso encontro seria um plano divino ou um mero acaso de um destino infeliz, percebi ontem olhando você rindo das minhas infantilidades e depois dizendo só pra me frustrar que eu era irremediavelmente sem graça que você poderia ter nascido no Japão, na Alemanha ou até mesmo em Serra Leoa mas Deus permitiu que você nascesse aqui e em meio a minha mania de não sair de casa e a minha estranheza perante todo mundo que me rodeia Deus me permitiu conhecer você e não apenas isso ele desterrou em mim a vontade adormecida de revelar a alguém o quanto sou chata, imatura e medrosa... antes esses eram adjetivos que eu carregava dentro do meu mundinho que aliás ninguém conhecia. Como pode alguém fazer com que você saia de casa feliz, depois de um dia chato e cheio de gente chata? Como pode alguém olhar você dando a maior gargalhada e cochichar nos seus ouvidos que sabe que você não está bem? Como pode alguém fazer você ficar horas calada e só por estar perto dele esse se torna a melhor parte do seu dia? Talvez só entenda isso quando me encontrar com quem tem essa resposta...o mesmo que me trouxe você!
E você começa a não se assustar com o silêncio, tudo fica mais claro, aquele desespero de não se ter mais companhias para as noites derramadas em remédios para dormir cede lugar a uma solidão clara e almejada. Ninguém sabe ao certo quando se começa a enxergar tudo de forma passageira mas a dor dá início a tudo, a dor alarga as fronteiras, as lágrimas limpam os olhos cansados e o sofrimento liberta. Talvez beber demais, fumar demais, fugir demais nortei as preliminares de uma decisão ainda por tomar, mas no decorrer tudo se mostra como bobagem, porque de alguma forma a sobriedade está na alma e a alma nunca dorme. Ainda está tudo por resolver mas não se quer voltar atrás, há coisas que se resolvem por si só e por elas nada podemos fazer, é o valor da espera, a confiança no tempo e em sua completa capacidade de apagar e reativar tudo ao seu modo, o que é pra ser será e o que deixou de ser foi uma fração de segundo de uma vida que ainda espera ser vivida. É um cuidado consciente com o sentido que damos a algo que tem prazo de validade, é discernir que há propósitos e planos que findam em sonhos irrealizáveis. Mas no fundo entre lamas e esterco agente se nega a crer que a vida é dor, a vida pode ser leve, diz nossa alma, para se ter paz antes precisa ter guerra, pra se ter amor antes precisa entrega, pra se ter sol antes precisa ter escuridão, e é nessa escuridão que temos a certeza que o sol um dia virá.
Talvez a mais triste convivência que temos é com quem já não está mais presente, é a dolorosa convivência com o perfume que fica intríseco na memória, com um jeito de falar que se repete em outros lábios, com o som da gargalhada que insiste em soar em meio ao silêncio. É a dor oculta da manhã sem o bom dia, do sábado sem o cinema, dos dias tristes sem consolo. É o costume que não se tem, de passar... por uma determinada rua e não lembrar, de olhar um andar parecido e não recordar, de ouvir uma determinada música e não chorar.
É parecer que todas as histórias mereciam ser compartilhadas com quem já se foi, é se sentir em dívida com o amor por não tê-lo entregue ao todo, é se ouvir falar dele pra si mesmo quando mais ninguém parece querer ouvir.
A convivência que se aprende a aceitar, que dilacera as certezas de tantos que repetiam exaustivamente que um dia tudo iria passar. É a dor cotidiana de não se ter mais alternativas, de não ter mais sono que alivie ou apague, de ver que as lembranças não estão passando com o tempo e sim cada dia mais vivas.
É quando tudo que se vive parece um déjà vu de um tempo que mais parece uma outra vida. É viver esperando uma resposta pra uma pergunta que já foi esquecida. É ter a verdade escondida dentro de si sem ter como mudá-la. É sentir-se enganada por si mesma de um dia ter pensado que fosse pra sempre. É querer se encostar em um ombro que já não te acolhe. É não ter mais forças pra arrumar uma cama vazia. É parecer anti social por querer estar só quando a dor apertar. É ter que conviver com o medo de não mais esquecer.
