Coleção pessoal de juliana_rossi

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Em plena madrugada, acordada
lápis e caderno em mãos
e o meu coração
caído no chão

Tic-tac do relógio
pinga - pinga da torneira
em meu peito um vazio
pernas em tremedeira

Escrevo aqui sensações
medos e pesadelos
faço aqui minhas orações
esperando aquietar meu
coração

O caderno não me julga
o lápis me é fraterno
talvez agora eu durma
no abraço do meu caderno.

_____Juliana Rossi Cordeiro

Esperança

Dizem que ela nos dá força
que sem ela não há conquista
que temos de manter a esperança
para não perder os sonhos de vista
que por mais difícil que seja
é somente com a esperança
que se alcança oque deseja
pois ela nos dá perseverança.
Preciso alimenta-la
porque me sinto fraca
preciso fortalece-la
se não eu vou perde-la
espero e anseio
espero e creio
então oro
por muito esperar
eu choro
mas não deixo de acreditar
que a vitória vai chegar.
_________________________Juliana Rossi Cordeiro

Ah! Que saudades
da minha infância
cheiro de bolo e café
mamãe na cozinha
e papai lendo Jornal
eu e meus irmãos
correndo pelo quintal
não sabia nada de política
muito menos de inflação
não me preocupava com doenças
e muito menos com religião
e quando algo doía
mamãe dava colo e carinho
papai comprava um remedinho
era tudo tão simples
tão puro e sincero
que saudades sem fim
de um tempo que passou
mas em meu coração ficou.

------------ Juliana Rossi Cordeiro

Pássaro Preto

Logo cedo ouvia seu canto
uma triste melodia
parecia alguém em prantos
um sentimento de melancolia.
Pássaro preto, preso em uma gaiola
já nasceste na prisão
refém do capricho humano
não conheceu o voo livre
nem o balançar dos galhos de uma árvore.
Olhava o céu e os pássaros livres
e sonhava estar naquele espaço azul
dez anos se passaram
e o capricho humano
lhe arrancou de sua rotina
não podia mais ver o céu azul
nem os livres vizinhos de penas
que o visitava
Deprimiu-se
desistiu
sonhou
e agora voou
porque a morte o levou.

Herança Divina

Só compreendi minha mãe
depois de receber essa herança
passei a ver a vida,
por outra perspectiva
tudo que desejo é perseverança
para criar essa criança
nesse caos que é o mundo
com segurança
quero deixar minha contribuição
para esse mundo moribundo
um(ã) cidadão (ã) do bem
que faça a diferença
por isso é uma esperança
vencer todos os medos
de modo que com minha liderança
enquanto criança,
ao crescer,
deseje ser feliz sendo do bem
por isso, não é só minha
esta herança divina.
_________________ Juliana Rossi Cordeiro

Sou flor
mas tenho espinhos
sou dor
mas mereço carinho
quem me toca com amor
poderá usufruir de minhas pétalas
quem me toca com furor
com certeza seus dedos espetam
tenho o perfume do amor
mas também veneno
se levemente me cheiras,
exalo doce odor
se me apanhas bruscamente
exalo fétido odor
é uma questão
de ação e reação
estou pronta para o amor
mas não me venha arrancar minhas pétalas
por que também sairás ferido
deixarei seu coração destruído
já fui despetalada
sofri calada
mas aprendi, sorrir,
e novamente floresci.

Meu Baú

Guardo em um baú velho
tesouros escritos em papeis soltos
coisas tão íntimas e internas
como estar nua diante de um espelho
você pode me conhecer
em cada linha que escrevo
se com atenção você ler,
logo vai perceber
que este é um baú de sentimentos
e nesse baú antigo
guardei poesia e segredos escondidos
Nas entrelinhas,
amores vividos ou não
ou quem sabe só fruto da minha imaginação
com esses papéis soltos
posso tocar sua alma
e até seu coração!

___________________ Juliana de Almeida Rossi Cordeiro
11/03/2020

Palavras não ditas
Caladas pelo medo
Vontades não reveladas
Desejo mantido em segredo
Porque lutar?
Se não é reciproco
Porque insistir?
Se não é correspondido
É correr e não alcançar
É lutar sozinho
É frustração ... desilusão
É vontade de gritar
Mas saber que é em vão!

____________ Juliana Rossi Cordeiro

Ela

Ela era jovem e bela
seu sorriso encantador
era toda sonhadora ela
e acreditava no amor

Ela acreditou ter encontrado
o amigo namorado
que envelheceria com ela
que seriam pra sempre casados

Mas o tempo passou
e Ela envelheceu
e entristeceu
e o eu sorriso desapareceu

Ele não percebeu
o mal que lhe fizera
nem se quer reconheceu
que havia destruído ela

Pensou, mereço coisa melhor
não se olhou no espelho
partiu, sem dó sem dor
virou as costas, não aceitou conselho

Ela ficou amarga
e entristeceu
e quase morreu

Como uma flor
maltratada murchou
e mesmo com muita dor
ela ainda se levantou

Prece

Tenha misericórdia de nós,
Humanos e animais.
É tanta discórdia que nós
Estamos desanimados
e desumanizamos

Falta empatia e amor
Sobra mentiras e preconceitos
Falta paciência e bom humor
Sobra acusações e julgamentos

Em sofrimento
Estamos todos
É em profundo lamento
Que pedimos seu alento

Precisamos do governo de Deus
O único que ser perfeito
Que venha o teu Reino
Somente tú agiras sem defeito.
___________________________Juliana de Almeida Rossi Cordeiro
02/02/2020.

Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos

Sala de espera

Na sala de espera, espera-se.
Pessoas de olhares interrogantes
Oque me desespera,
Porque me analisam, intrigantes

Humanos desumanos
Porque só enxergam oque é exposto
Não tenho ferimento, nada quebrado ao menos
Se entendesse os meus olhos, o meu rosto

Alguém será capaz de entender
Minha alma sangra
Será que alguém pode ver?
E o Médico, vai me compreender?

Eu que aqui deveria ser paciente
Penso em fugir, esconder-me
Sou talvez a mais impaciente
Até que chama; Juliana entre!

A Bailarina

Como uma bailarina
continua a dançar
mesmo que dentro da sapatilha
os pés estão a sangrar

Mantém um sorriso no rosto
para os que a assiste se deleitar
sendo que por dentro é o oposto
é dor e tristeza que se pode encontrar

Força e beleza da bailarina
Que em cima do palco encanta
ninguém sabe a dor da menina
que aos olhos alegre dança

Seus dedos já quase quebrados
a plateia deslumbrada
com a leveza dos seus passos
a bailarina é por todas admirada

Pobre moça após o espetáculo
quando pode tirar a sapatilha
chorar e sangrar...
tira faixas, pés no gelo
para o mais rápido ao palco voltar
por que o show, o show não pode parar!