Coleção pessoal de jucsom
Tenho características em demasia, umas se completam, outras são pura contradição.
Sou comédia, curiosidade, ousadia… Sou mais parceiro do que um irmão.
Sou abrigo, silêncio, timidez… Sou companheiro que segura sua mão.
Sou muitas reticências, mas ter rótulos não é minha vocação.
Sou o brinde de quem descobre a liberdade, mas nunca estive em liquidação.
Posso não revelar com palavras, mas meu sorriso sempre entrega quem é o dono do meu coração.
Sou intensa, exagerada, atrevida, curiosa, doce, ácida, livre, solta, tenho milhões de reticências, gosto de pessoas não-acabadas e não quero ser rotulada.
Ouço vozes que cantam sobre a vida, danço uma coreografia caótica. Tenho infinitos olhos que percebem tudo, a cada tempo ganho nova ótica.
Se o olhares falassem, o meu certamente diria algo sobre o meu desejo de transformar as nossas brincadeiras em uma aventura reais (ou algo mais)…
Sou transitório, mimético, inconstante...
Sou o andarilho, tenho asas de viajante.
Vibro nessa dança de subir e descer, liberdade ritmada.
Mesmo quando não enxergo o caminho, continuo a jornada!
biG manG
Como é bom gostar de algo muito além dos prazeres calculáveis. Sinto um contentamento descomunal com certas pessoas e fases.
Mas há entre todas as coisas, alguém que nem percebe a profundidade do meu olhar. Vejo seus traços muito além dos simples caprichos que a sua aparência pode revelar.
Percebo em seus gestos rotineiros uma provocação natural, muito mais magnética do que a percebida numa sensualidade casual.
Ele me atrai, mas somos apenas duas partículas perdidas nesse grande espaço e que se chocam constantemente, mesmo sem ter compasso.
Vivemos interesses distintos e somos unidos apenas pela caótica casualidade. Por hora vivo o platônico, abuso do lúdico e da sua liberdade.
Desejo um dia ter a última colisão, daquelas que criam galáxias em seu impacto furioso. Quero poder sentir em seus braços fortes meu afago tão caloroso.
Sonho por um movimento com muita mais sincronia, desejo na sua órbita permanecer mergulhado noite e dia!
Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras e eu até concordo, mas quantas dessas palavras realmente são verdades?
Sorriso não é felicidade!
Atenção não é amor!
Paz não é entendimento!
Silêncio não é falta de opinião ou descontentamento!
Nem tudo que é visto pode ser entendido de forma homogênea.
Muito do que vemos são máscaras e outra parte é ponto de vista.
Focar só no que podemos ver, às vezes, é o que nos deixa cegos!
Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras e eu até concordo, mas quantas dessas palavras realmente são verdades?
ALADO
Não sou o tipo de pessoa que faz ninho, morada…
Busco mais a aventura que na memória será gravada.
Tudo é transitório, qualquer ideia muda, envelhece.
Garanto meu prazer apenas no que permanece.
Solidão não me assusta e nela até sinto conforto.
Ilumino como um farol. Guio, mas não sou porto.
Minha luz aponta a direção de uma constante caminhada.
Sou os fragmentos da história, sou uma grande jornada.
Sou passageiro, não tenho âncoras e isso alimenta meu fervor…
Valorizo mais o abraço quente do que as vazias promessas de amor.
Na face séria que carrego sou pura liberdade.
Às vezes um simples gesto, outrora complexidade.
Se por fora apavoro, por dentro sou um grande porto.
Alguns se afogam em meus desejos, outros encontram conforto.
Há quem me chame de exagero, confusão, calamidade.
Há quem mergulhe com peso no prazer da minha intimidade.
Vivi certas loucuras. Vivi certos amores. Todos escolhidos a dedo.
Tenho as melhores histórias da minha vida guardadas como um belo segredo.
E, às vezes, a gente só quer passar de raspão mesmo. Não por medo de novas feridas, sejam as causadas ou as recebidas. Às vezes, não queremos permanência e tudo bem viver assim, somos encontros e também despedidas. Amor pode ser um belo instante ou intenso compromisso... e se um dia tivermos sorte, esbarraremos em algo que seja muito mais do que isso.
É muita ironia ter deixado de percorrer tantos quilômetros por conta de um ser tão minguado.
Sonhos adiados, viagens canceladas.—O paraíso está fechado.
Mas a esperança ainda existe em forma de bagagens acumuladas.
Resta muita energia nos pés que aos poucos trilham novas jornadas.
Não dá para voltar no tempo, mas dá para aprender um pouco mais a cada vez que caímos.
E mesmo que seja difícil recuperar o fôlego, de suspiro em suspiro, nós resistimos!
Contrastes de um único tom.
Caminhos percorridos, sem volta.
Até o doce pecado vira dom,
Quando o verdadeiro amor se revolta!
O desapego esconde muito mais sorrisos do que as máscaras que há tanto tempo nos vestem. Sim!!! Minhas máscaras circulam todos os dias enquanto eu ignoro o passar do tempo com minha senciência desorientada. Já não encontro definições para o que vivo e, por hora, nem mesmo sei se há algo que eu realmente sinto.
- Já gritei minhas verdades ao mundo, mas hoje percebo que há mais sabedoria no silêncio. Enfim descobri, silenciar também é dizer!