Me perdoe amor, perdoe por não ter dito que te amava naquela festa onde teus olhos acompanhavam os meus e seu sorriso me pareceu um paraíso, me perdoe não ter dito que te amava quando te liguei pela primeira vez e sua voz estremeceu minhas verdades tão bem guardadas, me perdoe não ter dito do meu amor quando você me abraçou e me mostrou pela primeira vez onde eu queria morar pra sempre, me perdoe não ter dito eu te amo quando te entreguei aquele presente e você me encantou com seus olhos de criança fugitiva, me perdoe por não ter te revelado o meu amor quando você me disse que estava triste e precisava de companhia, me perdoe não ter falado do meu amor quando te vi no elevador e descobri que você nunca parou de mexer tudo em mim, perdoe amor, perdoe eu não ter dito eu te amo quando deveras nos amamos, perdoa eu ter escondido o meu amor quando você falou das nossas vidas passadas, perdoa eu ter silenciado meu amor quando descobri que não éramos possíveis, perdoa eu não ter dito te amo quando você disse que tava feliz, perdoa eu não ter te falado o quanto te amava quando você teve que ir. E por fim, perdoa amor, eu não falar de todo meu amor agora que não sei mais onde te encontrar.
Durante tanto tempo a única coisa que me perguntava era porque não nos encontramos antes? Porque não nos apaixonamos na adolescência e porque não fomos amigos de colégio, de vizinhança. Hoje já não me faço essas perguntas, hoje já não brigo com o tempo, hoje já me conformo.
De tudo que vivemos e fomos, tudo que me dá mais saudade é das nossas risadas, da maneira como você me deixava com as buchechas rosadas, de como não me importava em ser infantil do seu lado, as besteiras saiam sem nenhum controle e você adorava me despir de toda minha sinceridade.
Nós éramos como água e óleo, nada em nós parecia se encaixar, nossas vidas corriam na contra mão, nossos sonhos não conseguiam ao menos andar ao lado um do outro, nossas famílias, amigos, viagens,verdades pareciam divididas por um muro intransponível.
Mas compartilhamos uma única coisa: o desejo de ser um do outro, mas a vida me ensinou que amor, desejo, vontade não são o suficiente, ás vezes a gente precisa de um empurrãozinho do destino e isso não tivemos.
Hoje tudo que compartilhamos é lembrança, dor, saudade. Hoje tudo que dividimos são inúmeras perguntas sem respostas e caminhos sem volta. Hoje a única coisa que nos sobra é o excesso de amor que não vivemos
Você me dá raiva, Me dá raiva porque me esqueceu, porque era feliz pensando que alguém me amava e esse alguém sempre foi você.
Você me dá raiva, raiva de como não me liga mais pra saber como estou, raiva de como esqueceu meu aniversário, raiva de como percebo em sua voz que não sou mais interessante.
Fui egoísta eu sei, boba e egoísta, mas quem nunca quis ser amada? Quem nunca se sentiu a vontade com um amor de cabeceira e irreal? Quem nunca quis se sentir única pra alguém? Eu que sempre fui tão acostumada a amar mais, a querer mais, a se entregar mais de repente me vi do outro lado, você me ensinou a ser do lado que não se importa.
Você me deu raiva, deu raiva ver que não sou mais a preferida, que não te caso mais encanto, que minha presença não mexe mais com você. De todos que eu tive, você foi o único que nunca me teve... E eu iludia, brincava, jogava porque no fundo sabia que teus olhos saudosos no fim sempre iriam pousar nos meus.
Sua ausência me dá raiva, minha saudade me dá raiva, e esse desconforto que me enfrenta todos os dias quando acordo me atormenta. Você não está mais aqui, logo você que foi o único que quis ficar mesmo sabendo de meus defeitos, minhas carências, minhas manias, logo você que se dizia incansável de mim, cansou...
