Coleção pessoal de kakaununes
"Reinventamos o nosso tempo, renegociamos nossos espaços, reestruturamos a história, rearrumamos as cadeiras... Mas os personagens dessa ópera são sempre os mesmos, cada um com o seu papel: uns são mocinhos, outros vilões, outros preferem fazer papel de bobo da corte e há ainda os que ficam na platéia, só vendo o circo pegar fogo, rsrs. Não há porque reencenar o mesmo ato, declamar a mesma ode.
Última apresentação. Cai o pano. A platéia aplaude, ovaciona ou vaia, vai do gosto de cada um. No letreiro, em luzes reluzente pisca o seguinte aviso: "Companhia em férias. Seleção de elenco em breve."
Novos atores, novos diretores, nova produção... Tudo isso pede uma nova história, não tem porque tentar colocar nova roupagem no que já foi feito. Porém, lá no fundo do teatro vazio, existe um velho funcionário do teatro que insiste em se prender aos antigos espetáculos e não se importa se a nova produção vai encenar algo ao estilo da Brodway. Não aceita as luzes de neon, prefere as antigas lanternas, e torce o nariz para tudo de novo que se apresenta, sempre reclamando que o que existia antes era melhor.
Pois bem... Sabe o que acontece com ele? Aposentam-no. Longe do teatro que era sua vida, ele morre, sem as luzes da ribalta que tanto amava."
O teatro é nossa vida, os personagens somos nós mesmos. Temos apenas que escolher nosso papel. Ou nos reciclamos ou morremos. O que iremos escolher para nós?
Sei lá se essa mania de você, essa fome de ter teu corpo colado ao meu, essa sede pela tua saliva, pelo teu beijo... Sei lá se isso é amor...
Sei lá se esse vontade louca de jogar tudo pro alto e ir correndo até o fim da estrada onde te encontro.
Sei lá se isso é amor...
Mas se não for, não sei o que será...
Lá no fundo, bem no fundo, as coisas são belas, as pessoas são sensíveis, os monstros não saem do armário e o amor não acaba. Nunca!
Não sou da minha altura. Transcendo a meus poucos centímetros com meus quilômetros de felicidade incontida, que como rios bravios jorram de mim. Não me controlo, não me contenho, não me guardo de mim. Não retenho minhas qualidades, nem escondo os meus medos. Me abro e me dôo. Me entrego. E quanto mais me esvazio de mim, mais me multiplico.
SEM MEDO DE AMAR
Amo sim...
Mas amo a cada vez um amor diferente. A vida só vale a pena quando se tem um sentimento que envolva duas pessoas, senão fica tudo muito maquinal. Mas da mesma maneira que eu entro de cabeça nas coisas que faço e vivo, saio com os pés, batendo a poeira do sapato. E não olho para trás.
Viver como o Sol
"Que a vida seja mais do que o sol nascer e morrer
Que a vida seja vivida intensamente
Para que possamos ser como o sol
Que nasce com a certeza de que muito tem a fazer
E morre com a certeza do dever cumprido"
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
LÁGRIMAS DA SAUDADE
O choro pode até não apagar a dor de uma saudade, mas ajuda a mantê-la sob controle. Quando vertemos lágrimas, liberamos o excesso da dor que não conseguimos suportar e que, descontroladamente, escapa pelos nossos olhos.
FALANDO EM HOMENS E MULHERES
As mulheres mais velhas quando procuram homens mais novos, procuram o vigor que os homens da sua idade já não tem...
Os homens mais velhos quando procuram mulheres mais novas, procuram o viço que as mulheres da sua idade já não tem...
Em compensação...
Os homens mais novos chamam suas coroas de potrancas.
E as mulheres mais jovens chamam seus coroas de "tios".
Você em mim
"Me virei ao avesso pra tirar você de dentro de mim, mas não consegui... Você esta por todos os lados.
Despertar pra que?
Pra que acordar todo dia?
Todo dia o mesmo ritual,
Café da manhã, banho e jornal,
Se tua xícara não esta na mesa
Nem tua toalha pendurada no varal?
Felizes para sempre?
O mais triste nas estórias infantis é que acreditamos que, como toda princesa, seremos felizes para sempre. Mas nem sempre encontramos os príncipes encantados. Acabamos quase sempre com os sapos.
Cedo demais pro amor acabar
E tal como botão que murcha e desfalece,
assim é nosso amor,
que com pranto e dor morre
Sem nunca ter sido flor.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando
chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de
grandes chuvas e das recordações da infância.
Preciso de um amigo para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste
durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já tenho um amigo.
Preciso de um amigo para parar de chorar. Para não viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que me chame de amigo, para que eu tenha a consciência de que ainda vivo.