Em uma terra onde tudo está por fazer, não seria o teatro, cópia continuada da sociedade, que estaria mais adiantado.
O sonho é uma fresta do espírito.
Que os segredos, amiga minha, também são gente; nascem, vivem e morrem.
Não confunda o romance com a vida, ou viverá desgraçada.
Esquece-se o real e palpa-se o impossível.
Mas, onde cessava ali a realidade e começava a aparência? Vinha de tratar com um infeliz ou um hipócrita?
Purgatório é uma casa de penhores, que empresta sobre todas as virtudes, a juro alto e prazo curto.
O presente que se ignora vale o futuro.
Tudo é possível debaixo do sol, – e a mesma coisa sucederá acima dele, – Deus sabe.
Venha, venha o voto feminino; eu o desejo, não somente porque é ideia de publicistas notáveis, mas porque é um elemento estético nas eleições, onde não há estética.
Ouça-me este conselho: em política, não se perdoa nem se esquece nada.
Quem escapa do perigo vive a vida com outra intensidade.
O maior pecado, depois do pecado, é a publicação do pecado.
O melhor modo de viver em paz é nutrir o amor-próprio dos outros com pedaços do nosso.
As coisas têm o valor do aspecto, e o aspecto depende da retina.
Não seria propriamente um efeito da arte, concordo, e sim da natureza; mas que é a natureza senão uma arte anterior?
A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente.
Não é a ocasião que faz o ladrão, dizia ele a alguém; o provérbio está errado. A forma exata deve ser esta: "A ocasião faz o furto; o ladrão nasce feito".
Em si mesma, a loucura é já uma rebelião. O juízo é a ordem, é a Constituição, a justiça e as leis.
O inferno é um hospício de incuráveis.