Essa raiva se alimenta das lembranças que me corroem. Teus olhos ausentes no último encontro, teus sorrisos cada vez mais apagados por tantas mágoas guardadas, sua voz que se calava pra não expressar mais um amor que na verdade já estava morrendo...
Tenho raiva de você, dos tantos lugares que queríamos ir e não fomos, dos inúmeros beijos que não demos, dos muitos planos que fizemos e morreram sufocados pelo meu desprezo. Mas de tudo que tenho mais raiva, a maior de todas é a raiva que tenho de mim, a raiva de ter perdido a chance de amar e ser amada, a raiva de ter tido medo de estar sendo correspondida, a raiva de não ter percebido que o melhor pra mim era você.
A Carta
Tinha de ser assim, rápido, avassalador... tinha de ser assim pra me libertar de mim mesma e tinha de ser com você,hoje tenho certeza que era você que eu esperava só não imaginava que você iria partir tão rápido, mas sempre soube que o dia que eu cruzasse com alguém que me fizesse sentir como você me faz, tudo seria rápido...rápido mas o suficiente para ser inesquecível.
Nada de despedidas porque o sentimento que tenho é mais de alegria que de dor,talvez,não sei,numa noite dessas em que eu perceba que não vou poder mais ouvir tua voz a dor invada meu quarto e me ache como companhia mas sei que ela irá embora...sim eu sei.
Não quero te esquecer,mesmo que eu pudesse eu não iria querer, pois por um tempo você me preencheu,me completou não sei se vou voltar a me sentir assim,sempre ouvi q uma sensação como essa agente só sente uma vez na vida,e talvez essa foi a minha vez de sentir...
Não sei o que sou pra você, não sei o que serei daqui a um mês,um ano,mas sei o que você já é pra mim,você é minha cura,meu remédio e talvez meu vírus...É incrível como não consigo esquecer teu olhar,provavelmente foi o olhar mais intenso que já me encarou,o olhar mais sincero, não preciso nem precisarei das tuas palavras se puder ao menos te olhar nos olhos sei que eles vão me responder até o que eu não quero saber.
Por que tinha que ser assim... por que agente não se encontrou antes...ah como a vida ta sendo cruel comigo,fui te encontrar logo agora quando como você diz: “seu destino já está traçado”, queria tanto que esse tal destino a que você se refere me encontrasse...
Foi tão bom te conhecer,quando eu teria a oportunidade de me sentir assim,de me comportar assim totalmente fora da minha órbita,foi exatamente assim que você me deixou e provavelmente vai me deixar por muito tempo fora de órbita.
Não consigo me entender,mas com você consigo me encontrar,meu maior medo é me perder denovo quando vc tiver que partir...o que vou fazer?se a minha fórmula é você que tem?
Poderia ir a qualquer lugar com você,fazer qualquer coisa,ser qualquer pessoa...mas só quero estar dentro de você,fazer você feliz e ser seu amor,essa sensação me deixa viva só não sei até quando...
Por enquanto que você ainda não partiu,me guarda nas tuas lembranças não como um enfeite mas como uma constante pois é isso que você será pra mim...me leva na tua certeza,por que se você não sabe ainda eu sou a certeza no seu mar de dúvidas...
Não vou nem quero te dizer o que fazer,porque o que sinto por você só me força a querer ver você feliz, e isso só você sabe como...não eu, só posso te dizer que estarei aqui só não sei por quanto tempo,pois por enquanto tudo ta muito aberto mas como tudo na vida,um dia vai fechar...
Se o meu olhar, ou o meu sorriso te prendesse...te envolvesse...eu enfim estaria livre e acharia um sentido para tudo isso, por enquanto só quero fechar os olhos e me lembrar do teu olhar, só assim sentirei que você é e sempre será meu.