Coleção pessoal de juveny
Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.
TP 179.
Passaram poucas horas juntos, com a sensação de que seu encontro era mais que uma conspiração de acasos. Não puderam entristecer-se, felizes que estavam com aquela brecha de vida que desenrolava uma fita, que tecia um urdidura rara e frágil. Falaram da vida e do mundo aproveitando cada instante, sem reservas ou medo, sem querer estar em nenhum outro lugar além dali mesmo, ao lado, desfrutando os minutos com a entrega absoluta da iminente finitude. Mereceram esquecer-se da vida que existia fora daquelas circunstâncias, porque concederam-se experimentar as possibilidades, ainda que as possibilidades fossem nada mais do que desejo secreto e improvável. Descobriram que podiam partilhar uma invenção do mundo em que só eles eram o que realmente eram e que lhes permitia serem assim, na simplicidade do acaso, um pouco um do outro como não tinham experimentado ser para ninguém, sem plano ou aquiescência, sem querer. Habilitava-se uma cumplicidade irrepetível que fazia o ar mais doce, mais calmo e seguro, subentendida a singularidade do que estavam vivendo, como se sussurrassem em silêncio para que cada segundo fosse sorvido, gravado, absorvido, tatuado na memória dos sentidos. Sem tristeza ou pesar, procuravam reter tudo o que eram capazes um do outro, relicário de imagens e sons, o riso, a maneira de mexer a boca, erres e esses, a cor das mãos, o nome dito por aquela voz, a marca dos lábios no copo, os cílios inquietos, os cabelos em desalinho, um cheiro de perfume e sono, o formato das unhas, o volume do corpo. Sabiam que não ousariam rebelar-se contra o que se fazia posto e acabado na vida que era para além dali, mas queriam guardar um do outro, ainda que ainda não soubessem, recortes e fragmentos para contarem sua história de outras formas, de outros jeitos, com outro enredo que lhes permitisse experimentar o gosto da boca, dos líquidos, o peso do corpo, o calor das mãos, suas sombras, noites, vento, manhãs. Porque precisavam disso, do que eram e da rebeldia escondida do que poderiam ser, mesmo longe, mesmo reinventados, mesmo nas lembranças imaginadas do que nunca teriam vivido, uma dobradura feita daqueles momentos, como se pudessem transformar os instantes em uma outra coisa qualquer, sem lógica ou tempo, viva por si mesma dentro deles em algum lugar. Secretamente viva e possível, assim que ousassem vivê-la.
Se a música é o alimento do amor não parem de tocar. Dêem-me música em excesso; tanta que, depois de saciar, mate de náusea o apetite.
Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
" Eu não sei em que momento da vida eu deixei me levar pelas fantasias". Mais sei que é horas de para".
Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena!
Coisas que a vida me ensinou em 40 anos
Amor não se implora, não se pede
não se espera.
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil.
Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados
à terra por Deus para mostrar ao homem
o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz,
não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros para você,
vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras, é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina,
Deus é o maior poeta de todos os
tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar não faz de ninguém um tolo
Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças
acerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor,
são palavras mágicas, chaves que abrem
portas para uma vida melhor
O amor. Ah, o amor.
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos, cura doenças.
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
Onde está o meu amor?
Estou à procura de um amor...
Que me aceitei como sou,
Que me faça vibrar de emoção,
Que me arranque suspiros,
Que me deixe gritar,
Que me deixe ser mulher...
Um amor que supere tudo,
Que me faça sorrir novamente,
Que me diga palavras doces,
Que não me deixe abandonada,
Que me de flores,
Que me faça mulher...
Estou à procura de um amor...
Que me faça chorar de emoção,
Que não me deixe esperá-lo demais,
Que não esconda sua delicadeza,
Que divida seu amor comigo,
Que me aceite como a mulher que sou...
Um amor que aceite tudo,
A fera que existe dentro de mim,
A menina que chora,
A mulher que se faz de segura,
A mulher que fraqueja,
Que me aceite nos meus momentos mulher...
Verdadeiramente mulher...
Ivete Barros, 24/09/2008, 10:21
Soneto 116
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade.
Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.
Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas. O tempo passa e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.